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Gerência anterior:
A Gerência 1957
Gerência seguinte:
A Gerência 1959

No dia 14 de Fevereiro de 1958, a Direcção de Francisco do Cazal Ribeiro foi reeleita, com algumas alterações:

Cargo Nome Observações
Presidente Francisco do Cazal Ribeiro
Vice Presidente para as Relações Externas Eduardo José Belo Correia Pereira
Vice Presidente para as Actividades Desportivas Martinho Andrade de Oliveira
Vice Presidente para as Actividades Administrativas Afonso Manuel do Carmo Lucas
Director-Secretário António Romana Garcia Branco
Director-Tesoureiro José Luís da Costa
Director-Contabilidade Carlos Tavares Bastos
Director das Actividades Desportivas Fernando Jorge Freire de Andrade Castelhano Lobo da Costa
Director das Actividades Desportivas Álvaro Francisco Torres de Andrade e Silva
Director das Instalações Desportivas Manuel da Silva Júnior
Director das Instalações Sociais Gentil Daniel Ribeiro Martins
Suplente José Adriano Trigo da Silva
Suplente António de Oliveira Romero
A tomada de posse
Os homens do Futebol
A festa do título
Tito Arantes dirige o Conselho Geral
Jantar de homenagem à Direção

A primeira medida desta Gerência foi aprovar um aumento de 5$00 nas quotas dos sócios efetivos, numa altura em que Cazal Ribeiro defendia aquilo que ele próprio intitulava como "a política da verdade", garantindo que enquanto fosse Presidente do Sporting os sócios seriam postos ao corrente da realidade do Clube, que atravessava um período de algumas dificuldades financeiras, pelo que foi decidido não prosseguir com as obras de ampliação do Estádio sem que antes fossem liquidados todos os compromissos do Clube, decretando-se assim um regime de economia.

Nesta Gerência o Futebol regressou aos títulos, ao ganhar o seu 10º Campeonato Nacional, naqueles que eram os últimos acordes do que restava dos Cinco Violinos, mas na época seguinte o técnico Enrique Fernandez teve mesmo de começar a renovação da equipa, com a entrada de muitos jogadores novos e o ocaso de alguns históricos, pelo que os resultados não foram os melhores, mas esse era um caminho inevitável, numa altura em que se falava na urgência em profissionalizar totalmente o Futebol e em que foram gastos 2168 contos no reajustamento dos quadros atléticos do Clube e 580 contos em amortizações de aquisições anteriores.

Esta gerência foi abalada pelo "caso Rocha" um jogador que tinha sido dispensado pelo Sporting e que se tinha evidenciado na Académica, pelo que a Direção leonina resolveu recuperá-lo, acertando a transferência com o clube de Coimbra, o que envolvia a cedência de Pompeu. No entanto este jogador roeu a corda à ultima da hora e o negócio gorou-se pois os estudantes alegaram que não tinham sido cumpridos todos os pressupostos acordados, sendo-lhe dada razão pela DGD o que motivou o pedido de demissão da Direção liderada por Cazal Ribeiro, que se considerou incapaz de solucionar o problema a contento do Sporting.

Na altura falou-se na nomeação de uma comissão de gestão para completar o mandato em curso, mas o Conselho Geral achou por bem antecipar o arranque da nova gerência, dando início ao processo de escolha dos Presidentes dos órgãos sociais do Clube para a Gerência de 1959, o que determinou a marcação de eleições para o dia 15 de Dezembro.

Na hora da partida Cazal Ribeiro defendeu a criação do "estatuto do jogador" para regular as transferências, proteger os clubes e os atletas, pondo-os ao abrigo de atitudes menos escrupulosas e alertou para a necessidade do Governo apoiar os clubes que começavam a ter dificuldades para sustentarem o ecletismo, pois as modalidades amadoras estavam a atingir custos incomportáveis, numa altura em que se estimava que o passivo do Clube ultrapassasse os 46 mil contos.

De facto neste ano a atividade desportiva do Clube teve um saldo negativo de quase 3 mil contos, sendo que cerca de 1680 eram referentes ao Futebol, aos quais havia a somar quase 1300 contos das modalidades, onde o Sporting teve mais um ano repleto de sucessos principalmente no Atletismo e no Badminton, mas também nas duas variantes do Andebol, no Ténis de Mesa, no Basquetebol, no Automobilismo e na Esgrima, sem esquecer o Ciclismo que apesar de não ter tido uma grande época também somou algumas vitórias.

As receitas gerais do Clube cresceram 1272 contos em relação ao ano anterior, mas as despesas também aumentaram atingindo os 9645 contos, resultando daí um saldo negativo no exercício de quase 791 contos, aos quais acresciam 91 contos referentes ao aluguer dos terrenos ocupados pela Feira de Alvalade que tinha decorrido com sucesso durante o Verão. As receitas da quotização tiveram uma ligeira subida atingindo os 4414 contos apesar do numero de sócios ter descido de 25987 para 21541, em resultado do aumento das quotas.

O Jornal Sporting teve um deficit de 149 contos, num ano em que as atividades recreativas renderam um pouco mais do que 79 contos. As despesas gerais atingiram os 1285 contos, o posto médico custou 257 contos e a exploração do Estádio teve um resultado negativo de quase 1047 contos, pelo que a Direção considerou indispensável passar a ter uma maior ingerência na administração do Estádio que estava entregue a uma comissão criada para o efeito.

Há ainda a assinalar a visita do Sporting à Madeira, a atribuição da Medalha de Mérito Internacional a José Travassos e o desaparecimento de figuras relevantes na história do Clube, como Francisco Gavazzo, Joaquim Oliveira Duarte e Tavares da Silva.

No final do ano de 1958 o Sporting Clube de Portugal dispunha de 66 Filiais e 11 Delegações espalhadas por todo o mundo.

To-mane 18h26min de 28 de Outubro de 2011 (WEST)