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− | No dia 14 de Agosto de 1936 a Direcção de [[Joaquim Oliveira Duarte]] foi reeleita, novamente com algumas alterações na sua constituição: | + | {| style="width:100%; border:1px solid #cccccc; -moz-border-radius:10px; background:#E1EFC2; text-align: center;" |
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| + | No dia 14 de Agosto de 1936 realizou-se a estatutária Assembleia Geral eleitoral, que na ocasião foi animada pela existência de uma lista de oposição, liderada por José Barreiros e da qual faziam parte alguns prestigiados sócios como [[Palma Carlos]], [[Afonso Salcedo]] e [[Nunes Frade]], estes dois últimos que curiosamente também integravam as listas propostas por [[Joaquim Oliveira Duarte]]. |
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| + | Esta novidade chamou à Sede do Sporting mais de 500 sócios, tendo a reunião terminado por volta das 3.30h, altura em que foi anunciada a reeleição, com cerca de dois terços dos votos, da Direcção de [[Joaquim Oliveira Duarte]], que tinha algumas alterações na sua constituição: |
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− | |Presidente||[[Joaquim Oliveira Duarte]]|| | + | |Presidente||[[Joaquim Oliveira Duarte|Joaquim Guerreiro de Oliveira Duarte]]|| |
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− | |Vice Presidente||[[Retamoza Dias|Álvaro Retamoza Dias]]|| | + | |Vice Presidente||[[Retamoza Dias|Álvaro Luís Retamoza Dias]]|| |
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| |Tesoureiro||José Dias Filipe|| | | |Tesoureiro||José Dias Filipe|| |
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− | |Secretário Geral||Carlos Queiroga Tavares|| | + | |Secretário Geral||[[Queiroga Tavares|Carlos Queiroga Tavares]]|| |
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| |Secretário Adjunto||Ernesto Fernandes|| | | |Secretário Adjunto||Ernesto Fernandes|| |
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− | |Vogal Efectivo||Francisco Gonçalves Franco|| | + | |Vogal Efectivo||[[Francisco Franco|Francisco Gonçalves Franco]]|| |
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| |Vogal Efectivo||[[Francisco Rafael Rodrigues Júnior]]|| | | |Vogal Efectivo||[[Francisco Rafael Rodrigues Júnior]]|| |
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| |Vogal Suplente||Tomás Gonçalves Pereira Júnior || | | |Vogal Suplente||Tomás Gonçalves Pereira Júnior || |
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− | |Vogal Suplente||Filipe Cornado|| | + | |Vogal Suplente||Filipe Joaquim Conrado|| |
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| + | Esta Gerência que tomou posse no dia 17 de Agosto de 1936 e terminou em 12 de Agosto de 1937, ficou marcada por várias decisões muito importantes, algumas delas fundamentais para os êxitos que o Clube viria a conseguir nos anos seguintes. |
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| + | Não tendo possibilidades para comprar os terrenos que ocupava no Campo Grande, a Direcção de [[Joaquim Oliveira Duarte]], mantendo as condições de arrendamento anteriormente contratualizadas com a Câmara Municipal de Lisboa, conseguiu alargar esse contrato até 1970, período considerado mais do que suficiente para que até lá o Clube se pudesse tornar finalmente proprietário dos referidos terrenos. |
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| + | Foi também nesta altura que o Sporting graças ao seu vice-presidente [[Retamoza Dias|Álvaro Retamoza Dias]], conseguiu o arrendamento do [[Estádio do Lumiar]] em condições muito vantajosas, o que permitiria ao Clube passar a dispor de um excelente recinto desportivo, para ser utilizado enquanto decorressem as obras projectadas para a [[Estância de Madeira]]. |
| + | [[Imagem:Proj37.JPG|thumb|200px|left|<center>A maqueta do novo Estádio do Sporting</center>]] |
| + | Assim a Direcção do Sporting tinha a convicção de poder avançar finalmente para a construção de um novo Estádio, cujo projecto foi apresentado aos sócios numa Assembleia Geral extraordinária que decorreu no dia 9 de Junho de 1937, onde as propostas da Direcção foram entusiasticamente aprovadas, sendo criada a Comissão Executiva do Estádio do Sporting (CEES). |
