No dia 29 de Janeiro de 1951 a Direcção de Ribeiro Ferreira foi reeleita, com pequenas alterações, tomando posse no dia 22 de Fevereiro:
O Festival no Pavilhão dos Desportos 
O Sporting é recebido na Sede do Vasco da Gama 
As grandes figuras dos Órgãos Sociais do Sporting Com o Futebol a atravessar um momento de grande fulgor, a reeleição de Ribeiro Ferreira foi tranquila, ficando assinalada pela novidade do ato eleitoral ter decorrido no inicio da Assembleia Geral ordinária que fora convocada para o efeito, e não no fim como era costume, o que permitiu que o recorde de votantes fosse batido em apenas hora e meia, numa votação que decorreu entre as 18 horas e as 21.30, altura em que se entrou nos outros pontos da ordem de trabalhos, onde foram aprovados o plano financeiro das obras do campo, o regulamento da Assembleia Geral e o Relatório e Contas daquela Gerência.
No plano financeiro das obras do campo previa-se a antecipação da venda e marcação de lugares cativos e uma subscrição reembolsável de títulos no valor de 10$00 cada, os quais foram apelidados de "lagartos".
Nesta altura o conhecido sócio Sobral Júnior, chegou a apresentar uma proposta que visava a liquidação antecipada da dívida referente à aquisição da Sede, através de uma quota extraordinária no valor de 4$00. No entanto perante algumas dúvidas levantadas no que diz respeito à obrigatoriedade dessa contribuição, a referida proposta acabou por ser retirada, o que não impediu que muitos sócios tenham aderido à ideia.
Em Março o Sporting organizou um grandioso festival no Pavilhão dos Desportos que encheu de ponta a ponta. Mais de 200 atletas desfilaram em parada representando as 14 modalidades do Clube. Seguiram-se as atuações da patinadora Maria Antónia de Vasconcelos e das classes de Ginástica, um jogo de Basquetebol em que o Sporting defrontou o Campo de Ourique, e jogos de exibição de Andebol de 7 e de Futebol de Salão, uma novidade que despertou muita curiosidade, com os jogadores do plantel principal do Sporting a formarem as duas equipas em confronto.
De resto o Sporting continuou a apostar nas grandes organizações e em Maio trouxe a Portugal o famoso espetáculo americano de patinagem artística "Holiday on Ice", que atuou com grande sucesso no Campo Pequeno em Lisboa e no Campo da Constituição no Porto. Em Julho o Sporting voltou a trazer os Globetrotters a Lisboa.
Em termos desportivos o Sporting regressou às vitórias no Futebol, ao conquistar o seu 6º Campeonato Nacional, numa altura em que o prestigio internacional do Clube já era enorme, isto apesar das participações na Taça Latina disputada em Itália e no Torneio do Campeões que se realizou no Brasil, não terem corrido de acordo com as expectativas.
Mas este foi um ano desportivamente muito rico, com títulos nas duas variantes do Andebol, no Basquetebol e no Voleibol, onde há referir a aposta numa equipa feminina.
O Atletismo continuou a ganhar mas teve um ano de menor fulgor nos seniores, havendo a destacar o trabalho realizado no sentido de tornar a equipa feminina novamente competitiva e a participação de Filipe Luís na Corrida de São Silvestre em São Paulo, onde foi 11º classificado.
Depois de várias épocas em que a secção de Ciclismo fora a segunda mais dispendiosa do Clube sem conseguir os resultados desportivos que se esperavam, neste ano o Sporting resolveu apostar numa equipa jovem, abdicando da participação na Volta a Portugal. Mesmo assim os ciclistas do Sporting conquistaram 4 títulos nacionais e 3 regionais, sendo de realçar a presença de Américo Raposo no Campeonato do Mundo da modalidade.
O Automobilismo foi outra secção em destaque com os pilotos leoninos a conseguirem excelentes resultados, com destaque para o Conde de Monte Real que foi Campeão Nacional de Rampas. Em Janeiro, 6 equipas representaram o Sporting Clube de Portugal no famoso Rali de Monte Carlo, onde a dupla formada pelo Conde de Monte Real e Manuel José Palma obteve um excecional 2º lugar, apesar do seu Ford não ser um dos melhores carros em prova e de não terem apoio mecânico da marca. Há ainda a referir a realização por parte do Sporting de um rali noturno.
A Natação foi retomada a título experimental, enquanto o Râguebi continuou a viver com alguma instabilidade, numa altura em que no Clube também se praticava Ténis de Mesa, Tiro, Ginástica, Ténis e Patinagem.
Em termos financeiros esta gerência teve um balanço final positivo de mais de 317 contos, embora a atividade desportiva tenha sido deficitária em cerca de 300 contos, largamente compensados pelas receitas da cotização que chegaram aos 1470 contos, isto apesar de um ligeiro decréscimo no número de sócios.
Os gastos com o Futebol ascenderam aos 1790 contos, enquanto as receitas atingiram os 1933 contos, um lucro essencialmente resultante da participação no Torneio dos Campeões que rendeu 636 contos, ao contrário da Taça Latina que resultou num prejuízo de mais de 30 contos.
O Atletismo foi a segunda modalidade mais dispendiosa com cerca de 173 contos, logo seguida pelo Ciclismo que apesar do emagrecimento da secção custou um pouco mais do que 138 contos. O Ténis foi a par do Futebol a única modalidade que deu lucro.
O Boletim do Sporting continuava a ser um instrumento fundamental na política de expansão do Clube, mas deu um prejuízo de 47350$.
Nesta Gerência que terminou em 30 de Janeiro de 1952, a Direção prosseguiu com as obras de melhoramento na Sede, enquanto o projeto de iluminação do Estádio também ficou concluído, mas neste caso as obras continuaram paradas. Foram ainda criados os Serviços Médicos do Clube e o respetivo regulamento, mais um motivo de orgulho para os sportinguistas, que continuavam a poder gabar-se do seu Clube ser a maior força desportiva do País e já com um grande prestígio no estrangeiro.
To-mane 20h10min de 26 de Outubro de 2011 (WEST)