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Talvez por isso mesmo, a Fase Final começou mal. Acusando falta de treinos ou excesso de confiança, só a muito custo venceu o primeiro jogo contra o Barreirense, e na 2ª jornada foi ao Porto perder marcando apenas 39 pontos, de longe o pior resultado da época. A acabar a 1ª volta, foi a Coimbra perder contra a Académica por uns contundentes 81-57. Um Sporting que se considerava imbatível ficou no fio da navalha, dependente dos resultados dos outros clubes. Acabou por ser o Benfica uma das equipas a ajudar a equipa leonina, ao bater a Académica em São Bento por 2 pontos.
 
Talvez por isso mesmo, a Fase Final começou mal. Acusando falta de treinos ou excesso de confiança, só a muito custo venceu o primeiro jogo contra o Barreirense, e na 2ª jornada foi ao Porto perder marcando apenas 39 pontos, de longe o pior resultado da época. A acabar a 1ª volta, foi a Coimbra perder contra a Académica por uns contundentes 81-57. Um Sporting que se considerava imbatível ficou no fio da navalha, dependente dos resultados dos outros clubes. Acabou por ser o Benfica uma das equipas a ajudar a equipa leonina, ao bater a Académica em São Bento por 2 pontos.
  
Foi assim que se chegou à 10ª e última jornada, a [[1956-08-18 SPORTING - Académica (basquetebol)|18 de Agosto de 1956]], com o Sporting em 1º com 23 pontos e a Académica em 2º com 21. Num sistema em que a vitória valia 3 pontos, o empate 2, e a derrota 1, uma derrota do Sporting colocaria as duas equipas em igualdade pontual mas com vantagem para a Académica no confronto directo, que seria decisivo. Ou seja, o Sporting tinha que ganharpara conquistar o seu segundo título máximo nacional.
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Foi assim que se chegou à 10ª e última jornada, a [[1956-08-18 SPORTING - Académica (basquetebol)|18 de Agosto de 1956]], com o Sporting em 1º com 23 pontos e a Académica em 2º com 21. Num sistema em que a vitória valia 3 pontos, o empate 2, e a derrota 1, uma derrota do Sporting colocaria as duas equipas em igualdade pontual mas com vantagem para a Académica no confronto directo, que seria decisivo. Ou seja, o Sporting tinha que ganhar para conquistar o seu segundo título máximo nacional.
  
 
O jogo decisivo era em casa, e foi mais uma vez num [[Campo do Passadiço]] à cunha que se disputou a partida. A Académica chegou convencida da vantagem da vitória na 1ª volta, mas em campo não conseguiu demonstrar esse pretenso favoritismo, muito por mérito do Sporting, que encarou o jogo sem acreditar numa vitória antecipada, mas confiante na sua capacidade. E efectivamente o título ficou decidido logo na primeira parte, com a equipa leonina a jogar com estilo e poder, impondo-se ao adversário e alcançando ponto sobre ponto sem resposta. Com ambas as equipas a jogarem no sistema de defesa à zona, após 5 minutos iniciais em que apenas se marcaram lances livres, o Sporting começou a perfurar a defesa adversária que jogava em campo inteiro, muitas vezes por intermédio de [[Abílio Ascenso]], que marcou o primeiro cesto por lançamento de campo colocando o resultado em 6-2. Daí, rapidamente se passou para 13-4, seguidamente 22-9 aos 12 minutos e depois 28-14, e ao intervalo o resultado era 45-27. O campeão nacional estava encontrado, com os jogadores estudantis carregados de faltas e em quebra física. No fim do jogo a Académica tinha 26 faltas e o seu jogador mais influente, o antigo jogador sportinguista [[Luís de Sousa]], excluído e saindo debaixo de uma salva de palmas, contra apenas 13 faltas do Sporting.
 
O jogo decisivo era em casa, e foi mais uma vez num [[Campo do Passadiço]] à cunha que se disputou a partida. A Académica chegou convencida da vantagem da vitória na 1ª volta, mas em campo não conseguiu demonstrar esse pretenso favoritismo, muito por mérito do Sporting, que encarou o jogo sem acreditar numa vitória antecipada, mas confiante na sua capacidade. E efectivamente o título ficou decidido logo na primeira parte, com a equipa leonina a jogar com estilo e poder, impondo-se ao adversário e alcançando ponto sobre ponto sem resposta. Com ambas as equipas a jogarem no sistema de defesa à zona, após 5 minutos iniciais em que apenas se marcaram lances livres, o Sporting começou a perfurar a defesa adversária que jogava em campo inteiro, muitas vezes por intermédio de [[Abílio Ascenso]], que marcou o primeiro cesto por lançamento de campo colocando o resultado em 6-2. Daí, rapidamente se passou para 13-4, seguidamente 22-9 aos 12 minutos e depois 28-14, e ao intervalo o resultado era 45-27. O campeão nacional estava encontrado, com os jogadores estudantis carregados de faltas e em quebra física. No fim do jogo a Académica tinha 26 faltas e o seu jogador mais influente, o antigo jogador sportinguista [[Luís de Sousa]], excluído e saindo debaixo de uma salva de palmas, contra apenas 13 faltas do Sporting.

