A temporada 2024/25 ficou marcada por um despique ombro a ombro entre Sporting e Benfica, com os encarnados a levarem a melhor na Final da Taça da Liga que ganharam nos penáltis, para depois os Leões se desforrarem no Campeonato, que foi decidido na penúltima jornada no "derby" da Luz, pelo que a Final da Taça de Portugal novamente disputada entre os dois velhos rivais de Lisboa, era vista como uma espécie de tira-teimas, principalmente para os benfiquistas que tendo já perdido a competição mais apetecível, viam a Taça com uma salvação para uma época que já tresandava a fracasso.
Enquanto o Benfica ocupou a sua semana no estudo profundo do adversário, procurando a melhor estratégia para o surpreender com um trabalho que consta terá sido exaustivo, os jogadores do Sporting dividiram-se entre festas e entrevistas para todos os gostos e inicialmente pareceram surpreendidos e com algumas dificuldades para desencaixar das variantes táticas introduzidas por Bruno Lage, que se apresentou com uma equipa a jogar em 3x4x3.
Assim a 1ª parte teve sinal mais para os encarnados mas chegou-se ao intervalo com zero a zero, muito graças a uma grande defesa de Rui Silva que negou o golo a Pavlidis e ao VAR que reverteu um penálti, já de si muito discutível, em virtude do lance ter sido precedido de fora de jogo.
Quando se esperava que o Sporting se ajustasse na 2ª parte, foi o Benfica que entrou a marcar com um remate de Kokçu de fora da área, valendo logo a seguir novamente o VAR, que anulou o segundo golo dos encarnados em virtude de uma indiscutível falta de Carreras sobre Francisco Trincão.
Foi aí que se esvaziou por completo o balão que Bruma precipitadamente enchera nos festejos do golo que pensara ter feito, com o Benfica a recuar na defesa de uma vantagem magra, recorrendo sistematicamente ao anti jogo com constantes paragens que no final obrigaram o árbitro a dar uns mais do que justificados 10 minutos de compensação, que acabaram por ser fatais para os encarnados.
Foi também no jogo das substituições que o Sporting ganhou, com as entradas de Hidemasa Morita, Geovany Quenda e principalmente Conrad Harder, a revelarem-se decisivas para ir empurrando a Benfica lá para trás, até que já à beira do fim o inevitável Viktor Gyökeres só foi parado em falta já dentro da área, encarregando-se ele mesmo de fuzilar Samuel Soares na marcação de um penálti que levou o jogo para prolongamento.
Nessa altura toda a gente percebeu que a vantagem anímica era toda do Sporting e o golo de Conrad Harder aos 9m do prolongamento foi apenas a confirmação de uma vitória que já parecia inevitável e que foi consumada à beira do fim e com requintes de malvadez, quando Francisco Trincão fez uma "cueca" a António Silva.
23 anos depois o Sporting voltava a conquistar uma "dobradinha", a 7ª da sua história e talvez a mais épica de sempre, tantos foram os obstáculos com que esta equipa se deparou ao longo de uma temporada onde teve de superar a inesperada traição de Ruben Amorim, o estrondoso falhanço do seu substituto que levou à contratação de um terceiro treinador, uma onda de lesões que obrigou ao recurso a vários jovens da Equipa B e até alguns erros de arbitragem, principalmente no período mais complicado da época, que chegou a parecer perdida, mas que acabou em êxtase, em grande parte por mérito de Rui Borges que soube agarrar um grupo onde o que nunca faltou foi a atitude que ele sempre pediu e que nos momentos decisivos também teve a inspiração necessária para resolver a favor daquela que foi sem dúvida a melhor equipa da temporada.
Como "derby" sem polémica não é "derby", ao Benfica restaram os protestos, principalmente contra o VAR, que não terá visto uma agressão de Matheus Reis a Belotti, quando os encarnados ainda ganhavam por 1-0. Mas se é verdade que o defesa brasileiro se terá excedido nessa disputa com o avançado italiano, o que veio a seguir foi manifestamente um exagero, que Frederico Varandas caracterizou e muito bem como "ruído de desespero"
To-mane (discussão) 17h54min de 29 de maio de 2025 (WEST)
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