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A equipa da Final

Vit. Setúbal 2 - Sporting 3

Ficha do Jogo

O Sporting tinha acabado de se sagrar Tetra-Campeão Nacional e era indiscutivelmente a melhor equipa portuguesa, mas a Taça de Portugal desta temporada abriu novas oportunidades para os rivais dos Leões contestarem essa manifesta superioridade, até porque as lesões voltaram a atacar a equipa do Sporting, pelo que o Capitão Manuel Passos foi operado sendo substituído no centro da defesa por Mário Gonçalves, Hugo teve uma rotura muscular que também o afastou dos jogos da Taça, cedendo o seu lugar a Galileu e Janos Hrotko também se lesionou, ficando de fora nos primeiros jogos da competição, abrindo espaço para o regresso de Armando Barros.

O primeiro obstáculo foi o Benfica, que o Sporting tinha acabado de derrotar na última jornada do Campeonato e, depois de uma vitória pela margem mínima para cada equipa, houve necessidade de um terceiro jogo para desempate, ganho pelo Sporting por 4-2. Foram quatro "derbys" seguidos com vantagem de 3-1 para os Leões, sendo que que no último que se disputou na Tapadinha, Travassos teve de jogar no meio-campo, pois Armando Barros também se lesionara e assim Albano regressou à equipa depois de uma longa ausência e até marcou o seu golinho. Estavam explicados os 11 pontos de avanço sobre Benfica no Campeonato findo.

Seguiu-se o FC Porto, 2º classificado no Campeonato e, o empate a uma bola no jogo de Lisboa deixou os portistas convencidos de que em casa iriam finalmente derrubar os Leões, mas nas Antas o Sporting voltou a mostrar a sua superioridade vencendo por 4-2, num jogo onde Janos Hrotko regressou à equipa reequilibrado o meio campo e permitindo que Travassos voltasse ao seu lugar na linha da frente, enquanto Albano substituia Mendonça no lugar de extremo esquerdo e até marcava mais dois golinhos.

Nas meias-finais foi a vez do Belenenses e, ao intervalo do jogo da 1ª mão o Sporting perdia em casa por 4-0. Parecia que era desta que os Leões iam cair, mas na 2ª parte João Martins fez dois golos de rajada e a reviravolta só não se consumou porque a bola bateu por três vezes na madeira da baliza de José Pereira. Mesmo assim o Belenenses partia com uma vantagem de dois golos para o jogo da 2ª mão que se disputou no Jamor, onde na ausência de Mário Gonçalves, Caldeira teve de jogar a central, entrando Lourenço para defesa direito, mas aos 8 minutos o Sporting já tinha empatado a eliminatória e ao intervalo já ganhava por 4-0. No 1º minuto da 2ª parte 5-0 e pouco depois 6-0. Já não restavam dúvidas sobre quem eram os melhores.

Para a Final sobrou o Vitória de Setúbal que se tinha salvado por pouco da descida de divisão, pelo que o favoritismo do Sporting era de tal monta que o Estádio Nacional nem se encheu, naquela solarenga tarde do dia 27 de Junho de 1954, onde Mário Gonçalves regressou ao centro da defesa e Lourenço manteve-se no lado direito, pois Caldeira fora castigado.

Aos 18m de jogo o Sporting já ganhava por 2-0, com golos de Vasques com um remate na passada acorrendo a uma boa abertura de Janos Hrotko e de Mendonça, depois de uma bela combinação com João Martins. Parecia que estava feito, mas os setubalenses reagiram com galhardia e chegaram ao empate perante alguma sobranceria dos Leões, que começaram cedo de mais a pensar na viagem do dia seguinte para África. Assim, aos 24m na sequência de um canto Soares reduziu para 2-1 com um remate cabeça e perto do intervalo o mesmo Soares empatou o jogo, numa altura em que o equilíbrio já era a nota dominante.

O Sporting regressou do intervalo com outra atitude, mas o Vitória vendeu cara a derrota que se viria a consumar aos 53m, com mais um golo de Mendonça, a finalizar à boca da baliza uma bela combinação do ataque leonino, num lance em que os setubalenses reclamaram fora de jogo, isto apenas um minuto depois de Vasques ter falhado um golo de baliza aberta, depois de uma grande jogada de Galileu, que talvez tenha sido o melhor jogador em campo. O Vitória acusou esse revés e já não teve forças para reagir, pelo que o jogo se foi arrastando até ao apito final do árbitro, com o Sporting a garantir o triunfo mas sem o brilho que os seus adeptos esperavam, embora não mais tenha permitido que Carlos Gomes fosse incomodado.

Estavam assim garantidas a 5ª Taça de Portugal e a 3ª "dobradinha" do Sporting, naquela que foi uma das melhores temporadas de sempre do Futebol leonino.

To-mane (discussão) 15h58min de 20 de novembro de 2017 (WET)