Edição atual desde as 18h29min de 6 de maio de 2016

O jogo decisivo no Campo do Passadiço

O Basquetebol do Sporting Clube de Portugal teve em 1955/56 um ano de ouro dentro da época dourada que foi de 1953/54 a 1959/60,em que se conquistaram três Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal. Efectivamente, o Sporting ganhou o Campeonato de Lisboa em 1ª, 2ª e 3ª categorias, e também em juniores e em infantis, os quais ainda foram ganhar o seu Campeonato Nacional. Faltava então o Campeonato Nacional de seniores, a última prova do ano, visto que a Taça de Portugal não se realizou.

O cinco base do Sporting era constituído por Abílio Ascenso, António Feu, Armando Garranha, Fernando Gomes Vaz e Fonte Santa, que juntos marcaram 1382 dos 1463 pontos da equipa apenas no Campeonato Nacional. Orientada pelo Prof. Mário Lemos, esta equipa foi unanimemente considerada a melhor de sempre em Portugal, e tinha conseguido o feito de jogar contra o poderosíssimo Real Madrid e perder por apenas 2 pontos de diferença.

A Zona Sul do Campeonato Nacional foi quase um passeio, com uma série de vitórias claras. O Sporting cedeu apenas um empate, no jogo da 1ª volta contra o Benfica, compensado por uma vitória por 90-38 na 2ª volta. Contra o Barreirense a equipa verde branca também encontrou dificuldades, ganhando por margens pequenas. Em qualquer dos casos, o Sporting chegou à Fase Final, disputada em sistema de campeonato a duas voltas entre 6 equipas, como favorito assumido.

Talvez por isso mesmo, a Fase Final começou mal. Acusando falta de treinos ou excesso de confiança, só a muito custo venceu o primeiro jogo contra o Barreirense, e na 2ª jornada foi ao Porto perder marcando apenas 39 pontos, de longe o pior resultado da época. A acabar a 1ª volta, foi a Coimbra perder contra a Académica por uns contundentes 81-57. Um Sporting que se considerava imbatível ficou no fio da navalha, dependente dos resultados dos outros clubes. Acabou por ser o Benfica uma das equipas a ajudar a equipa leonina, ao bater a Académica em São Bento por 2 pontos.

Foi assim que se chegou à 10ª e última jornada, a 18 de Agosto de 1956, com o Sporting em 1º com 23 pontos e a Académica em 2º com 21. Num sistema em que a vitória valia 3 pontos, o empate 2, e a derrota 1, uma derrota do Sporting colocaria as duas equipas em igualdade pontual mas com vantagem para a Académica no confronto directo, que seria decisivo. Ou seja, o Sporting tinha que ganhar para conquistar o seu segundo título máximo nacional.

O jogo decisivo era em casa, e foi mais uma vez num Campo do Passadiço à cunha que se disputou a partida. A Académica chegou convencida da vantagem da vitória na 1ª volta, mas em campo não conseguiu demonstrar esse pretenso favoritismo, muito por mérito do Sporting, que encarou o jogo sem acreditar numa vitória antecipada, mas confiante na sua capacidade. E efectivamente o título ficou decidido logo na primeira parte, com a equipa leonina a jogar com estilo e poder, impondo-se ao adversário e alcançando ponto sobre ponto sem resposta. Com ambas as equipas a jogarem no sistema de defesa à zona, após 5 minutos iniciais em que apenas se marcaram lances livres, o Sporting começou a perfurar a defesa adversária que jogava em campo inteiro, muitas vezes por intermédio de Abílio Ascenso, que marcou o primeiro cesto por lançamento de campo colocando o resultado em 6-2. Daí, rapidamente se passou para 13-4, seguidamente 22-9 aos 12 minutos e depois 28-14, e ao intervalo o resultado era 45-27. O campeão nacional estava encontrado, com os jogadores estudantis carregados de faltas e em quebra física. No fim do jogo a Académica tinha 26 faltas e o seu jogador mais influente, o antigo jogador sportinguista Luís de Sousa, excluído e saindo debaixo de uma salva de palmas, contra apenas 13 faltas do Sporting.

No início da 2ª parte o Sporting confirmou a vantagem, passando rapidamente para um 61-28. A turma de verde branco pôde então relaxar um pouco, e a Académica conseguiu recuperar para 62-39, até que o Sporting voltou a acelerar, chegando a ter 35 pontos de vantagem com 80-45, fixando-se o resultado final em 81-49.

Findo o encontro, a equipa do Sporting, acompanhado pelo treinador, deu uma volta de honra ao recinto, vitoriada pelo público do Campo do Passadiço, que tinha acabado de presenciar uma vitória do Sporting, a última no Passadiço a dar um título nacional ao Sporting. Curiosamente, o primeiro tinha também sido de basquetebol: O Campeonato Nacional de Basquetebol da 2ª Divisão de 1948/49.