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Dados de António Soares Casquilho António-Soares-Casquilho-1964.jpg
Nome António Soares Casquilho
Nascimento 28 de outubro de 1909
Naturalidade Peral - Cadaval - Portugal
Posição Sócio Benemérito

A ação junto do Sporting Clube de Portugal de António Soares Casquilho, sócio desde os 14 anos de idade, fez-se sentir essencialmente a partir do final dos anos quarenta, tendo sido convidado a integrar o então criado Conselho Geral do Clube em 1947, cargo que ocupou até 1958. Foi um dos chamados "Grandes Beneméritos do Clube" não só por ter sido um dos 43 garantes da construção do Estádio José Alvalade em 1956, mas também pelas inúmeras ajudas financeiras prestadas quer ao Clube, que em 1958 lhe atribuiu a categoria de Sócio Benemérito, quer diretamente às diversas secções desportivas. Quando o Conselho Geral passou a ser denominado Conselho Leonino, foi nele integrado e aí se manteve, ininterruptamente, até 1988.

Apaixonado pelo Boxe, foi o grande responsável pela reformação da secção de Boxe do Sporting Clube de Portugal em 1962, que tinha tido uma breve e efémera existência nos anos 1920, ao possibilitar ao Sporting aproveitar uma oportunidade surgida no início de 1962, quando o Vitória Clube de Lisboa extinguiu a sua secção de Boxe, uma das melhores da cidade, treinada por Ricardo Ferraz. Este contactou António Casquilho, o qual imediatamente se disponibilizou a financiar a instalação de um rinque e todo o material que fosse necessário para os atletas no antigo Estádio José Alvalade, para que se constituísse a melhor e mais bem apetrechada sala do país. O ginásio do Sporting, por detrás das bilheteiras da bancada central, dispunha de dois ringues, um para treinos e outro com as dimensões máximas para a modalidade, sacos de areia, luvas, capacetes de treino, espelhos. A recém-formada secção foi dirigida por Perfecto Lourenço Campos. O ringue maior foi utilizado pela secção até 2003, altura em que o seu peso e dimensões não permitiram a transição para o Complexo Alvalade XXI.

Em 1964, o Clube atravessava uma crise financeira grave originada pela construção do Estádio José Alvalade, agravada pelas despesas do Futebol, levando à extinção de diversas modalidades. O Sporting fez uma campanha de subscrição pelos sócios de títulos patrimoniais para amortização da dívida do Clube, no valor de 1000 escudos cada, um valor elevado na altura. António Casquilho subscreveu 150 títulos. Nesse ano recebeu o Prémio Stromp de sócio do ano.

Em Maio de 1965, altura que era indispensável obter uma contribuição extraordinária mensal de 300.000 escudos, foi criado o Núcleo dos Mil, que assegurou, para além da quota normal, o pagamento de uma quota de mil escudos mensais. Apesar das desistências verificadas, a partir de 1967, o Núcleo ainda entregou mais de três mil contos, e António Casquilho continuou a pagar essa quota até 1979, data em que era o único membro do grupo a fazê-lo. O seu grande amor ao Sporting e o seu permanente desejo de manter no anonimato as suas dádivas ao Clube, levaram a Direção do Sporting a distingui-lo com a categoria de sócio Benemérito em 1968. Falecido em 1999, quando era o sócio nº 14, a sua família continuou a mantê-lo como sócio do Clube. Em 13 de julho de 2006, a Assembleia Geral do Sporting decidiu por unanimidade e aclamação atribuir-lhe o Leão de Ouro, a titulo póstumo.

É pai de Mário Casquilho.