Skip to main content
Linha 8: Linha 8:
 
}}
 
}}
  
Carlos Lopes começou no atletismo apenas aos 16 anos no Lusitano Futebol Clube e, em 1967, [[Moniz Pereira]] levou-o para o Sporting, tornando-o num dos melhores atletas portugueses de todos os tempos.
+
Carlos Lopes nasceu em Vildemoinhos no seio de uma família humilde. Era o mais velho de sete irmãos, e mal acabou a escola primária com apenas 10 anos de idade, teve de começar a trabalhar como servente de pedreiro. Depois foi marçano em Viseu, ajudante numa ourivesaria, até ser aceite na serralharia onde o seu pai trabalhava. Tinha na altura 16 anos e os seus sonhos eram ser serralheiro e jogar futebol no clube da terra.
  
 +
Mas o Sr. António Lopes achava que ele era muito franzino para o futebol e não o deixou ir para o Lusitano. Talvez tenha sido a sua sorte porque assim acabou por se dedicar ao [[Atletismo]], o que aconteceu um pouco por acaso, quando um grupo de rapazes da terra resolveram formar uma equipa da modalidade no Lusitano Futebol Clube, depois de uma correria noturna que tinha acontecido no regresso de um bailarico, com Carlos a ser o primeiro a chegar a Vildemoínhos. 
 +
 +
Para se inscrever falsificou a assinatura do pai, não fosse ele achar que também não tinha cabedal para correr. Estreou-se na São Silvestre de Viseu onde foi 2º classificado. Duas semanas depois foi Campeão Regional de Juniores em Corta Mato e logo a seguir foi 3º classificado no Campeonato Nacional, sendo por isso seleccionado para participar no Crosse das Nações que se disputou em Rabat.
 +
 +
Nessa prova a imprensa nacional apontava Anacleto Pinto como um dos favoritos às medalhas, mas o melhor atleta português foi Carlos Lopes que ficou no 25º lugar. No entanto com um pouco mais de experiência poderia ter feito melhor.
 +
 +
Corria o ano de 1967 quando um emissário do [[Sporting Clube de Portugal]] apareceu em Vildemoínhos para o trazer para Lisboa. Sportinguista desde sempre que até gostava de dizer que era o [[Seminário]] nas futeboladas em participava, não hesitou em partir à aventura, para se tornar no melhor atleta português de todos os tempos.
 
[[Image:Carloslopes1.jpg|thumb|left| <center>Carlos Lopes </center>]]
 
[[Image:Carloslopes1.jpg|thumb|left| <center>Carlos Lopes </center>]]
 
Ao serviço do Sporting foi 9 vezes campeão nacional de pista, 10 vezes de corta-mato, conquistou 3 títulos individuais e 7 colectivos na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato e bateu 26 recordes nacionais em várias distâncias. Ganhou ainda, entre muitas outras corridas, a clássica S. Silvestre de São Paulo, no Brasil, nos anos de 1983 e 1985.
 
Ao serviço do Sporting foi 9 vezes campeão nacional de pista, 10 vezes de corta-mato, conquistou 3 títulos individuais e 7 colectivos na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato e bateu 26 recordes nacionais em várias distâncias. Ganhou ainda, entre muitas outras corridas, a clássica S. Silvestre de São Paulo, no Brasil, nos anos de 1983 e 1985.

Revisão das 17h31min de 8 de novembro de 2012

Esta página é sobre o atleta Carlos Lopes. Se procura o atleta paralimpico Carlos Lopes, consulte Carlos Manuel Conceição Lopes.
Dados de Carlos Lopes Clopes4.jpg Clopes3.jpg
Nome Carlos Alberto de Sousa Lopes
Nascimento 18 de Fevereiro de 1947
Naturalidade Vildemoinhos - Viseu - Portugal - 
Posição Atleta

Carlos Lopes nasceu em Vildemoinhos no seio de uma família humilde. Era o mais velho de sete irmãos, e mal acabou a escola primária com apenas 10 anos de idade, teve de começar a trabalhar como servente de pedreiro. Depois foi marçano em Viseu, ajudante numa ourivesaria, até ser aceite na serralharia onde o seu pai trabalhava. Tinha na altura 16 anos e os seus sonhos eram ser serralheiro e jogar futebol no clube da terra.

Mas o Sr. António Lopes achava que ele era muito franzino para o futebol e não o deixou ir para o Lusitano. Talvez tenha sido a sua sorte porque assim acabou por se dedicar ao Atletismo, o que aconteceu um pouco por acaso, quando um grupo de rapazes da terra resolveram formar uma equipa da modalidade no Lusitano Futebol Clube, depois de uma correria noturna que tinha acontecido no regresso de um bailarico, com Carlos a ser o primeiro a chegar a Vildemoínhos.

