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Águas antecipa-se a Sá e faz o 3-1

Benfica 4 Sporting 3

Ficha do Jogo

O Campeonato da época de 1959/60 foi discutido taco a taco entre Sporting e Benfica, que chegaram ao "derby" da antepenúltima jornada, que se disputava no Estádio da Luz, separados por apenas 1 ponto com vantagem para os encarnados.

O jogo realizou-se no dia 10 de Abril de 1960 e a meio da semana a lotação de 45 mil lugares já estava esgotada, o que correspondeu a uma receita de cerca de 280 contos. Eram 7 da manhã quando entraram no Estádio os primeiros espectadores, pois na altura não havia lugares marcados e muito menos cadeiras, pelo que pouco antes do início do jogo a Direcção do Benfica apelou à sua massa associativa para assistir ao jogo de pé, pois as bancadas estava superlotadas. O mercado negro também começou cedo e os bilhetes para a geral que custavam 11$, chegaram a ser vendidos por 500$.

O Sporting apresentou-se sem Hugo e Fernando, pelo que Mário Imbelloni optou por colocar João Morais a extremo direito e Vadinho a avançado centro, apostando surpreendentemente em Monteiro para o lugar de interior direito. No entanto não foi por aí que o Sporting perdeu o jogo.

O Benfica entrou de rompante e aos 11m já ganhava por 2-0 com dois golos onde Octávio de Sá ficou mal na fotografia. No primeiro saiu de forma precipitada da baliza deixando-se antecipar por José Augusto que fez um golo simples de cabeça, para no segundo desviar um cruzamento com uma sapatada para a sua frente, permitindo a recarga fácil a Cavém.

O Sporting reagiu e aos 19m Juan Seminário reduziu para 2-1 com um belo cabeceamento a responder a um livre superiormente marcado por Mário Lino.

Mas este não era o dia de Octávio de Sá que no minuto seguinte largou uma bola que José Águas empurrou para dentro da baliza leonina, valeu que o árbitro estava atento e viu o avançado benfiquista a ajeitar a bola com a mão, assinalando a respectiva falta. No entanto aos 26m o nº 1 do Sporting voltou a precipitar-se, saindo da área com a bola nas mãos e na sequência do livre prontamente assinalado, José Águas de cabeça fez o 3-1 antecipando-se ao desafortunado guardião leonino.

De imediato o massagista Manuel Marques se aproximou de Octávio de Sá, para que este fosse assistido no sentido de ser substituído, pois na altura não eram permitidas as substituições, excepto em caso de lesão dos guarda-redes. Foi já com Carvalho na baliza que o Sporting chegou ao intervalo a perder por 3-1, apesar de ter terminado a 1ª parte em cima da baliza de Costa Pereira.

Esperava-se uma reacção forte do Sporting, mas logo aos 5m da 2ª parte o árbitro considerou que Hilário tinha empurrado Santana dentro da área e assinalou um penalti muito duvidoso, que José Augusto converteu no 4-1.

Mesmo assim o Sporting nunca baixou os braços e lutou até ao fim frente a um Benfica que também nunca deixou de ter os olhos na baliza leonina, mas os golos só chegaram nos últimos minutos, primeiro por intermédio do jovem Monteiro num lance em que os benfiquistas protestaram por fora de jogo e depois através de um verdadeiro míssil de Lúcio na marcação de um livre quase a 40 metros da baliza de Costa Pereira.

Os últimos minutos foram emocionantes, de tal forma que o Pedro Conceição um antigo guarda-redes do Benfica faleceu de comoção nas bancadas, mas era tarde de mais e o Sporting já não conseguiu chegar pelo menos ao empate que ainda lhe daria algumas esperanças e assim se perdeu um campeonato que se viria a revelar decisivo para a vida dos dois grandes clubes de Lisboa.

To-mane (discussão) 12h26min de 26 de fevereiro de 2020 (WET)