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O Sporting foi desde sempre um Clube formador, apostando nos seus jovens jogadores, e construindo assim uma longa tradição na área das escolas de futebol, de tal maneira que hoje a imagem de marca do Clube é a excelência dessa formação, que num passado recente criou grandes figuras como Paulo Futre, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.

No entanto nem todos podem ser predestinados, a maior parte segue outros caminhos, e apenas alguns conseguem ter sucesso no futebol profissional.

Mas a triagem que leva a essa selecção não é fácil, e um dos problemas inevitáveis para os clubes que como o Sporting apostam na formação, é a sempre complicada fase de transição para o futebol sénior. Ou seja os primeiros anos de carreiras que muito prometiam mas que às vezes se perdem, ou que de repente despontam de onde menos se esperava.

No Sporting esse problema tornou-se ainda mais difícil de resolver com o fim das competições de Reservas, onde habitualmente jogavam alguns jovens promissores nos seus primeiros tempos de seniores.

Os clubes satélites foram uma solução ensaiada na década de 90, e o Sporting aproveitou essa janela para estabelecer protocolos a esse nível com o Atlético, Alverca e Lourinhanense, até se avançar para as Equipas B, um projecto que o Sporting também experimentou, embora sem grande sucesso, pelo que foi abandonado após quatro épocas a competir na 2ª Divisão B.

Daí para a frente a opção passou por emprestar os juniores recém promovidos mais prometedores, o que também permitiu ao Clube ficar com menos jogadores, mas obrigou a tomar decisões difíceis mais cedo, e nem sempre foi fácil colocar esses jovens em clubes das principais divisões, onde muitas vezes os treinadores dessas equipas não se arriscam a apostar em miúdos, isto já para não falar nas dificuldades em se fazer um acompanhamento adequado, quando esses jogadores estão dispersos por diversos clubes.

Pelo meio foram estabelecidos acordos pontuais, mas sem grande sucesso, com o Roosendaal da Holanda, e com o Real Sport Clube de Massamá. Destino diferente pareceu ter a parceria com o Cercle de Brugge, para onde na época de 2010/11 seguiram três jovens jogadores leoninos, que se impuseram como titulares na equipa belga.

As Ligas Intercalares criadas em 2009, foram outra janela que se abriu, mas serviram essencialmente para dar rodagem aos jogadores juniores menos utilizados, e num ou noutro caso, a alguns seniores em situação idêntica.

No entanto a solução ideal para estes problemas relacionados com a transição dos juniores para os seniores não é fácil de encontrar, de tal forma que a Equipa B nunca foi um caso completamente encerrado, embora a primeira experiência não tenha sido propriamente um sucesso.

Inicialmente transitaram para esta equipa alguns jogadores que estavam no Lourinhanense, que na altura funcionava como clube satélite do Sporting. O resto do plantel foi composto por juniores e jovens acabados de sair deste escalão, e uma ou outra contratação, ao mesmo tempo que se aproveitou para colocar a jogar jogadores com contrato, mas que estavam afastados do plantel principal, como foram os casos de Afonso Martins e Bruno Caires.

A competir na Zona Sul da 2ª divisão B o Sporting começou por conseguir um modesto 14º lugar, mas experiência acumulada parecia ter sido útil, e no segundo ano a equipa ficou em 2º lugar, a 9 pontos do vencedor da serie, e mais do que isso foi na Equipa B que Lazlo Boloni recrutou Hugo Viana, quando precisou de reforçar o meio-campo da equipa principal, para além de pontualmente ter recorrido a outros jogadores.

Nessa altura chegou-se a discutir o facto das equipas B não poderem subir de divisão, o que de certa forma poderia contribuir para a falta de motivação da parte dos jogadores, e até atraiçoar a verdade desportiva da competição, mas na época seguinte a equipa regressou aos lugares do fundo da tabela, terminando no 15º lugar, uma quebra à qual não terá sido estranha uma troca de treinadores pouco desejável, numa altura em que as coisas pareciam estar no bom caminho, isto na temporada em que Cristiano Ronaldo chegou a fazer alguns jogos nos BB, antes de se afirmar na equipa principal.

O pior estava para vir quando na temporada de 2003/04 se consumou a descida de divisão, mercê de um incompreensível 18º lugar. Era o fim do projecto Equipa B, pois considerou-se desinteressante competir na 3ª Divisão, e entre os custos e os benefícios da experiência, o balanço foi negativo, pelo que se colocou um ponto final nessa aventura, da qual realmente pouco sobrou de positivo para recordar.

Oito anos mais tarde a experiência foi retomada, depois da FPF e da Liga de Clubes terem aprovado a integração das Equipas B na 2ª Liga, uma solução considerada mais atractiva e pela qual o Sporting Clube de Portugal se bateu desde que esta ideia foi posta em cima da mesa.

Assim na temporada de 2012/13 Sporting voltou a apostar na Equipa B e, com excelentes resultados, conseguindo não só andar nos lugares da frente da tabela classificativa de um campeonato muito competitivo, como tirar partido de uma serie de jovens com muita qualidade, que tiveram oportunidades para se estrearem pela equipa principal e, em casos como os de Eric Dier, Tiago Ilori, Bruma e Carlos Mané, até para jogarem regularmente ou mesmo assumirem a titularidade.

To-mane 19h47min de 7 de Junho de 2014 (WEST)

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