Para se inscrever falsificou a assinatura do pai, não fosse ele achar que também não tinha cabedal para correr. Estreou-se na São Silvestre de Viseu onde foi 2º classificado. Duas semanas depois foi Campeão Regional de Juniores em Corta Mato e logo a seguir foi 3º classificado no Campeonato Nacional, sendo por isso seleccionado para participar no Crosse das Nações que se disputou em Rabat.

Nessa prova a imprensa nacional apontava Anacleto Pinto como um dos favoritos às medalhas, mas o melhor atleta português foi Carlos Lopes que ficou no 25º lugar. No entanto com um pouco mais de experiência poderia ter feito melhor.

Corria o ano de 1967 quando um emissário do Sporting Clube de Portugal apareceu em Vildemoínhos para o trazer para Lisboa. Sportinguista desde sempre que até gostava de dizer que era o Seminário nas futeboladas em participava, não hesitou em partir à aventura, para se tornar no melhor atleta português de todos os tempos.

Carlos Lopes

Ao serviço do Sporting foi 9 vezes campeão nacional de pista, 10 vezes de corta-mato, conquistou 3 títulos individuais e 7 colectivos na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato e bateu 26 recordes nacionais em várias distâncias. Ganhou ainda, entre muitas outras corridas, a clássica S. Silvestre de São Paulo, no Brasil, nos anos de 1983 e 1985.

Em 1972 estreou-se nas Olimpíadas de Munique classificando-se em nono lugar nas duas eliminatórias das provas dos 5.000m e 10.000m. Só em 1975 passou a treinar duas vezes por dia, numa altura em que o atletismo português, impulsionado por Moniz Pereira, deu os seus primeiros passos para um semi-profissionalismo.

A 28 de Fevereiro de 1976 sagrou-se pela primeira vez campeão do mundo de corta-mato. No mesmo ano, participou nos Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá, ganhando a medalha de prata nos 10 mil metros, a primeira medalha olímpica do atletismo português, numa prova em que foi derrotado pelo finlandês Lasse Viren, um atleta que mais tarde seria acusado de fazer transfusões de sangue para melhorar as suas prestações nas grandes provas.

No ano seguinte foi vice-campeão mundial de corta-mato, resultado que repetiu em 1983.

A 26 de Junho de 1982 bateu, em Oslo na Noruega, o recorde europeu dos 10.000m, com a marca de 27:24:39.

Em 1984 foi campeão do mundo de corta-mato e segundo na maratona de Roterdão, batendo o recorde europeu.

A 02 de Julho de 1984 em Estocolmo, na Suécia, após um enorme despique com Fernando Mamede seu companheiro de Clube e rival nas corridas, obteve a segunda melhor marca do mundo nos 10.000m. numa prova onde Mamede bateu o Recorde do Mundo.

Carlos Lopes na chegada da Maratona Olímpica de Los Angeles

A 12 de Agosto desse ano, Lopes trouxe para Portugal a primeira medalha de ouro olímpica da história do País, ao vencer a maratona em Los Angeles com a marca de 2:09:21 horas - recorde Olímpico que perdurou até aos Jogos de Pequim 2008, onde foi batido por Samuel Kamau Wansiru, com o tempo de 2:06:32 horas. Ainda a 18 de Outubro, foi recebido pelo Presidente dos EUA, Ronald Reagan, na Casa Branca juntamente com o Presidente João Rocha.

A 24 de Março de 1985 foi, pela terceira vez, campeão do mundo de corta-mato e, a 20 de Abril do mesmo ano, venceu a maratona de Roterdão batendo o então recorde mundial, com 2:07:11 horas, sendo assim o primeiro atleta do mundo a baixar das 2 horas e 8 minutos.

Carlos Lopes terminou a carreira no Imortal de Albufeira, tendo corrido e ganho a última prova em que participou, a mês e meio de completar os 40 anos de idade.

Foi galardoado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante e com o Colar de Mérito Desportivo.

Carlos Lopes é sem dúvida uma das maiores figuras de sempre do atletismo mundial, do desporto português e do Sporting Clube de Portugal, com o qual continua a colaborar especialmente em eventos sociais, onde aparece como um dos grandes símbolos do Clube de que foi considerado Sócio de Mérito.


To-mane 20:49, 9 Julho 2008 (WEST)