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Manuel Soares Marques nasceu em Lisboa a 1 de Agosto de 1917.
 
Manuel Soares Marques nasceu em Lisboa a 1 de Agosto de 1917.
  
Começou como médio e acabou na defesa, jogando no Sporting durante 16 épocas, entre 1935 a 51, fazendo da regularidade a sua imagem de marca.  
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Depois de frequentar a Escola Industrial, Manuel Marques seguiu a profissão de "carpinteiro de barcos" no Arsenal da Marinha, mas acabaria por entrar no Grémio dos Armazenistas de Mercearia. Foi fazendo a sua vida conciliando o trabalho com o futebol.
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Começou como médio e acabou na defesa, jogando no Sporting durante 16 épocas, entre 1935 e 51, fazendo da regularidade a sua imagem de marca.  
  
 
É o segundo jogador com mais títulos conquistados ao serviço do Clube. Foram 19, entre seis Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, dois Campeonatos de Portugal e sete Campeonatos de Lisboa.
 
É o segundo jogador com mais títulos conquistados ao serviço do Clube. Foram 19, entre seis Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, dois Campeonatos de Portugal e sete Campeonatos de Lisboa.
  
Foi Capitão da equipa e elemento fundamental no balneário no período áureo do futebol leonino e são deliciosas algumas das histórias que se contam do popular "Manecas", principalmente com o treinador [[Joseph Szabo]], que por vezes se enfurecia com as suas brincadeiras.  
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Foi Capitão da equipa e elemento fundamental no balneário no período áureo do futebol leonino. São deliciosas algumas das histórias que se contam do popular "Manecas", principalmente com o treinador [[Joseph Szabo]], que por vezes se enfurecia com as suas brincadeiras. [[Peyroteo]] relembra uma das partidas que ficaria famosa:
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{{Quote|"Todos os jogadores se encontravam reunidos em volta da mesa sobre a qual estava o oleado verde com as linhas do rectângulo de jogo marcadas a branco e os 22 bonecos, 11 de cada cor, representando os jogadores. Para começar, o Manecas — sempre o maroto do Manecas, a quem mister Szabo, quando estava irritado, chamava ‘sinhor Mónecas’ — fazia desaparecer um ou dois bonecos. Claro está que Szabo, ao dar pela falta, protestava com energia: ‘Sinhores, não brincarem, darem bônecas para começar trabaio!’ Depois de muita insistência do nosso treinador, o Manecas entregava-os e logo o mister Szabo dizia abanando a cabeça: ‘Carágo, sinhores! Mônécas ser maniáco!...’"}}
  
Ficou também conhecido por usar sempre um lenço branco, oferecido pela sua mãe para limpar as feridas originadas pelas quedas nos campos pelados de então.
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Ficou também conhecido por usar sempre um lenço branco colocado à cintura, oferecido pela sua mãe para limpar as feridas originadas pelas quedas nos campos pelados de então.
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{{Quote|"Quando comecei a dar os primeiros pontapés, a velhota, como aparecia muitas vezes com os joelhos esfolados, deu-me um lenço branco para limpar os ferimentos. Devo, no entanto, acrescentar que até hoje nunca me servi dele, conservando-o sempre como talismã. Todos os anos, no começo da época, recebia um lenço novo, branco como a neve, que minha mãe me enviava."}}
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Manuel Marques aproveitou o dia 5 de Outubro de 1950 para o adeus ao futebol. São Pedro não esteve com ele: em dia de temporal, que afastou muita gente do Lumiar, uma equipa do Sporting venceu outra do Benfica por 8-1.
  
 
Foi 11 vezes internacional.
 
Foi 11 vezes internacional.
  
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Revisão das 19h51min de 2 de janeiro de 2009

Manuel Soares Marques nasceu em Lisboa a 1 de Agosto de 1917.

Depois de frequentar a Escola Industrial, Manuel Marques seguiu a profissão de "carpinteiro de barcos" no Arsenal da Marinha, mas acabaria por entrar no Grémio dos Armazenistas de Mercearia. Foi fazendo a sua vida conciliando o trabalho com o futebol.

Começou como médio e acabou na defesa, jogando no Sporting durante 16 épocas, entre 1935 e 51, fazendo da regularidade a sua imagem de marca.

É o segundo jogador com mais títulos conquistados ao serviço do Clube. Foram 19, entre seis Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, dois Campeonatos de Portugal e sete Campeonatos de Lisboa.

Foi Capitão da equipa e elemento fundamental no balneário no período áureo do futebol leonino. São deliciosas algumas das histórias que se contam do popular "Manecas", principalmente com o treinador Joseph Szabo, que por vezes se enfurecia com as suas brincadeiras. Peyroteo relembra uma das partidas que ficaria famosa:

"Todos os jogadores se encontravam reunidos em volta da mesa sobre a qual estava o oleado verde com as linhas do rectângulo de jogo marcadas a branco e os 22 bonecos, 11 de cada cor, representando os jogadores. Para começar, o Manecas — sempre o maroto do Manecas, a quem mister Szabo, quando estava irritado, chamava ‘sinhor Mónecas’ — fazia desaparecer um ou dois bonecos. Claro está que Szabo, ao dar pela falta, protestava com energia: ‘Sinhores, não brincarem, darem bônecas para começar trabaio!’ Depois de muita insistência do nosso treinador, o Manecas entregava-os e logo o mister Szabo dizia abanando a cabeça: ‘Carágo, sinhores! Mônécas ser maniáco!...’"

Ficou também conhecido por usar sempre um lenço branco colocado à cintura, oferecido pela sua mãe para limpar as feridas originadas pelas quedas nos campos pelados de então.

"Quando comecei a dar os primeiros pontapés, a velhota, como aparecia muitas vezes com os joelhos esfolados, deu-me um lenço branco para limpar os ferimentos. Devo, no entanto, acrescentar que até hoje nunca me servi dele, conservando-o sempre como talismã. Todos os anos, no começo da época, recebia um lenço novo, branco como a neve, que minha mãe me enviava."

Manuel Marques aproveitou o dia 5 de Outubro de 1950 para o adeus ao futebol. São Pedro não esteve com ele: em dia de temporal, que afastou muita gente do Lumiar, uma equipa do Sporting venceu outra do Benfica por 8-1.

Foi 11 vezes internacional.