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Revisão das 05h05min de 22 de maio de 2018
Os primeiros anos
Equipa masculina de 1938.
Nos primórdios da modalidade em Portugal, o Ténis de Mesa era designado por Ping Pong. Como nessa altura não existia uma estrutura organizada, a modalidade era sobretudo praticada em colectividades de recreio, escolas, praias e outros lugares de lazer onde existisse ou se improvisasse uma mesa.
O Ténis de Mesa começou assim a ser praticado no Sporting Clube de Portugal no fim de 1925, quando o sócio Correia Leite ofereceu uma mesa ao Clube. Esta teve o condão de tornar a sede do Sporting frequentada também de noite por grupos de sócios. Assim, a modalidade surgiu como actividade recreativa direccionada aos sócios. A partir de 1926 foram organizados torneios internos sem carácter competitivo.
A organização como secção desportiva veio a acontecer a 2 de Setembro de 1932 quando o Clube foi um dos fundadores da Associação de Lisboa desta modalidade, passando então a ter uma secção própria que teve como primeiros dinamizadores José Marques Pereira e José Carlos Tavares. A 20 de Dezembro de 1933 disputou-se o primeiro derby, opondo Benfica e Sporting, que terminou com o triunfo dos benfiquistas por 5-2.
Cerca de dois anos depois da criação da secção, em Julho de 1934, o Boletim do Sporting relatava que "esta secção tem criado centenas de adeptos no Sporting. (...) Actualmente temos em António Ferreira o nosso melhor elemento, na escola de valores seguem-se Manuel Mourato Vermelho, Mário Vilaça.". No fim da década e no início da década seguinte destacaram-se Carlos Feio, Afonso Gago da Silva, e Mário Barata.
Eternos segundos
Os primeiros campeões nacionais do Sporting.
As primeiras campeãs de Lisboa do Sporting.
Apesar do primeiro Campeonato de Lisboa ter decorrido em 1932/33, as primeiras vitórias por equipas só chegaram em 1941, com a conquista dos campeonatos masculino e feminino. Os Campeonatos Nacionais desta modalidade só começaram em 1945 e o Sporting viria a conquistar o seu primeiro título nacional no ano seguinte, com o bicampeonato logo depois.
No entanto, a hegemonia na modalidade era do Benfica, que entre 1933 e 1951 tinha ganho mais títulos regionais e nacionais que todos os outros clubes lisboetas juntos e incluindo um heptacampeonato de Lisboa, muito à custa de contar com Oliveira Ramos, então o melhor jogador nacional.
O Sporting era a segunda melhor equipa, somando quase tantos títulos como todas as restantes equipas juntas, mas a maioria nas categorias inferiores. Os dois títulos nacionais tinham sido ganhos, um com Oliveira Ramos ausente por doença, e o outro quando o melhor jogador leonino, Carlos Feio, conseguiu ganhar uma partida ao benfiquista, a única em muitos anos.
No fim dos anos 1940 a equipa júnior do Sporting começou a afirmar-se, conquistando um tricampeonato de Lisboa, com os irmãos Eduardo Horta Osório e António Horta Osório em evidência, e este último a tornar-se o mais jovem internacional de sempre em 1950 aos 16 anos de idade. Era o sinal que a situação de eterno segundo iria brevemente mudar.
Domínio partilhado
Campeãs nacionais em 1957/78.
Equipa masculina vencedora da Taça de Portugal em 1960.
O Sporting voltou a conquistar o Campeonato Nacional em 1952, acabando de vez com o domínio completo do rival. Na década que se seguiu, as equipas masculinas do Sporting conquistaram uma série de campeonatos nacionais e Taças de Portugal, num domínio partilhado com o Benfica, em que os dois clubes dividiam entre si a maioria dos troféus. António Horta Osório tornou-se o melhor jogador português, perdendo apenas contra o adversário macaense Alberto Ló. Destacaram-se ainda Sebastião de Carvalho, e depois João Campos.
