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Dados de Gentil Cardoso GentilC.jpg
Nome Gentil Alves Cardoso
Nascimento 5 de Julho de 1906
Naturalidade Recife - Brasil
Posição Treinador
Escalão Época Clube Obs. Jogos V E D Titulos
1930 Sírio Libanês
1931 Bonsucesso
1932 Bonsucesso
1933 Olaria
1934 América
1935 Bonsucesso
1936 Bonsucesso
1937 Riograndense
1938 Cruzeiro
1939 Vasco da Gama
1939 Riograndense
1940
1941
1942 América
1943 Riograndense
1944 Riograndense
1945 Riograndense
1945 Fluminense
1946 Fluminense Campeonato Carioca
1947 Fluminense
1948 Corinthians
1948 Fluminense
1949 Flamengo
1950 Flamengo
1951 Cruzeiro
1952 Bonsucesso
1952 Vasco da Gama Campeonato Carioca
1953 Botafogo
1954 Botafogo
1954 Sport Recife
1955 Sport Recife Campeonato Pernambucano
1956
1957 Bangu
1958 Bangu
1959 Santa Cruz Campeonato Pernambucano
AA 1959 Brasil
1960 Náutico Campeonato Pernambucano
1961
1962
1ª Divisão 1963/64 SPORTING 31 20 6 5 Taça das Taças
Taça de Honra
1964 Portuguesa
1965 Bangu
1966
1967 Vasco da Gama
Total = 31 20 6 5

Antes de ganhar fama no futebol, Gentil Cardoso fez de tudo na vida: foi engraxador, empregado de mesa, padeiro e militar. Nunca foi jogador, mas como técnico ficou famoso não apenas pelas conquistas dos clubes que dirigiu, mas principalmente pelas frases que proferia, que o tornaram conhecido pelo "técnico filósofo":

Foi ele que inventou as expressões "zebra" e "cobra" que ficaram para sempre no riquíssimo dicionário do futebol brasileiro, como definições de "surpresa" e "craque".

Alguns dos seus ditos mais engraçados como os que se seguem, ainda hoje são recordados no Brasil:

A vitória não exige explicações, a derrota não merece desculpas, o empate não significa superioridade

O craque trata a bola de você, não de excelência

Só me chamam pra enterro, ninguém me convida pra comer bolo de noiva

A bola é feita de couro, o couro é tirado da vaca, e a vaca só gosta de grama. Portanto, bola não voa, é feita para rolar rasteira, quanto mais rasteira melhor

Ficou também famoso por usar um megafone nos treinos para se dirigir aos jogadores, mesmo que estivesse a poucos metros deles.

A maior parte da sua carreira como técnico foi passada no Rio de Janeiro, onde dirigiu quase todos os grandes "times": América, Bangu, Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo e Fluminense, tendo sido Campeão carioca em 1946 pelo Fluminense onde à chegada afirmou "Se vocês me deram Ademir, eu lhes darei o campeonato" e cumpriu, e em 1952 pelo Vasco da Gama onde acabou despedido após ter afirmado durante os festejos dessa conquista "Estou nos braços dos torcedores, que reconhecem o meu valor. Quem tem o povo ao seu lado não pode ter medo de nada, não pode perder o cargo que conquistou com muito sacrifício."

Trabalhou ainda em clubes paulistas, como Ponte Preta e Corinthians e em Pernambuco onde também fez história, pois foi o primeiro técnico a ser Campeão pelos três grandes clubes do Estado: Sport Recife em 1955, Santa Cruz em 1959 e Náutico em 1960.

Comandou a Selecção Brasileira que disputou a Copa América Extra de 1959, numa altura em que a seleção pernambucana foi convidada para representar a Confederação Brasileira de Desportos nessa competição, onde somou 2 vitórias e 2 derrotas, isto para além de uma vitória num jogo amistoso.

No exterior trabalhou no Equador ao serviço do Nacional, e em Portugal onde chegou ao Sporting em 1963 para substituir Juca, numa altura em que os Leões tinham fracassado na tentativa de contratar Bella Guttmann, auto intitulando-se como "o técnico mais antigo do mundo".

Porém, apesar de não ter durado muito tempo, tendo sido despedido em Março de 1964 depois de um empate em casa com o Olhanense, ficará ligado à história do Sporting como o treinador que iniciou a campanha vitoriosa da Taça das Taças, e aquele que dirigiu a equipa na maior goleada da história das competições europeias. Para além disso também ganhou a Taça de Honra dessa temporada.

Regressou ao Brasil afirmando então que ganhara mais dinheiro em 11 meses em Portugal, do que durante toda a sua carreira na América de Sul, tendo ainda trabalhado na Portuguesa, no Bangu e no Vasco da Gama.

Gentil Cardoso morreu no Rio de Janeiro a 8 de Setembro de 1970, mas mesmo nessa altura não perdeu o seu sentido de humor, e à entrada para o hospital dirigiu-se ao médico de serviço nestes termos:

Doutor, estou entrando na vertical. Vê se não saio na horizontal, porque técnico de futebol não pode trabalhar nessa posição. Não fica bem.

To-mane 21h03min de 25 de Março de 2010 (WET)