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Depois de ter conseguido concretizar a venda do património não desportivo do Clube, Filipe Soares Franco planeava dar seguimento à reestruturação financeira que tinha idealizado, e nesse sentido convocou uma Assembleia-Geral extraordinária, que se realizou no dia 29 de Maio de 2008, na qual foram em conjunto, sujeitas à aprovação dos sócios as seguintes medidas:

  • Autorizar a venda da Sociedade Comércio e Serviços (SCS) à SAD;
  • Autorizar o trespasse da Academia do Sporting em Alcochete para a SAD;
  • Mandatar a direcção para propor e votar favoravelmente estas duas medidas na assembleia de accionistas da SAD e a emissão de obrigações (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis - VMOC's), no valor de 60 milhões de euros, por esta sociedade.

De acordo com a interpretação da Direcção, apenas o primeiro ponto em discussão, carecia da aprovação de uma maioria qualificada de dois terços dos votos dos associados do Sporting Clube de Portugal, no entanto Filipe Soares Franco foi logo avisando que a não aprovação destas medidas na sua totalidade, inviabilizaria o seu projecto, pelo que nesse caso levaria o seu mandato até ao fim, mas não estaria disposto a recandidatar-se à Presidência do Clube.

Assim o Presidente do Sporting desdobrou-se em sessões de esclarecimento e declarações à comunicação social, no sentido de explicar as suas propostas que envolviam uma serie de complexas engenharias financeiras, que segundo Soares Franco permitiriam ao Sporting reduzir o seu passivo para aproximadamente 139 milhões €, em cinco anos, e assim aumentar a competitividade desportiva do Clube.

Para isso seria necessário o trespasse da Academia Sporting/Puma para a Sporting Sociedade Desportiva de Futebol, SAD, por uma verba de cerca de 22 milhões €, vender a totalidade do capital detido pelo Clube, da Sporting Comércio e Serviços, SA (SCS), também à SAD, o que seria compensado com a emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC's), até ao montante de 60 milhões de euros, que no prazo máximo de cinco anos seriam convertidos em acções da Sporting SAD, a um valor nominal de 2 euros cada.

Mas de acordo com a oposição, as vendas previstas subavaliavam e empobreciam o já reduzido património do Sporting Clube de Portugal, e conversão das VMOC’s em acções da Sporting SAD, envolviam grandes riscos de perda da a maioria do capital social da SAD, pela parte do Clube.

Depois de muitas discussões, a dita Assembleia Geral realizou-se no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, onde 63,7% dos cerca de 1200 sócios do Sporting Clube de Portugal que marcaram presença, votaram favoravelmente às propostas da Direcção, não se atingindo assim dois terços necessários para dar vencimento à totalidade do projecto de Filipe Soares Franco.

To-mane 14h04min de 7 de Outubro de 2011 (WEST)