Nas senhoras, na segunda metade da década o Sporting tinha uma equipa quase imbatível, com as melhores jogadoras nacionais. Notabilizaram-se inicialmente jogadoras como Aldora Rodrigues, Nelly Runa e Dina Noura, a quem se juntaram depois Marília Santamarina, Margrith Thomas e Maria Eugénia Alves. Entre 1957 e 1960 sagraram-se tetra campeãs nacionais e ganharam as duas primeiras Taças de Portugal realizadas no escalão.
A crise financeira do Sporting no início dos anos 1960 afectou a secção, que não tinha capacidade para inscrever muitos jogadores, e chegou a perder alguns, contratados pelo Benfica, que durante alguns anos voltou a ganhar ascendência. Mesmo assim, os triunfos continuaram a acontecer nessa década, tanto em equipas masculinas e femininas como nos escalões individuais e de pares, continuando a enriquecer o palmarés do Sporting.
Um novo ciclo
Em 1963 um conflito com a Associação de Ténis de Mesa de Lisboa e com a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, com génese numa jogada bem sucedida do Benfica para levar para as suas fileiras um jogador macaense inicialmente trazido para Lisboa pelo Sporting, levou à suspensão da actividade da secção pelo Conselho Directivo do Sporting. Eventualmente a actividade retornou nessa época, mas a direcção da secção, com longos anos de experiência, saiu. António Fuschini assumiu a direcção da modalidade, dando um novo impulso que levou à conquista de diversos títulos.
Nos anos que se seguiram, e até 1969/70, os homens ganharam três Campeonatos Nacionais e quatro Taças de Portugal. Delfim Soares, João Campos e Luís Amaro pontificaram nos homens, com José Louro, e até os veteranos António Horta Osório e João Amado, a participarem nas conquistas.
Em Senhoras, e depois de alguns anos sem equipa sénior, Madalena Gentil chegou ao Sporting em 1967/68, ainda com 15 anos. O resultado imediato foi a conquista do Campeonato Nacional, com uma equipa formada por jogadoras da mesma idade, que também conquistaram diversos títulos em Meninas. No entanto, seria preciso esperar alguns anos para as Senhoras desenvolverem todo o seu potencial.
O triunfo das Senhoras
No fim dos anos 1960, início dos anos 1970, a secção voltou a conhecer alguma turbulência, com sucessivas mudanças de direcção, e abandono de atletas. Efectivamente, só no fim da década de 1970 é que os homens voltaram a ganhar títulos nacionais, sobretudo a partir do ingresso de José Alvoeiro, que juntamente com Óscar Lameira e Ivanoel Moreira constituiu uma equipa temível.
Ao mesmo tempo, a equipa de Senhoras tornou-se a mais forte do país, com uma Madalena Gentil já mais experiente, a dominar a modalidade juntamente com Ana Lia Fonseca, e ainda Ana Maria Cruz e Ana Maria Rebordão. Entre 1971/72 e 1977/78, a equipa feminina ganhou títulos nacionais todos os anos, totalizando cinco Campeonatos Nacionais e cinco Taças de Portugal. No mesmo período as Senhoras conquistaram um sem número de títulos individuais, incluindo o primeiro Campeonato Individual Absoluto feminino ganho em 1978 por Madalena Gentil, com José Alvoeiro a vencer a prova masculina. Anabela Fernandes juntou-se ao Sporting em 1980, ajudando a enriquecer o palmarés do Clube.
O início dos anos 1980 foi marcado pela generalização do profissionalismo ou semi-profissionalismo, com os melhores atletas a serem solicitadados pelos clubes de topo com melhores condições. Entre 1982/83 e 1983/84 o Sporting, que inicialmente recusou a nova tendência, perdeu a maioria dos seus melhores jogadores, apostando na juventude e na formação. Isso acabou por não ser suficiente para se manter no topo, e pela primeira vez desde o início do Campeonato Nacional, a equipa masculina do Sporting ficou abaixo do 3º lugar, e até então só tinha fiocado em 3º uma única vez.
O hábito de ganhar
Finalmente, em 1984/85 o Sporting rendeu-se à nova realidade, e apostou forte na formação de uma equipa muito jovem mas formidável, constituída por Pedro Miguel, Nuno Dias, e João Portela, que já tinha jogado junta em Cadetes em 1978/79, em que tinha ganho a dobradinha do escalão.
