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Com Cândido de Oliveira tinha nascido uma nova grande equipa, que rapidamente fizera esquecer aquela que Joseph Szabo formara e onde pontificavam jogadores como Soeiro, Pireza, Mourão João Cruz e Rui Araújo e Faustino entre outros.

Agora chegara o tempo dos Cinco Violinos e o Sporting era tri-Campeão Nacional e tinha ganho duas Taça de Portugal e apenas o escândalo e Santo Tirso manchara o percurso desta equipa, que ganhara seis competições consecutivamente, falhando a sétima apenas por desleixo e menosprezo de um adversário da 3ª divisão

Os sportinguista consideravam-se orgulhosamente como uma das melhores equipas da Europa e agora só tinham olhos para a Taça Latina, uma nova competição onde se defrontavam os Campeões de Portugal, Espanha, França e Itália.

Durante um ano o Sporting preparou-se afincadamente para a nova competição, realizando nove jogos com clubes estrangeiros, perdendo apenas dois, empatando um e registando algumas vitórias memoráveis, como as goleadas de 8-2 ao Lille e ao Norrkoeping, e a vitória por 6-3 sobre o Atlético de Madrid, na Capital espanhola.

Foi precisamente em Espanha que se realizou a primeira edição da Taça Latina, cabendo ao Sporting defrontar o Torino, Campeão de Itália, que recentemente tinha perdido alguns jogadores num acidente de aviação.

Foi pois num clima de alguma hostilidade, resultante também duma natural solidariedade e simpatia despertada pelos italianos, que o Sporting garantiu o seu lugar na Final, derrotando o Torino por 3-1, com golos de Peyroteo, que no entanto se lesionou, ficando limitado para o jogo decisivo, onde o adversário era a equipa da casa, o Barcelona, com a qual o Sporting havia perdido por 4-1 em Setembro de 1948.

A grande Final disputou-se no Estádio Metropolitano de Madrid, a 3 de Julho de 1949 e o Sporting alinhou com: Azevedo; Manecas e Juvenal; Canário, Octávio Barrosa e Veríssimo; Jesus Correira, Travaços, Peyoteo, Vasques e Albano.

Logo aos 9 minutos Seguer inaugurou o marcador, mas Jesus Correia empatou um pouco antes da meia-hora e o intervalo chegou com as equipas empatadas a uma bola.

Com Peyroteo limitado e implacavelmente marcado por Curta, Azevedo acabou por ser a figura dos leões, com um punhado de grandes defesas, que seguraram o resultado até que aos 60 minutos Basora colocou os catalães em vantagem.

Reagiu o Sporting que nos minutos finais demonstrou melhor condição física do que o Barcelona, mas Jesus Correia desperdiçou a grande oportunidade dos Leões, errando o alvo com a baliza aberta a dois minutos do fim, quando o Sporting já merecia o golo que teria levado as equipas para um prolongamento.

Apesar da derrota a equipa teve direito a um lanche na Embaixada de Portugal e foi recebida em Portugal com entusiasmo pelos adeptos, que consideraram aquela prestação como uma vitória moral, numa altura em que o futebol português vivia muito delas.


To-mane 15h06min de 20 de Outubro de 2008 (WEST)