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Dados de Carlos Gomes Cgomes5.jpg
Nome Carlos António do Carmo Costa Gomes
Nascimento 18 de Janeiro de 1932
Naturalidade Barreiro - Portugal - 
Posição Guarda-redes
Escalão Época Clube Jogos Golos Titulos Internacionalizações
JUV JUN ESP BB AA Golos
Seniores 1949/50 Barreirense
Seniores 1950/51 Sporting 7 -7 Campeonato Nacional
Seniores 1951/52 Sporting 33 -48 Campeonato Nacional
Seniores 1952/53 Sporting 31 -30 Campeonato Nacional
Seniores 1953/54 Sporting 34 -40 Campeonato Nacional
Taça de Portugal
3 -1
Seniores 1954/55 Sporting 31 -34 3 ?
Seniores 1955/56 Sporting 28 -36 3 ?
Seniores 1956/57 Sporting 29 -32 6 -10
Seniores 1957/58 Sporting 27 -20 Campeonato Nacional 3 -6
Seniores 1958/59 Granada
Seniores 1959/60 Granada
Seniores 1960/61 Oviedo
Seniores 1961/62 Atlético
Seniores 1962/63 ? (Marrocos)
Seniores 1963/64 ? (Marrocos)
Seniores 1964/65 ? (Marrocos)
Total = 222 -247 18 ?
Num dos seus voos lendários

Genial e polémico são os dois adjectivos que mais vezes encontramos associados a Carlos Gomes, para muitos o melhor guarda-redes português de todos os tempos.

Oriundo do Barreirense onde se apaixonou pelo "oficio" a ver as defesas de Francisco Silva o suplente de Azevedo na Selecção Nacional, foi contratado pelo Sporting quando tinha apenas 18 anos, demonstrando logo aí toda a sua irreverência, ao contestar o facto de lhe colocarem a transferência como um dado adquirido, exigindo mais dinheiro e acabando assim por receber 50 contos em vez dos 10 que lhe propunham.

Chegado ao Sporting foi suplente do grande João Azevedo durante um ano, mas aos 19 anos a camisola número 1 já era sua, e durante os oito anos que esteve no Clube conquistou 5 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal.

Chegou à Selecção Nacional em 1953, estreando no Jamor em jogo particular no qual Portugal derrotou a África do Sul por 3-1, sucedendo a Barrigana na baliza portuguesa, da qual passou a ser o dono apesar da concorrência de Costa Pereira, totalizando 18 internacionalizações que poderiam ter sido muitas mais se não tivesse saído do Sporting.

Com Morais e Hilário

Homem polémico, rebelde, irreverente e contestatário à ditadura vigente na altura em Portugal, o que lhe custou alguns dissabores, acabou por sair do Sporting com apenas 26 anos, na sequência de novas exigências financeiras que os dirigentes leoninos, alguns deles ligados ao regime e já fartos de o aturar, não satisfizeram.

Transferiu-se então para o futebol espanhol a troco de um milhão de pesetas, onde jogou no Granada e no Oviedo, e só não chegou mais longe porque o Sporting não o deixou ir para clubes maiores, numa altura em que Real Madrid e Barcelona demonstraram interesse em contrata-lo.

Actuava quase sempre de preto e um dia explicou porquê a um jornalista espanhol: «Visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores, está de luto.»

Em 1961 esteve para ir para o Salgueiros, mas mais uma vez o Sporting não autorizou, suspeitando-se que o Benfica estaria por trás da história, e assim mandaram-no regressar a Alvalade, mas ele exigiu muito dinheiro e o acordo não se concretizou.

Acabou por ir para o Atlético, mas voltou a emigrar depois de se envolver numa história rocambolesca, que meteu uma condenação por alegada violação, que refutou acusando os dirigentes do Sporting de lhe terem armado uma cilada, e uma fuga para Espanha e depois para Marrocos, onde adquiriu o estatuto de exilado político e ainda jogou e brilhou em Tânger, ao ponto de ser convidado por emissários do Rei a converter-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade, o que não aceitou.

Só em 1963 ficou livre do contrato com o Sporting, mas condenado a 11 anos de prisão, manteve-se pelo norte de África tornando-se treinador dois anos depois, passando pela Argélia e Tunísia.

Mais tarde radicou-se em Espanha onde possuía negócios, regressando a Portugal em 1983.

Faleceu a 17 de Outubro 2005 com 73 anos.

To-mane 15h11min de 11 de Março de 2009 (WET)