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Campeões nacionais.

O Sporting Clube de Portugal tinha vencido o Campeonato Nacional de Boxe de 1976 destronando o anterior bicampeão F.C. Porto, e em 1977 mantinha-se favorito. A 22 de julho de 1977 a modalidade estreou-se oficialmente no novíssimo Pavilhão de Alvalade, e Ricardo Ferraz continuava a ser o treinador da equipa.

O Campeonato Regional decorreu em setembro e outubro, por eliminatórias sucessivas a partir dos 1/8 de final. Nove boxers leoninos chegaram às finais a 14 de outubro de 1977 no Pavilhão dos Desportos: Luís Sousa em Mini-moscas, Diogo Garcia em Moscas, Paquito em Galos, João Magalhães em Plumas, Alfredo Galego em Ligeiros, João Salgueiro em Meios-médios-ligeiros, João Gato em Meios-médios, Vítor Pereira em Médios-ligeiros e António Oca em Pesados. Destes, apenas Diogo Garcia não se sagrou campeão, e assim os restantes ficaram qualificados para a prova nacional.

O Campeonato Nacional decorreu a 29 de outubro no Pavilhão Gimnodesportivo de Leiria, opondo os campeões do Sul aos do Norte em 11 combates, nos quais o Sporting participava em oito e o F.C. Porto em sete, com cinco combates que opunham diretamente os dois clubes. Foi a primeira vez que a prova se realizou fora de Lisboa ou Porto, e assim o público que encheu o pavilhão não era afeto maioritariamente a nenhum dos contendores.

Luís Sousa venceu Mário Teixeira do Fonte Moura em Mini-moscas, primeiro na balança já que acusava 3,5 kg a mais, e depois no ringue, num combate que já não decidia nada mas mesmo assim Ricardo Ferraz aproveitou para dar endurance e rotina a Luís Sousa. Seguiu-se Paquito que demolidor em Galos ao defrontar Albino Moreira do Porto, um pugilista duro e aguerrido, mas que teve que desistir no 2º assalto por esgotamento. João Magalhães defrontou outro pugilista do Porto, António Pereira, em Plumas. Magalhães exibiu a sua classe com ataques poderosos da direita, não dando descanso ao adversário, o qual teve que abandonar ao 2º assalto.

Com duas vitórias no confronto direto com o F.C. Porto, o Sporting encaminhava-se para a renovação no título. No entanto, o combate seguinte opôs Alfredo Galego e o portista Alberto Silva em Ligeiros. Os dois pugilistas já se tinham defrontado em julho com vitória do nortenho. O combate foi dificílimo, com Galego a sofrer duas contagens de proteção, com Silva mais poderoso e com melhores movimentos. Galego fez valer a sua excelente condição física, acabando o desgastante combate em boas condições, contrastando com o adversário esgotado. Apesar do equilíbrio da contenda, o júri acabou por atribuir a vitória a Galego. João Salgueiro defrontou o tri-campeão nacional Alcino Palmeiro do F.C. Porto em Meios-médios-ligeiros, quebrando no último assalto e perdendo aos pontos com justiça.

Em Meios-médios, João Gato realizava aquele que estava anunciado como o último combate da sua brilhante carreira. O grande capitão da equipa leonina tinha já anunciado a sua retirada da competição , despedindo-se no auge da sua carreira e coberto de glória. Depois de vencer no Campeonato Regional, agora defrontou Manuel Pereira do Porto, num combate que demorou apenas 20 segundos. Ainda no período de estudo do adversário, João Gato aplicou um golpe da direita no queixo, levando Pereira a cair ao chão e a não mais se levantar.

Vítor Pereira continuava sem adversários à altura em Médios-ligeiros, o que se voltou a verificar, ao vencer por falta de comparência do opositor nortenho. Acabou por realizar um combate de demonstração contra o Meio-pesado Cipriano Henriques do Porto, o qual também não teve adversário. Pereira venceu por desistência do adversário. Finalmente, António Oca defrontou José Moço do Fonte de Moura, com uma envergadura física excecional e evoluído tecnicamente. O combate foi empolgante, com o público de pé, e acabou com a vitória aos pontos de José Moço.

Com seis vitórias individuais contra três do Porto, o Sporting conquistava o Campeonato Nacional de Boxe pela 4ª vez.