|
|
| Linha 100: |
Linha 100: |
| | No dia 9 de Janeiro de 1981 realizou-se uma Assembleia Geral com o objetivo de esclarecer os associados sobre a construção da Cidade Desportiva e deliberar em relação ao aumento de quotas. Nessa altura, em que a época do Futebol já estava perdida, [[João Rocha]] afirmou que os sócios teriam de decidir se preferiam um Sporting que investisse na criação de estruturas que garantissem a sustentação da sua atividade desportiva, ou abdicar do seu património apostando de forma cega na lotaria dos campeonatos, sem a garantia de os poder ganhar. | | No dia 9 de Janeiro de 1981 realizou-se uma Assembleia Geral com o objetivo de esclarecer os associados sobre a construção da Cidade Desportiva e deliberar em relação ao aumento de quotas. Nessa altura, em que a época do Futebol já estava perdida, [[João Rocha]] afirmou que os sócios teriam de decidir se preferiam um Sporting que investisse na criação de estruturas que garantissem a sustentação da sua atividade desportiva, ou abdicar do seu património apostando de forma cega na lotaria dos campeonatos, sem a garantia de os poder ganhar. |
| | | | |
| − | O Presidente do Sporting continuava a acenar com a construção de uma obra grandiosa que envolvia dois pavilhões gimnodesportivos, um pavilhão polivalente, dois campos relvado, uma piscina e o fecho das bancadas, em cujos baixios se projetava o nascimento de 6 pavilhões, 20 ginásios e 24 salas de squach, que constituiriam a Cidade Desportiva do Clube ao redor da qual a Sociedade de Construções e Planeamento iria construir apartamentos, escritórios, e as estações rodoviária e de metropolitano. | + | O Presidente do Sporting continuava a acenar com a construção de uma obra grandiosa que envolvia dois pavilhões gimnodesportivos, um pavilhão polivalente, dois campos relvados, uma piscina e o fecho das bancadas, em cujos baixios se projetava o nascimento de 6 pavilhões, 20 ginásios e 24 salas de squach, que constituiriam a Cidade Desportiva do Clube ao redor da qual a Sociedade de Construções e Planeamento iria construir apartamentos, escritórios, e as estações rodoviária e de metropolitano. |
| | | | |
| | No entanto o mau momento que a equipa de futebol atravessava [[1980/81|nessa época]], obrigou [[João Rocha]] a antecipar alguns investimentos nesse sector fundamental para a vida do Clube. Na altura falou-se na vinda de José Maria Pedroto para o Sporting e na contratação de jogadores de grande qualidade como [[António Oliveira]], [[Fernando Gomes]] e até o internacional argentino Osvaldo Ardiles, mas apenas o primeiro chegou a Alvalade no início da [[1981/82|temporada seguinte]], juntamente com o guarda redes húngaro [[Ferenc Meszaros]]. Para o lugar de treinador a escolha recaiu no inglês [[Malcolm Allison]], uma aposta bem sucedida, pois quando esta Gerência terminou em 26 de Fevereiro de 1982, o Sporting já liderava um Campeonato que viria a ganhar. | | No entanto o mau momento que a equipa de futebol atravessava [[1980/81|nessa época]], obrigou [[João Rocha]] a antecipar alguns investimentos nesse sector fundamental para a vida do Clube. Na altura falou-se na vinda de José Maria Pedroto para o Sporting e na contratação de jogadores de grande qualidade como [[António Oliveira]], [[Fernando Gomes]] e até o internacional argentino Osvaldo Ardiles, mas apenas o primeiro chegou a Alvalade no início da [[1981/82|temporada seguinte]], juntamente com o guarda redes húngaro [[Ferenc Meszaros]]. Para o lugar de treinador a escolha recaiu no inglês [[Malcolm Allison]], uma aposta bem sucedida, pois quando esta Gerência terminou em 26 de Fevereiro de 1982, o Sporting já liderava um Campeonato que viria a ganhar. |
Revisão das 12h39min de 10 de fevereiro de 2025
Depois de um longo impasse, João Rocha resolveu finalmente recandidatar-se à Presidência do Sporting Clube de Portugal, e no 31 de Julho de 1980 foi eleita uma nova a Direcção, que tomou posse em 11 de Agosto, com a seguinte constituição:
| Cargo
|
Nome
|
Observações
|
| Presidente |
João António dos Anjos Rocha |
|
| Vice Presidente para as Relações Externas |
António Ahrns Esteves |
|
| Vice Presidente para as Actividades Administrativas |
Mário José da Silva Garcia |
|
| Vice Presidente para Gestão Financeira |
Artur de Sousa Marques |
|
| Vice Presidente para as Relações com Associados e Expansão Sportinguista |
José Herculano Rovisco Dias |
