No dia 26 de Julho de 1924 realizou-se uma Assembleia Geral ordinária, na qual foram eleitos o Conselho Fiscal e a Mesa da AG, ficando adiada a eleição da nova Direção, devido às resistências levantadas por Júlio de Araújo, que estava proposto para liderar a nova Gerência com a seguinte equipa:
Depois de aturadas negociações, no dia 14 de Agosto de 1924 foi foi finalmente eleita uma nova Direcção, com a seguinte constituição:
Júlio de Araújo cumprimenta o Presidente do Szombathely
Esta Direção principiou por suspender a admissão de novos sócios, com exceção dos correspondentes e menores de 3 anos, ao mesmo tempo que procedeu ao aumento da joia de inscrição para o valor de 20 escudos, e das cotas maiores e menores, respetivamente para 5 e 10 escudos, enquanto os sócios correspondentes passaram a pagar 10 escudos por ano. Foi também criado o cartão de identidade, que era uma espécie de cartão de sócio, cujo o uso passou a ser obrigatório para frequentar as instalações do Clube.
Na sequência de algumas divergências e conflitos internos que levaram à demissão de vários dos seus membros, esta Direcção teve uma existência atribulada, que culminou na renuncia de Júlio de Araújo em 21 de Janeiro de 1925, seguindo-se uma Assembleia Geral Eleitoral extraordinária, que se realizou no dia 19 de Fevereiro de 1925.
A grande questão que na altura estava no centro da discussão era o projeto de construção das novas instalações desportivas do Clube, que era tenazmente defendido por Júlio de Araújo, mas que encontrava algumas reticências na fação mais conservadora dos dirigentes, liderada por Salazar Carreira, que defendia que o Clube antes de se balancear para um tamanho empreendimento, teria primeiro de garantir os financiamentos necessários para o mesmo.
Perante as dificuldades nas negociações com a família Pinto da Cunha para aquisição dos terrenos onde o Sporting estava instalado, Júlio de Araújo sugeriu a compra de outro terreno situado no fim da Av. da República, cujo preço seria de 850 contos aos quais acresciam os custos da obra a realizar, que o Presidente leonino considerava fundamental, principalmente devido à degradação da Estância de Madeira.
O financiamento deste ambicioso projeto passava por dois empréstimos, um externo e outro interno, para o qual Júlio de Araújo apelava à contribuição generosa de todos os sócios, que ele tinha conseguido limitar ao número de 3000, por considerar que assim os selecionaria e fidelizaria, evitando o entra e sai constante e garantindo uma receita fixa que seria suficiente para suportar as despesas ordinárias do Clube, direcionando todas as receitas extraordinárias para as novas instalações.
No entanto perante as duvidas que se foram levantando sobre a viabilidade deste projeto, Júlio de Araújo fartou-se e bateu com a porta de forma irredutível e nem sequer aceitou continuar à frente do processo referente às novas instalações. Na hora da partida o Presidente demissionário afirmou que deixava tratados 15 dos 26 casos que faziam parte do programa de trabalhos da sua Direção.
Em termos desportivos esta gerência começou mais tarde, pelo que já não colecionou os títulos referentes à época de 1924 no Atletismo, podendo apenas referir-se a vitória de Aníbal Felício nos 1500m dos Campeonatos Nacionais de Natação. O Polo Aquático teve uma temporada difícil que levou à desistência das equipas do Sporting, que mesmo assim ganhou o Regional de 2ª categoria. No Futebol o Sporting continuou a ter a melhor equipa portuguesa, iniciando a caminhada para mais um triunfo no Campeonato de Lisboa, havendo também a referir uma vitória sobre a equipa húngara do Szombathely e a deslocação ao Algarve onde o Sporting derrotou a a sua filial de Olhão que tinha ganho o último Campeonato de Portugal.
Para além disso o Sporting mantinha em atividade as secções de Ténis, Râguebi, Hóquei em Patins e Hóquei em Campo, enquanto o Tiro e a Ginástica estavam praticamente inativos.
Neste período juntaram-se ao Sporting mais 6 Filiais, que assim já perfaziam um total de 18.
To-mane 16h09min de 20 de Outubro de 2011 (WEST)