Diferenças entre edições de "A Gerência 1938/39"

Edição atual desde as 22h42min de 27 de outubro de 2020

No dia 15 de Agosto de 1938 a Direcção de Joaquim Oliveira Duarte foi reeleita, com pequenas alterações na sua constituição:

A Direcção distingue as suas atletas

Nesta gerência verificou-se uma certa estagnação no crescimento do Clube, cujos grandes problemas continuaram por resolver, enquanto desportivamente este também não foi um dos anos mais brilhantes, havendo ainda que referir que no capitulo financeiro as despesas subiram, ao contrário das receitas que baixaram, apesar da cotização se manter à volta dos 360 contos/ano, mas a guerra trouxe a recessão e com ela a redução do movimento na Sede, sem esquecer que os jogos com clubes estrangeiros deixaram de ser uma opção para a realização de receitas extraordinárias.

Não se registaram desenvolvimentos na questão da construção do novo estádio, que continuava na dependência da CML, e enquanto as instalações do Campo Grande se iam deteriorando, o Sporting continuava a utilizar o Stadium de Lisboa, onde se fizeram algumas pequenas obras.

Entretanto já se começava a vislumbrar um novo problema em relação à Sede do Clube, cujas actuais instalações se revelavam caras e insuficientes, numa altura em que se falava na possibilidade da CGD comprar o Palácio da Foz, o que tornava mais urgente a necessidade do Sporting de encontrar uma nova casa.

O Futebol português entrara numa nova fase com o aparecimento dos Campeonatos Nacionais e da Taça de Portugal, e nesta época o Sporting apenas ganhou o cada vez menos importante Campeonato de Lisboa, o que acontecia pela sexta vez consecutiva, havendo ainda a registar a vitória no primeiro Campeonato Nacional de Juniores de Futebol, depois de mais um titulo regional neste mesmo escalão.

De resto, os custos com o Futebol foram reduzidos nesta gerência, mas em ordenados gastou-se cerca de 185 contos, mais de 30 só para o treinador e como as receitas baixaram muito, o prejuízo acentuou-se, revelando-se preocupante, ao mesmo tempo que se levantavam algumas vozes alertando para a necessidade de renovar a equipa principal e de se apostar mais na formação.

Para além disso o Atletismo atravessava uma crise de resultados, embora compensada por algumas vitórias da equipa feminina e dos Juniores, o que abria boas perspectivas para o futuro, mas esta modalidade também foi deficitária, tal como o Ciclismo, que continuava a ser a secção mais cara a seguir ao Futebol, embora a sua importância no Clube fosse reconhecida, mesmo que os resultados desportivos não correspondessem totalmente ao investimento feito, apesar das muitas vitórias conseguidas, mas faltava ganhar outra vez a Volta a Portugal.

O Andebol de 11 continuava a ser uma modalidade vencedora, dominando totalmente a nível regional, embora tenha falhado o título no primeiro Campeonato Nacional desta modalidade. O Hóquei em Patins foi outra modalidade onde o investimento aumentou, pelo que se tornou mais competitiva, mas acumulou um prejuízo a rondar os 2 contos, essencialmente resultante do facto do Clube não ter um rink próprio, outro problema que se impunha resolver.

Para além das modalidades atrás referidas, nesta altura praticava-se no Sporting, Basquetebol, Ténis de Mesa, Tiro, Natação, Ginástica e Ténis, havendo a registar o arranque do Voleibol, mais uma modalidade a fortalecer o ecletismo do Clube.

No final desta gerência que terminou em 5 de Agosto de 1939, o Sporting Clube de Portugal tinha 94 Filiais e 10 Delegações e continuava a gabar-se de ser a maior força desportiva do País, reclamando-se detentor de cerca de 700 títulos nacionais e regionais, somando as vitórias do Clube, às dos seus atletas nas competições individuais.

Nessa altura Francisco Rafael Rodrigues Júnior e José Palhares Costa foram aprovados como Sócios de Mérito e foi atribuída a Medalha de Mérito e Dedicação a Eduardo Oliveira Martins.

To-mane 14h35min de 24 de Outubro de 2011 (WEST)