O Sporting construiu então uma longa hegemonia no Ténis de Mesa masculino nacional. Esta hegemonia teve o seu período áureo entre 1985 e 1995, quando o Clube ganhou 11 Campeonatos Nacionais e 10 Taças de Portugal, falhando apenas um de vinte e dois títulos possíveis. Chen Shi Chao juntou-se à equipa, que foi praticamente imbatível em Portugal nesse longo período. Na realidade, O Sporting esteve sete anos e nove meses sem perder um único jogo contra equipas portuguesas, entre abril de 1984 e dezembro de 1991. Foi também neste período que o Sporting ganhou pela primeira vez um jogo internacional a contar para a Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Em 1995 a modalidade passou por momentos difíceis, com o fim de diversas modalidades, chegando a ser noticiado que também o Ténis de Mesa, que há muitos anos não tinha patrocinador, iria acabar no Sporting. Tal não aconteceu, e com o retorno do antigo diretor da secção Adérito Alves Ribeiro, esta conseguiu recompor-se, regressando aos triunfos após dois anos sem ganhar o Campeonato Nacional, já com Vladimir Marinkevich como treinador-jogador. Em 1999, o Sporting conquistou o 25º Campeonato Nacional, finalmente ultrapassando o Benfica em número de títulos nacionais seniores maculinos.
O Ténis de Mesa leonino no Século XXI
6 de Junho de 2009: o Sporting conquista o 31º Título e torna-se Tri-Campeão Nacional da 1ª Divisão.
26 de Maio de 2012: Após 4-0 em Alvalade, o Sporting vence o Toledos por 4-1 na Ilha do Pico e conquista o 32º Campeonato.
Esse caminho de vitórias continuou no Século XXI, sem no entanto se ter regressado à hegemonia absoluta anterior. O Sporting voltou a ganhar títulos nacionais tanto nos seniores como na formação, sob a liderança do treinador e coordenador desportivo Chen Shi Chao, então regressado, e com Miguel Almeida a assumir o comando da secção a partir de 2004/05. Entre 2000 e 2016, o Sporting ganhou 8 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal e 9 Supertaças por equipas seniores.
Assim, no Século XXI, o Sporting continua a ser a maior potência do Ténis de Mesa nacional no sector masculino. O setor feminino foi reativado a partir de 2012/13, com equipas muito jovens que ainda não competem por títulos em seniores.
A formação
A secção de Ténis de Mesa possui, para além da vertente de competição, a vertente de formação, com o objectivo de criar atletas de alto rendimento e alimentar a equipa de seniores do Clube, sem descurar no entanto a vertente de estudo e respectiva formação como cidadãos.
Com a construção do Multidesportivo, obra inserida no Complexo Alvalade XXI, a secção passou a ter ao seu dispor uma sala com bancada e capacidade para oito mesas de treino, construída de raiz segundo as especificações técnicas para o Ténis de Mesa, no que diz respeito ao piso, iluminação, altura, largura, etc.
O Sporting Clube de Portugal é o clube Português com maior curriculum nesta modalidade, contando com mais de 600 títulos nacionais conquistados.
Vertente educativa
Sala da Secção de Ténis de Mesa do Sporting
O Ténis de Mesa constitui um importante meio pedagógico e físico para o desenvolvimento dos jovens, reforçando a coordenação, a agilidade, a resistência e a velocidade. Como actividade de manutenção é extremamente agradável visto ser possível dosear o esforço de acordo com as capacidades individuais e ao mesmo tempo aliar uma grande componente lúdica.
Em 2002 a secção de Ténis de Mesa abriu uma escola que, funcionando diariamente na sala da modalidade, tem alimentado as equipas de competição dos escalões de formação e prestado um serviço aos Sócios do Sporting que pretendem praticar Ténis de Mesa por recreio. A acesso a esta escola é pago, sendo a receita directamente afectada ao orçamento da secção.
O Ténis de Mesa Época a Época
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Palmarés
Seniores Masculinos
Seniores Femininos
O palmarés completo, incluindo títulos regionais, de categorias inferiores e de formação, e de individuais e de pares, está na página Palmarés do Ténis de Mesa.
Links
Outros links de interesse
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