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Estádio anterior:
Estádio José Alvalade

Historial

Uma das traves mestras do chamado "Projecto Roquete" foi a construção de um estádio de última geração para substituir o velhinho e degradado Estádio José Alvalade.

Mas mais do que um estádio, a ideia passava por construir um verdadeiro Complexo desportivo e comercial, que pagasse e sustentasse toda a obra.

O Complexo Alvalade XXI inclui:

  • Edifício Visconde de Alvalade
  • Estádio José Alvalade que por imposição estatutária se continua a chamar José Alvalade (Art. 4 dos Estatutos), e que conta com 50095 lugares, todos sentados e cobertos
  • Edifício Multi-desportivo
  • Centro Comercial Alvaláxia
  • Clínica Médica
  • Health Club
  • Centro de Dia
  • Mundo Sporting, o novo museu do Clube.

O início de um sonho

Eis o futuro!

A ideia de construir um novo Estádio surgiu pouco após a tomada de posse do presidente Santana Lopes, iniciando uma grande transformação no Clube. Foram duas as principais razões que levaram a optar por construir um novo Estádio: o velhinho Estádio José Alvalade encontrava-se num estado de degradação tal que não era possível a sua recuperação e o conceito de estádio, que era o conceito dos estádios que se tinham feito naquela época, estava definitivamente ultrapassado. Assim, o novo Estádio devia ser muito mais do que apenas um recinto de futebol - devia ser uma infraestrutura com um conjunto de características que torna o futebol apenas parte da animação que se passa dentro do estádio.

Projecto apresentado 12 de Maio de 1999

Para o projecto de construção do novo Estádio contou-se com a colaboração dos construtores que tinham acompanhado o Arena - de relembrar que na altura o Estádio de Amesterdão era a fórmula mais recente e apelativa de construção daquele género. Tudo isto foi feito 2 anos antes da decisão que atribuiu a Portugal a organização do Europeu de 2004. Nessa altura, o projecto do Sporting já estava substancialmente avançado. O projecto foi primeiro apresentado na Assembleia Geral de 12 de Maio de 1999.

O projecto, desenhado pelo conhecido arquitecto Tomás Taveira, foi condicionado pelo tipo de imagem e conceito do Arena de Amesterdão, porém, possuía características únicas, inspiradas na época dos Descobrimentos: os mastros de sustentação fazem lembrar os mastros das naus portuguesas (aliás, inicialmente os mastros eram muito mais altos e imponentes mas foram reduzidos devido a condicionantes em termos de controlo do espaço aéreo); os tirantes eram as velas e a cobertura representava uma onda.

A construção do Estádio

O arquitecto Tomás Taveira

A construção do Alvalade XXI iniciou-se a 16 de Janeiro de 2001 em terrenos do Clube integrados no perímetro do actual Estádio José Alvalade, onde funcionavam os campos de treino. O custo do estádio propriamente dito foi calculado em 85 milhões de euros, valor que atingiria os 125 milhões de euros com os edifícios adjacentes - zona comercial e de lazer, piscinas, centro poli-desportivo e sede do Sporting.

O Alvalade XXI foi construído em sistema de project finance montado através da utilização de capitais próprios do Clube, financiamento bancário e acordos com o Estado Português (apoio proporcionado no âmbito da organização do Euro 2004) e Câmara Municipal de Lisboa (renovação das vias de acesso).

Penalização por ir à frente

No desporto são premiados os que vencem, os que chegam em primeiro. Tal não aconteceu na construção do novo Estádio José Alvalade, tendo o Clube sofrido uma penalização de 6 128 913€. A história é simples. O Sporting iniciou o projecto de engenharia em 1999, lançou o concurso da principal empreitada a 6 de Outubro de 2000, consignou os trabalhos a 15 de Janeiro de 2001 e a obra começou logo no dia seguinte.

