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Dados de Álvaro Cardoso AC.jpg Alvarocard.JPG
Nome Álvaro Cardoso da Silva
Nascimento 14 de Janeiro de 1914
Naturalidade Setúbal - Portugal
Posição Futebolista (defesa), Treinador e Orientador Técnico
Escalão Época Clube Jogos Golos Titulos Internacionalizações
JUV JUN ESP BB AA Golos
1931/32 V.Setúbal
1932/33 V.Setúbal
1933/34 V.Setúbal
1ª Divisão 1934/35 V.Setúbal
1ª Divisão 1935/36 V.Setúbal
1ª Divisão 1936/37 V.Setúbal
2ª Divisão 1937/38 V.Setúbal
1ª Divisão 1938/39 SPORTING 5 0
1ª Divisão 1939/40 SPORTING 18 0 Regional de Reservas
1ª Divisão 1940/41 SPORTING 30 1 Campeonato de Lisboa
Campeonato Nacional
Taça de Portugal
2 0
1ª Divisão 1941/42 SPORTING 33 1 Campeonato de Lisboa 1 0
1ª Divisão 1942/43 SPORTING 22 0 Campeonato de Lisboa
1ª Divisão 1943/44 SPORTING 30 0 Campeonato Nacional
Taça Império
1ª Divisão 1944/45 SPORTING 35 1 Campeonato de Lisboa
Taça de Portugal
3 0
1ª Divisão 1945/46 SPORTING 36 0 Taça de Portugal 2 0
1ª Divisão 1946/47 SPORTING 27 0 Campeonato Nacional
Campeonato de Lisboa
5 0
1ª Divisão 1947/48 SPORTING 18 0 Campeonato Nacional
Taça de Portugal
Total = 254 3 13 0
Escalão Época Clube Obs. Jogos V E D Titulos
2ª Divisão 1949/50 CUF
BB 1950/51 FPF Seleccionador
1ª Divisão 1951/52 SPORTING Orientador Técnico 36 25 3 8 Campeonato Nacional
1ª Divisão 1952/53 SPORTING Orientador Técnico 31 22 6 3 Campeonato Nacional
1ª Divisão 1953/54 SPORTING Orientador Técnico 10 6 1 3 Campeonato Nacional
AA 1953/54 FPF Treinador
Total = 77 53 10 14
O Capitão recebe a Taça de Portugal

Álvaro Cardoso nasceu em Setúbal e começou a jogar no Vitória no tempo em que ainda era habitual que as equipas não tivessem um treinador propriamente dito, cabendo ao Capitão dar as orientações dentro do campo, uma responsabilidade que recaía nos jogadores mais experientes ou carismáticos, e ele foi sempre um desses lideres, levando muito a sério a sua missão, ao ponto de não hesitar em dar umas estaladas em quem não cumprisse o que estava determinado.

Não se pense por isso que Cardoso era um daqueles defesas que faziam da brutalidade a sua principal arma, era duro sim senhor e acima de tudo tinha uma energia invulgar que lhe permitia que se entregasse ao jogo com uma grande intensidade, mas também era dotado com uma técnica individual pouco usual nos defesas da altura, isto para além da sua natural capacidade de liderança, que fazia com que fosse respeitado por todos.

Aos 18 anos chegou à equipa principal do Vitória entrado para o lugar de Joaquim Ferreira, outro jogador que se notabilizou no Sporting. Formava então com Silva a dupla de "beques" como se dizia na altura, quando o Benfica mandou um emissário a Setúbal para contratá-lo, mas o homem confundiu-se e acabou por levar o seu companheiro da defesa, permitindo assim que o Sporting se antecipasse e garantisse o concurso de Cardoso a troco de 5 contos, enquanto o jogador nada recebeu, afinal ia para o Clube da sua simpatia.

Álvaro chegou ao Sporting em 1939 já com 25 anos de idade e esteve no Clube durante 10 épocas, conquistando 4 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal, 5 Campeonatos de Lisboa e a Taça Império, e realizando 254 jogos oficiais pela equipa principal nos quais marcou 3 golos.

Nas primeiras duas temporadas no Sporting alternou entre as Reservas e a categoria de Honra, mas depois impôs-se pelo seu carisma e espírito de liderança e após o abandono de Rui Araújo herdou a capitania, ficando para a história como o Capitão da mítica equipa dos Cinco Violinos, quando também desempenhava essas funções na Selecção Nacional, o que aconteceu por 10 vezes nas 13 que representou Portugal, até ao polémico jogo em que a equipa das quinas perdeu por 10-0 com a Inglaterra, motivando a suspensão dos jogadores, que foram acusados de desinteresse, depois de lhes ter sido recusado um prémio de presença, sendo que ele como Capitão da equipa foi suspenso de toda a actividade por um ano, castigo que seria entretanto reduzido a metade.

Álvaro Cardoso nunca se eximiu das suas responsabilidades de líder e por vezes teve de assumir posições corajosas em defesa dos seus companheiros, sofrendo depois as consequências dessas atitudes, numa época em que não eram toleradas posturas contestatárias. Foi assim quando manifestou desagrado pelo tratamento que os jogadores da Selecção receberam após um jogo na Suíça, ou quando esteve para ser suspenso depois do Sporting ter levado 0-5 do Estoril, num dia em que tudo fez dentro do campo para despertar uma equipa abalada por um atrito entre os dirigentes e o guarda-redes Azevedo, que se recusou a alinhar nesse jogo.

Cumprida a suspensão decretada pelo Governo após o tal jogo com a Inglaterra, o grande Capitão regressou ao activo a meio da temporada de 1947/48, ainda a tempo de ajudar o Sporting na conquista de mais uma "dobradinha", despedindo-se no Jamor erguendo a Taça de Portugal e anunciando o fim da sua carreira de jogador aos 34 anos, revelando então alguma mágoa perante as injustiças de que fora alvo.

Posteriormente chegou a treinar a CUF do Barreiro.

Em 1951 foi escolhido pela FPF para comandar a Seleção Nacional BB e dois anos depois passou a ser o treinador da Seleção principal, trabalhando em conjunto com o Selecionador Salvador do Carmo com vista à eliminatória para o Mundial de 1954.

Pouco tempo depois regressou ao Sporting como Orientador Técnico para trabalhar com o treinador inglês Randolph Galloway, com quem formou uma dupla de sucesso, que comandou a equipa nas duas últimas temporadas do seu segundo tri campeonato, conquistado no triénio 1950/53.

Na época de 1953/54 passou a ser o treinador, depois de Randolph Galloway ter resolvido sair do Sporting, mas no dia 22 de Dezembro de 1953 demitiu-se em consequência de um mau arranque no Campeonato, onde a equipa cedeu três derrotas e um empate em dez jogos.

Em 1946 foi-lhe atribuída pelo Governo de França, a Medalha de Ouro de Desporto e de Educação Física.

Em 1979 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.

Faleceu em 12 de Maio de 2004, com 90 anos de idade.

To-mane 11h10min de 21 de Março de 2009 (WET)