|
| Vice Presidente para as Relações com Entidades Desportivas |
João António da Luz Robin Borges |
|
| Vice Presidente para as Actividades Desportivas Profissionais |
José Maria Martins Canhoto |
|
| Vice Presidente para as Actividades Desportivas Amadoras |
Fiel de Oliveira Farinha |
|
| Vice Presidente para o Jornal |
João José Pinho Xara Brasil |
|
| Vice Presidente para Secretariado Geral |
José Eugénio Dias Ferreira |
|
| Vice Presidente para Expansão Propaganda e Relações Públicas |
José Rovisco Dias |
|
| Director das Instalações Desportivas e Sociais |
Carlos Franco Ribeiro |
|
| Director adjunto para as Instalações Desportivas e Sociais |
José dos Santos |
|
| Director do Departamento de Relações Públicas |
Daniel Madeira de Castro |
|
| Director de Publicidade |
José António Fidalgo |
|
| Director de Expansão e Propaganda |
Carlos Esteves da Fonseca |
|
| Director adjunto para Vice Presidente para Secretariado Geral |
Vítor da Cruz Resende |
|
| Director adjunto para o Futebol Profissional |
Fernando Delgado |
|
| Director adjunto para o Futebol Juvenil |
Manuel da Luz Aranha |
|
| Director adjunto para o Futebol Juvenil |
Manuel Duarte Petronilho |
|
| Director adjunto para o Futebol Juvenil |
Vítor Oliveira Lourenço |
|
| Director Tesoureiro |
José Carlos Estorninho |
|
| Director Contabilista |
Eugénio Silva Ribeiro |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Amílcar Cantarinha |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Rui Gonçalo Taborda Pignatelli |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Vítor Salgado |
|
| Director de Actividades Amadoras |
José Garcia Alvarez |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Manuel Luís Correia Gonzaga da Silva |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Pedro Santos |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Nuno Moniz Pereira |
|
| Director de Actividades Amadoras |
Pedro Dias Moura |
|
A tomada de posse de João Rocha
O ministro Ferreira de Amaral visita o Sporting
As comemorações das Bodas de Diamante
António Oliveira assina pelo Sporting
Fernando Mamede a caminho do Recorde da Europa
A assinatura da empreitada do fecho do estádio
Ramalho Eanes condecora o Sporting
O programa delineado por João Rocha para esta Gerência era muito ambicioso e pressupunha que as entidades oficiais honrassem alguns compromissos assumidos, no sentido da viabilização da Sociedade de Construções e Planeamento e da Cidade Desportiva do Sporting, que visava dar sustentabilidade a um projeto desportivo, que embora assentando numa equipa de futebol forte, não esquecia as modalidades de alta competição cada vez mais profissionalizadas.
Para além disso propunha-se uma revisão dos Estatutos que previa uma nova estrutura e funções para o Conselho Leonino, a reorganização administrativa do Clube com a profissionalização dos responsáveis por alguns departamentos, o aperfeiçoamento do gabinete jurídico, o estudo de métodos mais eficazes na cobrança das quotas que deveriam ser atualizadas, uma campanha de angariação de 3000 novos sócios e a criação da categoria sócio-empresa, com vista à venda de 2000 lugares de bancada central por 10 contos/ano. Estava também previsto o arranque de algumas das obras projetadas no âmbito da Sociedade de Construções e Planeamento e do fecho do estádio, a construção de dois campos de treino relvados e de um pavilhão polivalente para as modalidades amadoras.
Em Agosto de 1980 arrancaram as obras de terraplanagem nos terrenos do Sporting onde se planeava construir o novo pavilhão e as piscinas.
Em Novembro de 1980 tomaram posse os órgãos sociais da Sociedade de Construções e Planeamento, presididos por Adelino Palma Carlos, João Rocha e António Maria Godinho.
No dia 29 de Novembro de 1980, foi inaugurada a primeira Loja Verde no Estádio José Alvalade.
No dia 9 de Janeiro de 1981 realizou-se uma Assembleia Geral com o objetivo de esclarecer os associados sobre a construção da Cidade Desportiva e deliberar em relação ao aumento de quotas. Nessa altura, em que a época do Futebol já estava perdida, João Rocha afirmou que os sócios teriam de decidir se preferiam um Sporting que investisse na criação de estruturas que garantissem a sustentação da sua atividade desportiva, ou abdicar do seu património apostando de forma cega na lotaria dos campeonatos, sem a garantia de os poder ganhar.
