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A equipa sénior
A equipa infantil

Há muitos anos que o Ténis de Mesa nacional era dominado pelo Benfica, que qual potência hegemónica ganhava quase tudo. Chegando a 1951/52, era heptacampeão de Lisboa, e tinha mais títulos regionais que todos os outros clubes juntos, tanto na 1ª categoria, como somando as categorias todas. E nesta altura Lisboa tinha as melhores equipas do país, portanto o campeão de Lisboa era normalmente o melhor de Portugal. Aliás, só equipas lisboetas tinham vencido o Campeonato Nacional, sendo o Benfica tetracampeão. O seu jogador Oliveira Ramos era campeão individual de Lisboa e Nacional há tantos anos que já ninguém duvidava, que, com ele presente, a equipa encarnada era invencível.

O Sporting era o segundo melhor clube, tinha excelentes jogadores como Carlos Feio, mas nunca tinha conseguido ter uma equipa uniforme estável, com três ou quatro jogadores do mesmo nível. Mas, o Sporting era tricampeão de juniores, e os dois grandes responsáveis por isso eram os irmãos António e Eduardo Horta Osório, que tinham subido à categoria sénior, embora ainda tivessem idade de juniores.

E, o Benfica naturalmente, tal como esperado, sagrou-se octacampeão de Lisboa em 1951/52, com o Sporting a ficar em terceiro lugar, abaixo do seu habitual segundo. No entanto, na Taça de Portugal o Benfica cedeu perante o campeão do Porto, o Desportivo da CUF. Enquanto alguns pensaram ser devido a um jogo menos inspirado, outros diziam que se devia à perda de acuidade de alguns elementos do Benfica.

Chegou-se ao Campeonato Nacional de equipas, disputado em 12 e 13 de Julho de 1952. Com 13 equipas, foram formados três grupos, encabeçados pelo Benfica, CUF do Porto, e Sporting. A equipa do Sporting era constituída, para além de Feio e dos irmãos Osório, por Hélio Baptista, que era também o capitão da secção. Estes três clubes ganharam as suas séries, e foram jogar entre si numa poule final. O Sporting ganhou o primeiro jogo, contra a CUF, por uns esclarecedores 8-1. Com inúmeras falhas da organização responsável pelo torneio, a equipa da CUF acabou por se desentender com a organização, e abandonou a competição. Restava o Benfica, que o Sporting venceu por 5-3. Foi uma vitória brilhante, conseguida à custa de vontade, garra, e saber, lutando contra tudo e contra todos - organização, adversários, e mesmo contra o público, que se portava mal, nomeadamente contra Carlos Feio.

E também a equipa de Infantis, formada por Rodolfo Begonha, Alberto Galvão Teles, e José Manuel Galvão Teles, triunfou no Campeonato Nacional, realizado em simultâneo. Rodolfo Begonha e Alberto Galvão Teles venceram ainda o Campeonato Nacional de Pares Infantis.

Para a acabar a época em beleza, António Horta Osório e Eduardo Horta Osório conquistaram o Campeonato Nacional de Pares Homens, derrotando na final o par constituído por Oliveira Ramos e Francisco Campas, os mais fortes jogadores do clube rival. O Campeonato de Lisboa começou no dia em que acabou o Nacional, e o Sporting venceu todos os seis jogos disputados, incluindo contra três pares do Benfica.

Com quatro campeonatos nacionais conquistados nos diversos escalões em 1952, o Sporting tinha acabado de vez com a hegemonia do Benfica. De agora em diante, não havia mais equipas invencíveis, e a luta ia ser renhida.