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A época 1936/37 do Basquetebol leonino foi difícil, com poucos jogadores disponíveis e o Sporting a ter que recorrer a jogadores das categorias inferiores para não ter faltas de comparência. Assim, o 4º lugar alcançado no Campeonato de Lisboa foi o resultado possível.

No entanto, na 5ª edição do Campeonato de Portugal a história foi muito diferente. O cinco base foi formado pelos melhores jogadores: Fernando Monteiro, José Rodrigues, Manuel Silva, Zeferino Silva, e Oliveira Martins e Lenos, e com isso o Sporting apresentou-se forte, mesmo se não favorito.

O Sporting venceu a sua série Torneio de classificação da Zona de Lisboa, batendo o Benfica por diferença de pontos na 1ª eliminatória, disputada a duas mãos, ganhando depois claramente ao Ateneu Comercial e ao Belenenses.

A Fase Final foi também disputada por eliminatórias, sempre jogadas a uma mão. Na 1ª eliminatória o Sporting foi a Elvas bater facilmente a sua filial Sporting Clube Elvense, que tinha sido finalista vencido do 1º Campeonato de Portugal de Basquetebol, organizado quatro anos antes em 1933. Na 1/2 Final o Sporting foi a Coimbra vencer o Guifões também de forma contundente, apesar de o adversário ter sido muito faltoso, com Oliveira Martins a sair lesionado. A final foi então marcada para a tarde 11 de Julho de 1937, contra o Carnide, que também se tinha classificado vencendo a sua série da Zonal de Lisboa, e que era bicampeão, depois de na época anterior ter derrotado o Benfica numa final muito controversa por só ter conseguido vencer após ter sido expulso um jogador do adversário.

O jogo foi disputado no Ateneu Comercial de Lisboa, ao ar livre, debaixo de calor sufocante. Na primeira parte, o Carnide começou a ganhar, com os lançadores leoninos extremamente infelizes na concretização. Mesmo assim, os jogadores do Sporting mostraram espírito de luta e vontade de vencer, e tiveram a energia para virar o resultado, chegando ao intervalo a vencer por 19-18.

Na segunda parte a equipa leonina começou a ampliar a vantagem, e aos 10 minutos ganhava por 27-23. Foi aí que se deu o golpe de teatro, quando, num jogo duro em que poucas faltas tinham sido marcadas e em que o jogo duro não tinha sido até aí castigado, o árbitro, Morais Ferreira, expulsou o avançado-centro do Sporting, Zeferino Silva, de forma que a imprensa da época (ver Diário de Lisboa de 12 de Julho de 1937) classificou como injustificada.

A partir daí, os restantes quatro jogadores verde e brancos não desistiram, continuaram a lutar, mas não conseguiram suster o adversário. A 3 minutos do fim o Sporting perdia por 33-35, e mesmo lutando com vontade, o Sporting não pôde evitar a derrota por 33-39.

O Sporting teria que esperar 12 anos para voltar a estar numa final nacional, mas da 2ª Divisão, e 17 anos para voltar a disputar a final da prova máxima nacional. Ganharia ambas.