O Presidente do Sporting continuava a acenar com a construção de uma obra grandiosa que envolvia dois pavilhões gimnodesportivos, um pavilhão polivalente, dois campos relvados, uma piscina e o fecho das bancadas, em cujos baixios se projetava o nascimento de 6 pavilhões, 20 ginásios e 24 salas de squach, que constituiriam a Cidade Desportiva do Clube ao redor da qual a Sociedade de Construções e Planeamento iria construir apartamentos, escritórios, e as estações rodoviária e de metropolitano.
No entanto o mau momento que a equipa de futebol atravessava nessa época, obrigou João Rocha a antecipar alguns investimentos nesse sector fundamental para a vida do Clube. Na altura falou-se na vinda de José Maria Pedroto para o Sporting e na contratação de jogadores de grande qualidade como António Oliveira, Fernando Gomes e até o internacional argentino Osvaldo Ardiles, mas apenas o primeiro chegou a Alvalade no início da temporada seguinte, juntamente com o guarda redes húngaro Ferenc Meszaros. Para o lugar de treinador a escolha recaiu no inglês Malcolm Allison, uma aposta bem sucedida, pois quando esta Gerência terminou em 26 de Fevereiro de 1982, o Sporting já liderava um Campeonato que viria a ganhar.
Em Março de 1981 o ministro Ferreira de Amaral visitou as instalações do Sporting onde João Rocha lhe explicou o projeto imobiliário do Clube, numa altura em que o Presidente leonino se orgulhava da obra realizada nos 8 anos do seu mandato, que significara uma importante valorização do património do Clube, que ele avaliava em cerca de 200 mil contos resultantes dos investimentos feitos no Pavilhão de Alvalade e nos dois pavilhões de apoio, no ginásio de 3000m2, nas torres elétricas do Estádio, na pista de tartan, na drenagem e irrigação do relvado, na construção de mais 5000 lugares sentados nas bancadas do Estádio, na sala de aquecimento para o futebol, na compra de 12000m2 de terrenos para construção, no desaterro de 20000m2 de terra, na maior sala de ténis de mesa do País, no bastu, entre outros melhoramentos na secretaria e na eletrificação e canalizações das instalações do Clube .
Neste período o Sporting Clube de Portugal comemorou as suas Bodas de Diamante, sendo que para tal foi emitido um medalhão comemorativo e foi criada uma comissão centralizadora formada por António Sobral Júnior, Abílio Serra Martins, Pedro Fragoso Matos, Mário da Cunha Rosa, Amílcar Sérgio Peres, Alberto Henriques Lourenço, Francisco Lencastre Freitas e António Franco Vinha, que ficou responsável pelos festejos que se prolongaram durante todo o ano de 1981, arrancando com a tradicional festa do "reveillon" que se realizou no Pavilhão de Alvalade, mas que teve um extenso e rico programa que incluiu a romagem à sepultura de Francisco Stromp, vários saraus de Ginástica, com destaque para a "Sportinguíada" que contou com mais de mil ginastas em representação de 41 centros gímnicos, uma sessão cinematográfica com a reposição do popular filme "O Leão da Estrela", que esgotou o cinema Monumental, a Jornada de Leiria que esteve na origem da "Noite Verde da Batalha" um convívio leonino organizado por Bernardes Dinis, que reuniu no centro do País cerca de 600 Sportinguistas, o "Dia do Emigrante", uma homenagem aos emigrantes sportinguistas, a I Corrida de Toiros do Sporting, um Rally, vários espetáculos desportivos promovidos pelas diversas secções do Clube, diversas homenagens, com destaque para a dedicada a José Alvalade, o lançamento do livro "Jorge Vieira e o futebol do seu tempo", o Circuito dos Alpes, cruzeiros, concursos e passatempos.
O ponto alto das comemorações foi o "Dia do Estádio" um festival que decorreu no Estádio José Alvalade na noite de 1 de Julho de 1981, que teve a presença de João Vaz Serra e Moura, Ministro da Qualidade de Vida, Duarte Nuno de Castro, Secretário de Estado dos Desportos e José Lopes Marques, Diretor Geral dos Desportos, uma cerimonia que abriu com a entrada de um jipe que transportava Jorge Vieira o sócio nº 1 do Sporting enquanto porta estandarte da bandeira do Clube, escoltado por Luís Borges de Castro, Presidente dos Cinquentenários, Amado de Freitas, Presidente do Grupo Stromp, José Manuel Martins e Eduardo Oliveira Martins, seguidos pelo grupo dos atletas olímpicos do Sporting. Seguiu-se uma alocução do Coronel Garcia Alvarez e o desfile dos atletas de todas as modalidades do Clube. Nessa ocasião Fernando Mamede e Artur Correia foram condecorados pelo Governo português com a Medalha de Mérito Desportivo, tendo o Presidente da Assembleia Geral Emídio Pinheiro, em substituição de João Rocha ausente no estrangeiro, exaltado os feitos das equipas e dos atletas leoninos e prometido a conclusão das obras projetadas, nomeadamente no que diz respeito ao fecho do estádio e à construção da Cidade Desportiva do Sporting. Seguiu-se a atuação de atletas de algumas modalidades, tendo o espetáculo encerrado com fogo de artificio.
