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A equipa vencedora

O Ténis de Mesa do Sporting Clube de Portugal tinha uma direcção estável há vários anos, com Agostinho Nunes a dirigir a secção. Enquanto que o maior rival na modalidade, o Benfica, continuava ainda a apostar nos mesmos jogadores de sempre, alguns já em declínio, os dirigentes do Sporting tinham sabido rejuvenescer a equipa com jogadores em pleno período de valorização.

Sebastião de Carvalho revelou-se em 1955/56 como estrela de primeira grandeza, capaz de bater qualquer adversário, não se deixando atemorizar por nomes outrora imbatíveis como o benfiquista Oliveira Ramos. Campeão nacional individual, foi uma das peças fundamentais da equipa leonina, sendo a outra António Horta Osório, que embora internacional desde 1949/50, ainda era muito jovem, com 22 anos de idade. O seu irmão mais novo, Eduardo Horta Osório, também estava em franca progressão, apesar de alguma falta de confiança o impedir por vezes de ter o rendimento de que era capaz. Vasconcelos e Sá e por vezes Salvador Trem Torres, completavam a equipa quando necessário.

Mesmo assim, o Benfica tinha sido campeão regional, vencendo os dois jogos contra a equipa leonina. O Sporting chegou ao dia em que se realizou o Campeonato Nacional por equipas, 25 de Maio de 1956, como candidato ao título, mas não como favorito. Eram oito equipas divididas em duas séries, e o Sporting não teve dificuldade em ganhar contra a Académica da Amadora, Porto, e Caldas, qualificando-se para a final, naturalmente contra o rival lisboeta. Na final alinharam Sebastião de Carvalho, António Horta Osório, e Eduardo Horta Osório. António Osório usou uma raquete de esponja, algo ainda muito pouco comum numa altura em que em Portugal ainda se usavam raquetes de madeira, ou cobertas com pano. Sebastião venceu duas partidas, contra Manuel de Carvalho e Oliveira Ramos, que até esse dia eram considerados os melhores jogadores nacionais. Eduardo Osório, acusando algum destreino, perdeu os seus dois jogos, contra Francisco Campas e Oliveira Ramos. Mas o seu irmão António, rápido e brilhantíssimo, calmo e sabedor, ganhou contra os três adversários, precisando sempre apenas de dois sets, e a vitória por 5-2 pareceu quase natural, tão evidente que foi a superioridade sportinguista. Era o quarto Campeonato Nacional por equipas masculinas do Ténis de Mesa leonino.

O Sporting voltou a encontrar o Benfica nos 1/4 de Final da Taça de Portugal, jogando apenas Sebastião de Carvalho e António Horta Osório, enquanto que o Benfica substituiu Campas por Júlio Costa, outro histórico do Ténis de Mesa nacional. Dada a supremacia das equipas lisboetas no panorama nacional, o jogo era quase uma final antecipada. E o Sporting ganhou por 3-0, sem deixar margem para dúvida sobre quem era a melhor equipa. Uma semana depois, vitória pelos mesmos números na deslocação às Caldas da Rainha para defrontar o Caldas Sport Clube. O Sporting qualificava-se assim para a final, contra o Estrela e Vigorosa, do Porto. E foi precisamente no Porto que se realizou a final, a 7 de Julho de 1956, na sede do Sport Clube do Porto. Foi, inesperadamente, o jogo mais difícil, com Sebastião de Carvalho e António Horta Osório a arrancarem uma vitória por 3-2.

Era a primeira dobradinha do Ténis de Mesa leonino. Mais de dez anos passariam até à seguinte!