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A 24 de Junho de 1923 disputou-se em Faro a Final da 2ª edição dos Campeonatos de Portugal, pondo frente a frente [[Sporting Clube de Portugal]] e Académica de Coimbra.
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[[Imagem:22-23.jpg|thumb|center|Em baixo: Torres Pereira, Jaime Gonçalves, Francisco Stromp, João Francisco e Emílio Ramos; Ao meio: José Leandro, Filipe dos Santos e Henrique Portela; Em cima: Joaquim Ferreira, Cipriano dos Santos e Jorge Vieira|600 px]]
  
O Sporting alinhou com: [[Cipriano]], [[Jorge Vieira]], [[Joaquim Ferreira]], [[José Leandro]], [[Filipe dos Santos]], [[Portela]], [[Torres Pereira]], [[João Francisco]], [[Jaime Gonçalves]], [[Francisco Stromp]] e [[Ramos]].
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===Campeões Nacionais===
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Depois da experiência inicial da [[1921/22|época anterior]] que se tinha limitado ao confronto entre os Campeões de Lisboa e do Porto, a 2ª edição dos Campeonatos de Portugal já contou com representantes de seis Distritos. Os Campeões das duas principais Associações e o da Madeira, estavam diretamente apurados para as meias finais, enquanto os restantes tinham de passar por eliminatórias.
  
Bastaram 25 minutos para o Sporting resolver a questão com dois golos: o primeiro por intermédio do seu Capitão Francisco Stromp e o segundo por Joaquim Ferreira na conversão de uma grande penalidade. Na 2ª parte, Joaquim Ferreira fechou a contagem da mesma forma.
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Assim, o Sporting começou por se desforrar do FC Porto, despachando os detentores do título nas meias-finais disputadas em Coimbra, com um claro [[1923-06-17 SPORTING – F.C. Porto|3–0]], apurando-se pela segunda vez para a Final, marcada para o domingo seguinte em Faro.  
  
Uma tarde de menor acerto do goleador Jaime Gonçalves e a lesão de Francisco Stromp, que deixou o Sporting reduzido a dez unidades desde o minuto 30 até quase ao fim do jogo, impediram um resultado mais dilatado, num jogo onde a superioridade leonina nunca esteve em causa.
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O grosso da comitiva leonina partiu na sexta-feira em viagem de comboio, que só à noite chegou ao seu destino, onde foram recebidos com foguetes e salvas de morteiro, seguindo-se um cortejo até ao hotel engalanado com as corres do Sporting e onde todos puderam finalmente descansar. Os restantes, entre os quais o Presidente [[Júlio de Araújo]], só chegaram na manhã de domingo, todos fidalgamente recebidos por [[García Cárabe]], que tinha conseguido levar a organização do evento para a capital do Algarve, perante o entusiasmo da população, ansiosa por ver ao vivo os já então famosos craques do [[Sporting Clube de Portugal]].
  
No final, vencedores e vencidos juntaram-se num jantar que terminou ao som do [[Menelik]].
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Ao fim da tarde de 24 de Junho de 1923, disputou-se no Campo do Sporting Clube Farense, perante cerca de 4 mil espetadores, a Final da 2ª edição dos Campeonatos de Portugal, pondo frente a frente o [[Sporting Clube de Portugal]] e a Associação Académica de Coimbra, que tinha eliminado o Sporting de Braga, o Lusitano de Vila Real de Santo António e o Marítimo da Madeira.
  
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Meia hora bastou para o Sporting resolver a questão com dois golos: o primeiro por intermédio do seu Capitão [[Francisco Stromp]] com um remate forte e indefensável, a concluir um centro atrasado de [[Carlos Fernandes]], que jogou no lugar do habitual ponta esquerda titular, [[Emílio Ramos]] e, o segundo por [[Joaquim Ferreira]] na conversão de uma grande penalidade, a castigar uma mão de um defesa da Académica dentro da sua área.
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Antes do intervalo, [[Francisco Stromp]], que estava a ser o melhor em campo, foi forçado a sair depois de choque com um adversário, deixando a sua equipa reduzida a 10 elementos até meio da 2ª parte, altura em que reentrou depois de ter sido suturado a frio com três pontos, para jogar como ponta esquerda, isto quando o Sporting já ganhava por 3-0, graças a mais um penálti convertido por [[Joaquim Ferreira]], um resultado que refletia a superioridade que os Leões continuaram a evidenciar apesar de estarem em inferioridade numérica.
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No último quarto de hora o marcador poderia ter-se avolumado, mas uma tarde de menor acerto dos avançados leoninos e a grande exibição do guarda redes João Ferreira, impediram um resultado mais dilatado, num jogo onde a superioridade verde e branca nunca esteve em causa, conforme se pode deduzir de algumas estatísticas publicadas pelo jornal "Os Sports":
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*Defesas dos guarda redes: Sporting 5 Académica 18
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*Pontapés de baliza: Sporting 5 Académica 23
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*Cantos: Sporting 5 Académica 3
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De certa forma o Sporting ganhou este campeonato duas vezes, isto porque a Académica desistiu da prova alegando dificuldades para se deslocar a Faro, pelo que a UPF declarou o Sporting como vencedor. No entanto, a meio da semana o clube de Coimbra garantiu que afinal tinha assegurado as condições necessárias para a deslocação ao Algarve, pelo que o Sporting acedeu a jogar, preferindo a vitória no campo à da secretaria que já estava garantida.
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Depois do jogo, vencedores e vencidos, que já tinham almoçado juntos, reuniram-se num jantar que terminou ao som do [[Menelik]], na festa daquele que foi o primeiro título de Campeão Nacional de Futebol conquistado pelo [[Sporting Clube de Portugal]].
  
