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A época 1957/58 do Badminton leonino tinha corrido muito bem, com a equipa a sagrar-se campeã de Lisboa, e ainda com diversos títulos regionais individuais. Uma das peças fundamentais foi o australiano luso-descendente Nolasco Silva, que exibiu uma superioridade de tal forma grande sobre os adversários que ganhou todos os jogos em que participou durante a época, tanto individualmente como em pares. A sua presença transmitiu um poder extraordinário à equipa, visto que em cada partida por equipas assegurava três vitórias em sete jogos: uma individual, e duas em pares. Assim, "bastava" uma outra vitória num jogo para assegurar a vitória no encontro. Isso nem sempre era fácil, porque equipas como o Grupo Desportivo de Direito e o Benfica tinham jogadores portugueses muito fortes, contra quem era difícil ganhar, e estrategicamente reservavam esses jogadores para os jogos em que Nolasco Silva não participava.

O segundo elemento que se revelou essencial foi Francisco Lemos, que tinha sido campeão nacional de juniores na época anterior, e que tinha ainda idade de júnior. Com efeito, correspondeu de maneira extraordinária às expectativas que nele se depositavam, vencendo jogos cruciais, onde se superiorizou a jogadores mais experientes. Completavam a equipa que disputou o Campeonato Nacional José Trigo da Silva, várias vezes campeão nacional em singulares e pares, cujas responsabilidades na Direcção do Sporting Clube de Portugal não lhe permitiam treinar, o também ex-júnior Fernando Pinto, e os dirigentes da secção Moreira da Silva e René Perlico.

E foi esta equipa de seis jogadores que se apresentou a 11 de Abril de 1958 no Pavilhão da Escola Técnica Nuno Gonçalves para disputar a 1/2 final do Campeonato Nacional contra o Grupo Desportivo de Direito. O Sporting tinha ficado isento dos 1/4 de Final, nesta 2ª edição do campeonato. O primeiro jogo foi entre Francisco Lemos e Orlando Coelho, um dos melhores jogadores nacionais. Lemos perdeu a primeira partida por 8-15, mas não se deixou perturbar. Revelando uma segurança muito acima da sua idade, ganhou a segunda partida por 15-7, levando o jogo para a partida de desempate. A perder e com o adversário a aproximar-se dos 15 pontos, conseguiu recuperar, forçando as vantagens, e jogando como um verdadeiro leão impôs o seu jogo e venceu de maneira brilhante. Com este resultado, a vitória estava quase assegurada. Em qualquer dos casos, o par José Trigo da Silva/Fernando Pinto triunfou no segundo jogo, mais uma vez no desempate, e nem a lesão de Trigo da Silva num pé, levando à sua substituição pelo suplente René Perlico, podia evitar a vitória do Sporting por uns concludentes 5-2. Com efeito, Nolasco Silva em singulares e com Francisco Lemos em pares, triunfou categoricamente sobre os seus adversários.

A final foi no dia seguinte, contra o eterno rival, com o espaço reservado ao público no ginásio completamente cheio. Mais uma vez foi Francisco Lemos quem disputou o jogo inicial contra Rui Damásio, que viria a ganhar o campeonato nacional nas dez edições seguintes. Novamente foi nessa partida inicial que se decidiu o campeão, com Lemos a ganhar facilmente, com dois parciais de 15-2, mostrando estar em grande forma. Nolasco Silva ganhou os seus três jogos, novamente formando par com Lemos. Na sua partida contra Ramiro Correia, o melhor benfiquista, jogou maravilhosamente impedindo toda e qualquer réplica e ganhando por resultados inesperadamente desnivelados: 15-3 e 15-4. Com a vitória assegurada, Moreira da Silva entrou para fazer par com José Trigo da Silva, ganhando um jogo e perdendo outro, levando a um resultado final de 5-2.

Assim se concluiu uma época verdadeiramente de ouro para o Badminton do Sporting, com a conquista do primeiro Campeonato Nacional por equipas.

Fichas dos jogos