Diferenças entre edições de "1950/51"

Revisão das 11h12min de 10 de junho de 2021

Vencedores do Campeonato Nacional pela 6ª vez

Depois de uma época menos boa que ficara marcada pelo abandono de Peyroteo, o Sporting mudou de treinador apostando no inglês Randolph Galloway que relançaria o Futebol do Clube para uma nova fase de grande sucesso.

A renovação estava em curso. Octávio Barrosa resolveu pendurar as botas devido aos seus afazeres profissionais passando a desempenhar o cargo de Director do Futebol, enquanto Manecas com 33 anos perdeu definitivamente o seu lugar, embora ainda tenha feito alguns jogos como defesa direito. A sucessão de Peyroteo continuava a ser um problema, mas agora a defesa também tinha de ser retocada.

Na temporada anterior já tinham chegado de Moçambique o médio Juca e o avançado centro Mário Wilson e mais tarde Joaquim Pacheco veio de Macau com fama de goleador. Para a nova época o Sporting contratou os defesas Caldeira e João Faustino ao Lusitano de Vila Real de Santo António, enquanto se preparava a sucessão de João Azevedo com a chegada de Alexandre Almeida do Oriental e do jovem Carlos Gomes do Barreirense, donde também veio o avançado Gervásio, uma transferência que gerou alguma polémica. Para além disso Pacheco Nobre regressou da Académica com o estatuto de internacional.

Com Randolph Galloway o WM muito discutido na altura, foi definitivamente implementado. Manuel Passos ocupou a posição de terceiro defesa, enquanto Caldeira rendeu Octávio Barrosa no lugar de defesa direito. No ataque João Martins substituiu Albano que foi operado, mas o grande problema continuava a ser o avançado centro. Mário Wilson foi a primeira opção, mas preferia jogar no meio campo ou na defesa, posições onde foi testado nas reservas. Joaquim Pacheco também teve a suas oportunidades, tal como Galileu e até Jesus Correia chegou a fazer o lugar. No entanto nenhum deles conseguiu fazer esquecer Peyroteo que foi convidado a regressar quando acedeu em participar na festa do Manecas, mas recusou.

O arranque no campeonato foi demolidor, seis jogos seis vitórias, entre elas uma por 3-1 ao Benfica. À 10ª jornada o Sporting comandava com 8 pontos de avanço sobre o FC Porto, que ainda encetou a recuperação quando recebeu e bateu os Leões por 3-0, encurtando a diferença para 3 pontos, mas daí para a frente o Sporting somou 8 vitórias consecutivas e no fim acabou com uma vantagem nunca antes vista de 11 pontos sobre os portistas e de 15 sobre o Benfica, totalizando 45 pontos. Só o Sporting de Robert Kelly tinha feito melhor.

Manuel Vasques com 28 golos apontados imitou a proeza do seu tio Soeiro que o tinha trazido para o Sporting, sagrando-se o melhor marcador do Campeonato.

Na Taça de Portugal o Sporting foi eliminado logo na 1ª ronda pelo Belenenses, numa altura em que a prova voltou a ser disputada com eliminatórias a duas mãos, que neste caso resultaram num empate a zero no Lumiar com alguma polémica devido a um alegado erro técnico do árbitro, o que motivou um protesto do Sporting e uma derrota por 2-1 nas Salésias.

Esta saída precoce da Taça foi encarada como um daqueles males que podem vir por bem, pois assim o Sporting passou a ter todo o tempo para se preparar para a Taça Latina, que se iria disputar em Junho em Itália e para o Torneio dos Campeões a realizar no Brasil no mês seguinte, duas competições que eram aguardadas com grande expectativa por todos os sportinguistas. No entanto a falta de competição acabou por quebrar o ritmo aos Leões que ficaram aquém das expectativas nestes sempre ansiados confrontos internacionais.

Na Taça Latina o Sporting chegou a Turim em cima da hora do encontro com os campeões franceses, o Lille, com quem empatou a uma bola, num jogo que nem no prolongamento se decidiu, terminando por falta de iluminação, depois de 130 minutos de muita luta onde os Leões se podem queixar de alguma falta de sorte, principalmente quando Travassos atirou ao poste.

Os franceses sugeriram que a contenda fosse resolvida por moeda ao ar, mas o Sporting recusou, exigindo o jogo de desempate que estava previsto no regulamento da prova e que se realizou no dia seguinte, terminando com a vitória do Lille por 6-4, após prolongamento.

O Sporting apresentou-se desfalcado de três titulares e sentiu principalmente a ausência de Travassos que era o patrão da equipa. Mesmo assim conseguiu uma magnifica recuperação depois de estar a perder por 4-2 e com Caldeira lesionado a jogar grande parte da partida no lugar de extremo direito, conseguindo mesmo assim marcar um golo. Vasques que já tinha marcado no primeiro jogo, foi o autor os outros três golos do Sporting, despertando a cobiça de clubes estrangeiros, mas o Presidente Ribeiro Ferreira mostrou-se irredutível.

No jogo de atribuição do 3º e 4º lugares o Sporting desfalcado pelas lesões, desmoralizado pela derrota e desgastado pela maratona de Turim, perdeu por 3-1 com o Atlético de Madrid.

De regresso a Portugal com alguma frustração na bagagem, o Sporting partiu de imediato para o Brasil onde foi participar no Torneio dos Campeões, uma competição disputada entre 8 dos melhores clubes da Europa e da América do Sul. Para esta digressão e equipa apresentou-se reforçada com Ben David do Atlético, Vieira do Estoril, Serafim do Belenenses e Patalino do O Elvas.

A equipa chegou ao Rio de Janeiro visivelmente desgastada e fora de forma, depois de uma época longa e de uma viagem de 21 horas, acusando a mudança de clima e a falta de entrosamento dos jogadores emprestados. Ainda por cima calhou-lhe defrontar logo no primeiro jogo o Vasco da Gama, Campeão Carioca, saindo goleada por 5-1. Seguiram-se mais duas derrotas frente ao Nacional de Montevideu, Campeão do Uruguai e ao Áustria, terminando assim o Sporting no último lugar do seu grupo. Ainda houve tempo para um jogo com a Portuguesa Santista, que acabou com mais uma derrota.

Destaque ainda para a goleada por 8-1 ao Benfica, na festa de despedida do popular Manecas, que no entanto ficou ensombrada pelo mau tempo que afastou o público de um jogo memorável, que ficou para a história como o resultado mais desnivelado de sempre em todos os "derbys" até então disputados, um recorde que dificilmente será batido.

Continuaram a não se disputar os Campeonatos Regionais de Reservas, tendo a AFL realizado dois torneios que mantiveram as equipas desta categoria em atividade.

Nesta época a Seleção Nacional disputou 4 jogos. Travassos foi totalista, Carlos Canário e Albano somaram 3 internacionalizações, com o extremo esquerdo a marcar um golo, enquanto Jesus Correia e Vasques apenas estiveram presentes no jogo com a Itália, onde o extremo direito marcou o golo de Portugal. Manuel Passos fez um jogo pela Seleção B.

To-mane 14:56, 18 Agosto 2008 (CEST)

Figuras

Secção do Futebol

Plantel

• Há 3 autogolos de Félix (Benfica); Baptista (Atlético); Palmeiro (Sp Braga)

Jogos

Campeonato Nacional

Classificação

Pontuação: 2 pontos por vitória, 1 por empate, 0 por derrota

Taça de Portugal

Taça Latina

Outros Jogos

Ver também

• A 6ª vitória no Campeonato Nacional de Futebol
• Reservas 1950/51

Outros links de interesse

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