O projecto, como não podia deixar de ser, cumpria todas as exigências máximas de segurança estabelecidas pela FIFA e pela UEFA. Porém, a 7 de Junho de 2001, quase seis meses depois do arranque das obras do novo estádio, o Instituto Nacional do Desporto criou uma nova legislação que regulamentava condições técnicas e de segurança mais apertadas do que as das instâncias internacionais do futebol. Consequências? O Sporting foi obrigado a fazer alterações no projecto, levando a um atraso de 4 a 5 meses na empreitada inicial de execução da estrutura do estádio; reformulação dos projectos de execução; custos adicionais de construção resultantes do aumento significativo das dimensões dos acessos horizontais e verticais; redução do número de lugares inicialmente previsto; exposição do Sporting a pedidos de indemnização de empreiteiros...

Todos os outros estádios de raiz integrados do Europeu de 2004 iniciaram-se após a publicação da nova legislação. Moral da história: em Portugal, ser pioneiro dá direito a penalização.

Aspectos técnicos

Pormenor da construção

Distribuição de Lugares:

  • Bancada Inferior - 24.242
  • Bancada Superior - 21.970
  • Lugares de Camarote - 1.512
  • Lugares VIP e Business - 1.968
  • Lugares de Tribuna - 130
  • Lugares para Deficientes Motores - 50
  • Lugares de Imprensa - 204

Estimativas das quantidades de trabalho: Escavação - 500.000 m3; Betão "in situ" - 108.000 m3; Armaduras - 14.200.000 Kg; Cofragens - 357.000 m2; Lajes Alveolares - 62.000 m2; Bancadas - 31.000 m2

Movimentos de terra: o enorme volume de terras escavado e transportado, cerca de 400 fretes de camião por dia, foi efectuado por forma a possibilitar a utilização do antigo Estádio José Alvalade com o mínimo de restrições.

Meios mecânicos dados os enormes volumes de betão em causa, optou-se por instalar na obra uma central de fabrico de betão pronto com uma capacidade de cerca de 80 m3/hora. Para a movimentação de todos os materiais de forma rápida foi necessário dotar a obra de 13 gruas torre de grande alcance e capacidade e cerca de 6 gruas automóvel com capacidades desde as 50 toneladas às 500 toneladas de capacidade bruta. Não fossem as restrições resultantes do controlo do espaço aéreo e ainda se teriam montado mais gruas e mais altas.

As cores da discórdia

Ricardo Taveira, o autor dos azulejos que decoram Alvalade XXI

Ricardo Taveira foi o autor dos azulejos que decoram o Estádio, um material inédito da construção de recintos desportivos. No entanto, a ideia partiu do arquitecto Tomás Taveira.

Foram utilizadas como referência os símbolos do Sporting e as suas cores base. Os diversos padrões de azulejos, criados com o auxílio informático, levaram a uma utilização de elementos artísticos diferenciados em detrimento de elementos monotonamente iguais.

A principal vantagem na utilização dos azulejos é a não efemerização, como acontece com o reboco, por exemplo. Para além disso, a cerâmica tem um valor visual muitíssimo mais importante.

Ricardo Taveira defende que o efeito é "surpreendente" e que "um artista cria acima de tudo de acordo com as suas crenças, certezas e dúvidas. O público escolhe, elege, aceita, ou rejeita..."

A contribuição dos sócios

As bancadas cheias de Sportinguistas

A ideia de um novo estádio foi sempre bem acolhida pelos sócios e adeptos do Sporting, apesar do afecto pelo velhinho estádio, palco de grandes conquistas. Esta adesão transformou-se em entusiasmo quando o Sporting lançou no início de 2002 a venda dos chamados Lugares Especiais, uma forma de corresponder ao interesse manifestado pelo novo estádio e, ao mesmo tempo, de contribuir para o financiamento da construção.

Os Lugares Especiais representam um vínculo histórico ao Clube. Os titulares asseguram o direito de preferência do seu lugar durante 20 anos para todos os espectáculos e um conjunto de regalias que lhe estão associadas. A aquisição dos Lugares Especiais - os melhores do Estádio - foi estabelecida em função da assinatura de um contrato com o Clube, a Assinatura de Leão, a que correspondeu o pagamento inicial de verbas entre os 500€ e os 5000€, consoante a localização dos lugares e as regalias associadas.

O sucesso foi imediato: o Sporting vendeu cerca de 90% dos lugares, de um total de 7800, em menos de oito meses. Este sucesso levou a que o Sporting disponibilizasse mais três sectores, num total de cerca de 740 novos lugares.

