O Sporting tinha retomado o Basquetebol na época época anterior, na 3ª Divisão, que tinha ganho, subindo assim à 2ª Divisão Nacional em 1985/86. O objectivo da secção, liderada por Edgar Vital era subir à 1ª Divisão logo no segundo ano, retomando assim o lugar de direito do basquete leonino: o topo. Para cumprir esse objectivo, era necessário ganhar a Zona Sul do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, visto que subiam dois clubes, um de cada zona.
A 1ª Fase foi simples: o Sporting ganhou todos os 22 jogos menos um . Foi contra o estrelas da Avenida, que dispunha de um jogador norte-americano e três internacionais portugueses, e cujo objectivo era também a subida à 1ª Divisão. Ao longo dos 22 jogos, a média de pontos por jogo foi 90,8 marcados e 68,1 sofridos.
A 2ª fase foi disputada pelos primeiros seis classificados da 1ª Fase, e foi muito mais complicada. Em dez jogos, o Sporting perdeu quatro. Mas como a pontuação foi acumulada entre a 1ª e 2ª fases, mesmo assim o Sporting acabou em 2º lugar, atrás do Estrelas contra quem tinha perdido três jogos em quatro. Tinha ainda perdido um jogo contra o Belenenses e outro contra o Luso do Barreiro.
Os quatro primeiros classificados foram disputar a Fase Final da Zona Sul, realizada em torneio a duas voltas, ao longo de quatro semanas. Desta vez a pontuação voltava a zero, e só contavam os seis jogos disputados entre os quatro apurados. O Sporting não deu hipóteses, e ganhou os seis jogos, assegurando assim o direito desportivo de subida à 1ª Divisão, e ganhando ainda o direito a disputar a final da 2ª Divisão Nacional. Era a segunda vez que isso acontecia, depois de ter ganho a final do Campeonato Nacional de Basquetebol da 2ª Divisão de 1948/49, jogada contra o Olivais de Coimbra.
O jogo da final foi marcado para mais de um mês depois a 19 de Abril de 1986, e foi disputado na Covilhã contra o Beira Mar, vencedor da Zona Norte. Foram convocados dez jogadores, o número então permitido: Xixa, Germano Fernandes, João Bitoque, João Moura, José Cordeiro, Nuno Branco, Paulo Sevilha, Pedro Jorge, o capitão Ricardo Jazão, e Rui Martins. O pavilhão do Clube Desportivo da Covilhã estava cheio, com ruidosas claques onde se destacavam os "Leões da Serra", associados da Filial Sporting Clube da Covilhã, naturalmente adeptos sportinguistas.
O Sporting começou a vencer desde o início, chegando a 14-5 aos 5 minutos de jogo, com Nuno Branco a marcar 9 desses 14 pontos. O Beira Mar, que até aí tinha defendido à zona, começou a defender Branco homem a homem, mantendo os outros quatro jogadores a defender à zona. O Sporting por sua vez defendia homem a homem, com o objectivo de não deixar a bola ao jogador norte-americano dos adversários, Purvis Miller. A diferença pontual foi-se mantendo, até se chegar aos 25-18 ao minuto 9. Aí, o Sporting marcou 7 pontos sem resposta num minuto, ficando a ganhar por 15, e depois ainda ampliou a vantagem, chegando a 65-46 ao intervalo. Com o Sporting a jogar e a controlar o jogo, a vitória estava à vista. Na segunda parte mudou o sistema defensivo para defesa à zona por ter muitos jogadores carregados com faltas: 16 na primeira parte. Por seu lado o Beira Mar tentou recuperar e passou para defesa homem a homem. Não funcionou, e a vantagem leonina foi aumentando. O Beira Mar entrou num período de nervosismo, que culminou em agressões com a expulsão de um jogador da equipa nortenha. A vitória já era inevitável, e o resultado final foi 121-87.
A conquista do título da 2ª Divisão Nacional de Basquetebol, pela segunda vez na história do Sporting, tinha sido o merecido prémio da equipa, jogadores, técnicos, e direcção da secção.
Ver também
Ficha de jogo: 1986-04-19 SPORTING - Beira-Mar (basquetebol)