A época 1980/81 do Basquetebol leonino foi por vezes difícil, com a secção a ter que contornar algumas dificuldades, com ausências de jogadores, Carlos Lisboa na tropa (mas mesmo assim a ser o melhor jogador português), arbitragens rigorosas com desclassificação de muitos jogadores, e ainda problemas com a equipa técnica. No entanto, a 21 de Março de 1981, tudo isso foi metido para trás das costas. Era o dia em que bastava vencer contra o Atlético, em pleno Pavilhão de Alvalade, para o Sporting ser novamente campeão nacional, pela sétima vez na sua história. Com efeito, a vantagem no confronto directo contra os rivais mais próximos, o bicampeão Porto e o Benfica, permitia algum descanso: bastava vencer!
Sob a arbitragem de Orlando Revelo e Luís Machado de Lisboa, o cinco inicial do Sporting foi constituído por Augusto Baganha, Carlos Lisboa, José Paiva, John Fultz, e Israel.
A vitória nunca esteve em causa. A equipa leonina evidenciou desde o início uma superioridade em todos os aspectos do jogo, realizando uma boa partida, tranquila e com um basquetebol bonito de ser ver, um autêntico festival para deleite da audiência. De uma vantagem inicial de 8-0, aos 10 minutos o Sporting já ganhava por 28-8, com 46-29 ao intervalo. No segundo tempo a toada manteve-se, e a “chapa 100” foi atingida aos 18 minutos, com um resultado final claríssimo: 106-79, e o Sporting era campeão nacional de basquete pela 7ª vez.
No fim do jogo, o treinador Adriano Baganha referiu que o campeonato era o resultado de dois anos de trabalho, e que, com uma estrutura melhor da secção, se teria conseguido ir mais longe tanto nesse ano como no anterior. Com efeito, apenas o espírito de grupo tinha conseguido ultrapassar um sem número de problemas que se foram avolumando ao longo da época. Sem euforias, Baganha colocou já a dúvida que no exterior ainda não era conhecida: “Quanto ao futuro do basquete leonino, aguardo serenamente a resposta que forçosamente terá que ser dada mais pela Direcção do Clube do que por mim.”.
O director do pelouro, Francisco Sequeira, reconheceu a existência de problemas, acrescentando que por parte da Direcção do Sporting não tinha obtido respostas concretas, e que seria necessário que a Direcção se debruçasse sobre a modalidade, criando uma estrutura capaz de apoiar os atletas e treinadores. O Capitão da secção, Manuel Monteiro, reforçou a mensagem: “Formulo os votos que todas as arestas sejam limadas e, por conseguinte, que a Direcção nos resolva os problemas que são de interesse para o bom funcionamento da secção.”.