A inauguração

A preparação para a cerimónia de inauguração começou dias antes. No dia 22 de Julho de 2003, o Sporting já testava a luz, o som e os painéis electrónicos do novo Estádio. As balizas já estavam instaladas, bem como as marcações no tapete verde.

Chegou então o dia pelo qual todos estavam à espera, o dia 6 de Agosto de 2003. A abertura das portas estava marcada para as 18h30, mas os sportinguistas começaram a chegar bem mais cedo, ainda antes da hora do almoço. Assim que as portas se abriram, logo as bancadas se encheram de sportinguistas. À hora marcada, 20h45, iniciou-se o espectáculo. A presença de cortinas em volta do recinto, nas quais se projectou a grandeza do Sporting, mantiveram o mistério sobre a globalidade do cenário até ao último momento.

"O Amor Há-de Vencer", interpretado por Dulce Pontes, uma vez caídas as cortinas e inaugurado o Estádio por um gesto do presidente da República Jorge Sampaio, foi uma das imagens mais marcantes daquela memorável noite. Foi possível acompanhar ainda a recriação do emblema do Clube por centenas de figurantes na zona central do relvado e, finalmente, a entrada dos jogadores em campo, apresentados um a um, para grande regozijo de todos os sportinguistas.

O capitão Pedro Barbosa foi o primeiro a pisar o relvado. O saudoso Jesus Correia deu o pontapé de saída e coube a Silva iniciar o jogo depois do primeiro apito do árbitro Duarte Gomes. Vinte e cinco minutos depois, Luís Filipe marcou o primeiro golo da vida do novo Estádio, batendo Barthez a passe de Rui Jorge.

O Manchester United não teve argumentos para o Sporting, numa noite em que se fez história. João Pinto foi uma das figuras da noite, ao apontar mais dois golos (61 e 80 m). O Manchester só conseguiu reduzir o marcador através de um autogolo de Hugo Vieira aos 87 minutos.

O jovem Cristiano Ronaldo realizou uma grande exibição, ao ponto de convencer logo ali os responsáveis pelo clube inglês a pagarem os 15 milhões € constantes na sua cláusula de rescisão.

<video id="7bVuKjwPNV8" width="200" position="center" desc="Inauguração - parte 1/3"/> <video id="FPzX2sjPDeI" width="200" position="center" desc="Inauguração - parte 2/3"/> <video id="JwKqhWmzOMM" width="200" position="center" desc="Inauguração - parte 3/3"/>

Desde então...

A nível desportivo, o novo Estádio José Alvalade recebeu logo a 24 de Setembro de 2003 o primeiro jogo das competições europeias, com vitória leonina por 2-0 sobre o Malmoe. O novo recinto foi também palco de vários jogos do Europeu de 2004 e recebeu a Final da Taça UEFA de 2005, na qual o Sporting foi um dos finalistas, tendo perdido por 3 - 1 com o CSKA de Moscovo.

Aproveitando a multiplicidade de eventos que se podem realizar no Estádio, este já foi palco de grandes eventos, como os concertos dos U2 e Rolling Stones, bem como o Sarau da Ginástica do Sporting.

Hino de Alvalade XXI

O futuro vai começar / É aqui, o ponto de partida
O nome irá perdurar... Alvalade / Saborear a eternidade
Serão noites mágicas / De encantar, nestas bancadas
Pouco importa o lugar / Esta aqui... é a nossa casa,
Mas creio que mereces muito mais / Por isso estamos cá
Porque as glórias são intemporais / És o nosso paraíso terreno
ALVALADE XXI
A história que vais escrever / Vai brilhar verde e branco
E nunca te podes esquecer / Dos heróis... que contigo sonharam
Mas sinto que a glória vai continuar / Por isso estamos cá
A memória não vai apagar / Tens o passado mesmo aqui ao lado
ALVALADE XXI
ALVALADE
Este majestoso cenário
Esta viagem por três gerações / A defender os teus valores
O cofre onde guardo o coração / Por isso estamos cá
Dentro deste nobre vulcão / Tu és o centro do nosso império
ALVALADE XXI
ALVALADE
ALVALADE XXI
ALVALADE

Letra: Miguel d'Almada / Luciano Ligabué