 
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===Campeonato de Portugal===
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===A Imprensa===
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[[Categoria:Momentos Desportivos do Futebol]]

Edição atual desde as 10h20min de 5 de maio de 2024

Em baixo: Torres Pereira, Jaime Gonçalves, Francisco Stromp, João Francisco e Emílio Ramos; Ao meio: José Leandro, Filipe dos Santos e Henrique Portela; Em cima: Joaquim Ferreira, Cipriano dos Santos e Jorge Vieira

Campeões Nacionais

Depois da experiência inicial da época anterior que se tinha limitado ao confronto entre os Campeões de Lisboa e do Porto, a 2ª edição dos Campeonatos de Portugal já contou com representantes de seis Distritos. Os Campeões das duas principais Associações e o da Madeira, estavam diretamente apurados para as meias finais, enquanto os restantes tinham de passar por eliminatórias.

Assim, o Sporting começou por se desforrar do FC Porto, despachando os detentores do título nas meias-finais disputadas em Coimbra, com um claro 3–0, apurando-se pela segunda vez para a Final, marcada para o domingo seguinte em Faro.

O grosso da comitiva leonina partiu na sexta-feira em viagem de comboio, que só à noite chegou ao seu destino, onde foram recebidos com foguetes e salvas de morteiro, seguindo-se um cortejo até ao hotel engalanado com as corres do Sporting e onde todos puderam finalmente descansar. Os restantes, entre os quais o Presidente Júlio de Araújo, só chegaram na manhã de domingo, todos fidalgamente recebidos por García Cárabe, que tinha conseguido levar a organização do evento para a capital do Algarve, perante o entusiasmo da população, ansiosa por ver ao vivo os já então famosos craques do Sporting Clube de Portugal.

Ao fim da tarde de 24 de Junho de 1923, disputou-se no Campo do Sporting Clube Farense, perante cerca de 4 mil espetadores, a Final da 2ª edição dos Campeonatos de Portugal, pondo frente a frente o Sporting Clube de Portugal e a Associação Académica de Coimbra, que tinha eliminado o Sporting de Braga, o Lusitano de Vila Real de Santo António e o Marítimo da Madeira.

Meia hora bastou para o Sporting resolver a questão com dois golos: o primeiro por intermédio do seu Capitão Francisco Stromp com um remate forte e indefensável, a concluir um centro atrasado de Carlos Fernandes, que jogou no lugar do habitual ponta esquerda titular, Emílio Ramos e, o segundo por Joaquim Ferreira na conversão de uma grande penalidade, a castigar uma mão de um defesa da Académica dentro da sua área.

Antes do intervalo, Francisco Stromp, que estava a ser o melhor em campo, foi forçado a sair depois de choque com um adversário, deixando a sua equipa reduzida a 10 elementos até meio da 2ª parte, altura em que reentrou depois de ter sido suturado a frio com três pontos, para jogar como ponta esquerda, isto quando o Sporting já ganhava por 3-0, graças a mais um penálti convertido por Joaquim Ferreira, um resultado que refletia a superioridade que os Leões continuaram a evidenciar apesar de estarem em inferioridade numérica.

No último quarto de hora o marcador poderia ter-se avolumado, mas uma tarde de menor acerto dos avançados leoninos e a grande exibição do guarda redes João Ferreira, impediram um resultado mais dilatado, num jogo onde a superioridade verde e branca nunca esteve em causa, conforme se pode deduzir de algumas estatísticas publicadas pelo jornal "Os Sports":

  • Defesas dos guarda redes: Sporting 5 Académica 18
  • Pontapés de baliza: Sporting 5 Académica 23
  • Cantos: Sporting 5 Académica 3

De certa forma o Sporting ganhou este campeonato duas vezes, isto porque a Académica desistiu da prova alegando dificuldades para se deslocar a Faro, pelo que a UPF declarou o Sporting como vencedor. No entanto, a meio da semana o clube de Coimbra garantiu que afinal tinha assegurado as condições necessárias para a deslocação ao Algarve, pelo que o Sporting acedeu a jogar, preferindo a vitória no campo à da secretaria que já estava garantida.

Depois do jogo, vencedores e vencidos, que já tinham almoçado juntos, reuniram-se num jantar que terminou ao som do Menelik, na festa daquele que foi o primeiro título de Campeão Nacional de Futebol conquistado pelo Sporting Clube de Portugal.

To-mane 11:08, 23 Julho 2008 (WEST)

Campeonato de Portugal

Data Jornada Jogo Resultado Ficha de jogo
17-06-1923 1/2 Final SPORTING – F.C. Porto 3 – 0 Ficha
24-06-1923 Final SPORTING – Académica 3 – 0 Ficha

A Imprensa

Jornal Os Sports de 28 Junho 1923.jpg

Diário de Lisboa 25JUN1923.png

Diário de Lisboa 26JUN1923.png