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| + | O projecto da autoria do arquitecto Raul Tojal, previa a construção de um novo estádio, que ficaria situado nos terrenos ocupados pelas instalações desportivas que o Clube utilizava na altura e a faixa que tinha sido recentemente adquirida pelo Sporting, estimando-se que o custo total da obra rondaria os 3500 contos, que a Direcção planeava obter através da redução de despesas, do aumento da valor das cotas em 1$00, da venda de lugares cativos, das contribuições dos sócios, de contratos de exploração dos espaços do novo estádio, de organizações para angariação de fundos e de subsídios das entidades oficiais. |
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| + | Previa-se que o novo estádio fosse construído estruturalmente em cimento armado, assim como a cobertura da bancada central e o anfiteatro constituído por camarotes e bancadas central e laterais, havendo ainda o peão, estimando-se uma lotação para 32100 espectadores, que poderia no entanto chegar aos 40000. |
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| + | Por baixo das bancadas e do peão seriam construídos vestiários e respectivos balneários para as equipas e árbitros, sala médica e enfermarias, dependências para os corpos directivos, sala de palestras, ginásios, salão de festas, museu, bufetes e WC's públicos e privados. O campo de [[Futebol]] seria relvado e rodeado por uma pista de [[Atletismo]] e caixa de saltos, havendo ainda um campo para o [[Basquetebol]] e edifícios destinados à parte administrativa e às bilheteiras. |
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| + | Em termos financeiros o Sporting continuava a viver uma excelente situação e o Relatório Contas apresentou um saldo positivo que ultrapassava os 12 contos, isto apesar de algumas despesas extraordinárias, nomeadamente 5 contos com o projecto do novo estádio, 16 contos para a liquidação da compra da Faixa Talone e 34 contos de siza e escritura de arrendamento do terreno onde estavam as instalações desportivas do Clube. Sendo ainda de referir que a conta corrente do [[Futebol]] tinha um saldo negativo de quase 62 contos, resultantes de uma receita de 254 contos, contra uma despesa de 316 contos, dos quais 143 eram para a assistência aos jogadores e 35 para os ordenados dos treinadores. |
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| + | No que diz respeito ao treinador de [[Futebol]], nesta época verificou-se mais uma jogada de mestre de [[Joaquim Oliveira Duarte]], que se antecipou ao FC Porto, quando este clube se preparava para recuperar o técnico [[Joseph Szabo]], trazendo aquele treinador húngaro para o Sporting, mesmo que para isso tivesse de despedir [[Wilhelm Possak]] e de fazer um contrato nunca antes visto, que previa prémios de jogo substanciais. Os resultados não foram imediatos, mas o futuro daria razão ao Presidente e, [[Joseph Szabo]] ficaria na história do Clube como o treinador com mais jogos realizados e títulos conquistados ao serviço do Sporting. |
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| + | Desportivamente a época não foi das melhores, mas mesmo assim a equipa de [[Futebol]] conseguiu um até aí inédito tetra-campeonato regional e atingiu mais uma vez a Final do Campeonato de Portugal, que perdeu para o FC Porto. No [[Ciclismo]] o Sporting manteve-se como a melhor equipa do pelotão nacional, com [[Alfredo Trindade]] a brilhar no Brasil e, o [[Atletismo]] continuou a somar títulos e recordes, iniciando a sua actividade no sector feminino. No [[Tiro]] o Sporting também manteve uma posição destaque no panorama da modalidade. |
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− | Esta Gerência que terminou em 12 de Agosto de 1937, ficou marcada por mais uma jogada de mestre de [[Joaquim Oliveira Duarte]], que se antecipou ao FC Porto, quando este clube se preparava para recuperar o técnico [[Joseph Szabo]], trazendo aquele treinador húngaro para o Sporting, mesmo que para isso tivesse de despedir [[Wilhelm Possak]] e de fazer um contrato nunca antes visto, que previa prémios de jogo substanciais.