No dia 25 de Setembro uma gala que assinalou a inauguração da nova sala de festas do Sporting, onde marcaram presença membros do Governo e o Presidente da Republica Ramalho Eanes, que agraciou o Sporting Clube de Portugal com o colar de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, na mesma altura em que Jorge Vieira foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante, num dia que começou com algumas inaugurações e com o simbólico arranque da demolição de peão do Estádio José Alvalade.
Foi também no âmbito destas comemorações que se realizou em Lisboa o III Congresso Leonino, numa altura em João Rocha afirmava que o Sporting era a maior força do desporto nacional, com cerca de 10 mil atletas e mais de 100 treinadores e professores, para além de um palmarés invejável que era constantemente enriquecido, contando com títulos europeus e medalhas olímpicas.
De facto esta Gerência voltou a ser desportivamente muito rica, numa altura em que Fernando Mamede já rivalizava com Carlos Lopes em termos de popularidade no Atletismo, num ano em que bateu o Recorde da Europa dos 10000m e foi 3º classificado no Mundial de Corta Mato. Para além disso, o Sporting conquistou mais duas Taças dos Campeões Europeus de Corta-Mato e a Taça das Taças em Hóquei em Patins, sem esquecer o tetracampeonato e uma Taça de Portugal no Andebol, os Campeonato Nacionais de Basquetebol e de Atletismo nos dois géneros, entre outros títulos nas modalidades amadoras, numa altura em que a Ginástica e a Natação eram duas secções em franca expansão com milhares de praticantes.
Cumprida foi a promessa da revisão dos Estatutos, que implicava que para além dos candidatos à Presidência dos Órgãos Sociais do Clube, indigitados pelo Conselho Leonino, todos os outros membros propostos para integrarem esses Órgãos, fossem sujeitos individualmente à aprovação dos sócios, que passaram a ter 3 votos a mais, por cada 10 anos de filiação, sendo que as referidas atribuições do Conselho Leonino, que passou a ter 50 membros eleitos para além dos inerentes, continuavam a não ser impeditivas de que sócios efetivos e agora maiores de 18 anos, no gozo dos seus direitos e dispondo de um mínimo de 1000 votos, organizassem listas diferentes para submeter à Assembleia-Geral. Para além disso estes estatutos determinavam que os exercícios económicos anuais passavam a ser de 1 de Julho a 30 de Junho e reconheciam os Núcleos.
Em Setembro de 1981 foi adjudicada a obra do fecho do peão, orçada em 182500 contos, que previa a construção de uma nova bancada central com capacidade para 20 mil espetadores em cujos baixios se projetava o nascimento de 6 pavilhões, 20 ginásios e uma carreira de tiro, para além de áreas funcionais para os serviços administrativos, ficando assim o Sporting com capacidade para promover atividades desportivas a 25 mil praticantes. A obra viria a arrancar em Fevereiro de 1982, ou seja mesmo no fim desta Gerência, mas o restante projeto imobiliário do Sporting continuava enredado nas malhas da burocracia e das politiquices.
Nesta altura João Rocha endureceu o seu discurso em relação ao Totobola, que vivia do futebol mas apesar disso a Santa Casa da Misericórdia esquecia os clubes na hora da repartição dos lucros, isto enquanto decorriam negociações com a RTP para que os jogos de futebol passassem a ser transmitidos pela televisão.
No dia 28 de Janeiro de 1982 o Conselho Leonino decidiu propor à Assembleia Geral ordinária marcada para o dia 26 de Fevereiro, a recondução de Emídio Pinheiro, João Rocha e Nunes dos Santos na presidência dos órgão sociais do Clube, solicitando aos indigitados a indicação dos respetivos elencos a sujeitar ao sufrágio eleitoral, de acordo com os novos Estatutos, bem como incumbiu uma comissão delegada, composta por Mário José Garcia, Agostinho Abade, Valadão Chagas, Jorge Vieira e Mário da Cunha Rosa, de elaborar a lista dos 50 membros a submeter a votação para o Conselho Leonino do próximo biénio.
To-mane 14h43min de 8 de Novembro de 2011 (WET)