| + | Nesta altura o Sporting mantinha em actividade 13 modalidades, que durante esta Gerência, em conjunto conquistaram 68 troféus para o Clube, que com 31 anos de existência já contabilizava cerca de 600 títulos, entre as competições colectivas e individuais, regionais e nacionais. |
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− | Desportivamente a época não foi grande coisa, com o Futebol a conseguir apenas um até aí inédito tetra-campeonato regional, enquanto as despesas subiram ligeiramente, com a modalidade rainha a custar só à sua conta cerca de 316 contos, mas a cotização também continuava a crescer, pelo que no final da Gerência o Relatório Contas apresentava um saldo positivo que ultrapassava os 12 contos.
| + | Para além das principais modalidades. o Sporting praticava [[Andebol 11|Andebol]], [[Basquetebol]], cuja a equipa principal chegou à Final do Campeonato de Portugal, [[Hóquei em Patins]], [[Ténis de Mesa]], [[Esgrima]], [[Ginástica]], com cerca de 300 atletas inscritos, tendo o Sporting participado no II Concurso de Ginástica Educativa, [[Ténis]], [[Natação]] e [[Motociclismo]], com 55 entusiastas em acção. |
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− | Foi também nesta altura que o Sporting graças ao seu vice-presidente [[Retamoza Dias|Álvaro Retamoza Dias]], conseguiu o arrendamento do [[Stadium de Lisboa]] em condições muito vantajosas, embora tenha continuado a utilizar as instalações do Campo Grande.
| + | Durante este período inscreveram-se mais 12 filiais e 1 delegação, que assim passaram a ser 86 e 9 respectivamente, mantendo-se o número de sócios à volta dos 5 mil, o que correspondia a uma cotização de 346 contos. |
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| [[Categoria:Direcções|1936/37]] | | [[Categoria:Direcções|1936/37]] |
Edição atual desde as 22h34min de 27 de outubro de 2020
No dia 14 de Agosto de 1936 realizou-se a estatutária Assembleia Geral eleitoral, que na ocasião foi animada pela existência de uma lista de oposição, liderada por José Barreiros e da qual faziam parte alguns prestigiados sócios como Palma Carlos, Afonso Salcedo e Nunes Frade, estes dois últimos que curiosamente também integravam as listas propostas por Joaquim Oliveira Duarte.
Esta novidade chamou à Sede do Sporting mais de 500 sócios, tendo a reunião terminado por volta das 3.30h, altura em que foi anunciada a reeleição, com cerca de dois terços dos votos, da Direcção de Joaquim Oliveira Duarte, que tinha algumas alterações na sua constituição:
Esta Gerência que tomou posse no dia 17 de Agosto de 1936 e terminou em 12 de Agosto de 1937, ficou marcada por várias decisões muito importantes, algumas delas fundamentais para os êxitos que o Clube viria a conseguir nos anos seguintes.
Não tendo possibilidades para comprar os terrenos que ocupava no Campo Grande, a Direcção de Joaquim Oliveira Duarte, mantendo as condições de arrendamento anteriormente contratualizadas com a Câmara Municipal de Lisboa, conseguiu alargar esse contrato até 1970, período considerado mais do que suficiente para que até lá o Clube se pudesse tornar finalmente proprietário dos referidos terrenos.
Foi também nesta altura que o Sporting graças ao seu vice-presidente Álvaro Retamoza Dias, conseguiu o arrendamento do Estádio do Lumiar em condições muito vantajosas, o que permitiria ao Clube passar a dispor de um excelente recinto desportivo, para ser utilizado enquanto decorressem as obras projectadas para a Estância de Madeira.
A maqueta do novo Estádio do Sporting
Assim a Direcção do Sporting tinha a convicção de poder avançar finalmente para a construção de um novo Estádio, cujo projecto foi apresentado aos sócios numa Assembleia Geral extraordinária que decorreu no dia 9 de Junho de 1937, onde as propostas da Direcção foram entusiasticamente aprovadas, sendo criada a Comissão Executiva do Estádio do Sporting (CEES).
O projecto da autoria do arquitecto Raul Tojal, previa a construção de um novo estádio, que ficaria situado nos terrenos ocupados pelas instalações desportivas que o Clube utilizava na altura e a faixa que tinha sido recentemente adquirida pelo Sporting, estimando-se que o custo total da obra rondaria os 3500 contos, que a Direcção planeava obter através da redução de despesas, do aumento da valor das cotas em 1$00, da venda de lugares cativos, das contribuições dos sócios, de contratos de exploração dos espaços do novo estádio, de organizações para angariação de fundos e de subsídios das entidades oficiais.
Previa-se que o novo estádio fosse construído estruturalmente em cimento armado, assim como a cobertura da bancada central e o anfiteatro constituído por camarotes e bancadas central e laterais, havendo ainda o peão, estimando-se uma lotação para 32100 espectadores, que poderia no entanto chegar aos 40000.
Por baixo das bancadas e do peão seriam construídos vestiários e respectivos balneários para as equipas e árbitros, sala médica e enfermarias, dependências para os corpos directivos, sala de palestras, ginásios, salão de festas, museu, bufetes e WC's públicos e privados. O campo de Futebol seria relvado e rodeado por uma pista de Atletismo e caixa de saltos, havendo ainda um campo para o Basquetebol e edifícios destinados à parte administrativa e às bilheteiras.
Em termos financeiros o Sporting continuava a viver uma excelente situação e o Relatório Contas apresentou um saldo positivo que ultrapassava os 12 contos, isto apesar de algumas despesas extraordinárias, nomeadamente 5 contos com o projecto do novo estádio, 16 contos para a liquidação da compra da Faixa Talone e 34 contos de siza e escritura de arrendamento do terreno onde estavam as instalações desportivas do Clube. Sendo ainda de referir que a conta corrente do Futebol tinha um saldo negativo de quase 62 contos, resultantes de uma receita de 254 contos, contra uma despesa de 316 contos, dos quais 143 eram para a assistência aos jogadores e 35 para os ordenados dos treinadores.
No que diz respeito ao treinador de Futebol, nesta época verificou-se mais uma jogada de mestre de Joaquim Oliveira Duarte, que se antecipou ao FC Porto, quando este clube se preparava para recuperar o técnico Joseph Szabo, trazendo aquele treinador húngaro para o Sporting, mesmo que para isso tivesse de despedir Wilhelm Possak e de fazer um contrato nunca antes visto, que previa prémios de jogo substanciais. Os resultados não foram imediatos, mas o futuro daria razão ao Presidente e, Joseph Szabo ficaria na história do Clube como o treinador com mais jogos realizados e títulos conquistados ao serviço do Sporting.
Desportivamente a época não foi das melhores, mas mesmo assim a equipa de Futebol conseguiu um até aí inédito tetra-campeonato regional e atingiu mais uma vez a Final do Campeonato de Portugal, que perdeu para o FC Porto. No Ciclismo o Sporting manteve-se como a melhor equipa do pelotão nacional, com Alfredo Trindade a brilhar no Brasil e, o Atletismo continuou a somar títulos e recordes, iniciando a sua actividade no sector feminino. No Tiro o Sporting também manteve uma posição destaque no panorama da modalidade.
Nesta altura o Sporting mantinha em actividade 13 modalidades, que durante esta Gerência, em conjunto conquistaram 68 troféus para o Clube, que com 31 anos de existência já contabilizava cerca de 600 títulos, entre as competições colectivas e individuais, regionais e nacionais.
Para além das principais modalidades. o Sporting praticava Andebol, Basquetebol, cuja a equipa principal chegou à Final do Campeonato de Portugal, Hóquei em Patins, Ténis de Mesa, Esgrima, Ginástica, com cerca de 300 atletas inscritos, tendo o Sporting participado no II Concurso de Ginástica Educativa, Ténis, Natação e Motociclismo, com 55 entusiastas em acção.
Durante este período inscreveram-se mais 12 filiais e 1 delegação, que assim passaram a ser 86 e 9 respectivamente, mantendo-se o número de sócios à volta dos 5 mil, o que correspondia a uma cotização de 346 contos.
To-mane 22h31min de 23 de Outubro de 2011 (WEST)