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Nota introdutória

Esta página foi feita no âmbito da remodelação do Museu Sporting de 2016, reinaugurado a 2 de julho, para o qual a Wiki Sporting contribuiu com conteúdos e textos. Esta é uma das contribuições, que deixamos aqui em arquivo. Como tal, esta página corresponde a um instante na história do Sporting Clube de Portugal, e não será atualizada.

A fundação e os primeiros anos

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Visconde de Alvalade
De 08-05-1906 a 04-01-1910
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Caetano Pereira
De 04-01-1910 a 26-06-1910 e de 02-11-1912 a 05-10-1913
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José Alvalade
De 26-06-1910 a 02-11-1912
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Mota Marques
De 05-10-1913 a 16-11-1914

O Sporting foi fruto de um sonho de José Alfredo Holtreman Roquette, que foi pedir dinheiro ao seu avô, o Visconde de Alvalade, para fundar um clube que queria que fosse tão grande como os maiores da Europa. O Sporting nasceu em berço de ouro, e teve logo as melhores instalações desportivas do país, construídas em terrenos cedidos pelo Visconde, que foi o primeiro Presidente do clube, embora na verdade quem comandasse os destinos do mesmo fosse o seu neto José Alvalade. Assim, os primeiros anos de vida do Sporting decorreram sob a influência dos Alvalade num clube marcadamente elitista, em oposição à popularidade do Benfica, herdada do Sport Lisboa.

VISCONDE DE ALVALADE

Alfredo Augusto das Neves Holtreman era um homem de espírito muito jovial, o que fomentava nos netos, que gostava de ver reunidos na sua mansão em intensa atividade com outros jovens. Foi graças a ele que o seu neto José conseguiu fundar o Sporting Clube de Portugal, tendo então adiantado 200 mil reis, disponibilizando ainda terrenos da sua quinta para a construção das instalações desportivas e sociais do clube, que ficaram conhecidas +como o Sítio das Mouras. Foi imediatamente declarado sócio protetor e foi eleito o 1º. Presidente do clube, funções que cessaria a 4 de Janeiro de 1910, passando então a presidir à Mesa da Assembleia Geral. Em 1907 redigiu os primeiros Estatutos do Sporting, sendo declarado Sócio -+ Faleceu em 1920, numa altura em que já se tinha desligado do clube, desanimado pela morte prematura do seu neto.


JOSÉ ALVALADE

José Alvalade foi o fundador do Sporting e o ideólogo da cultura sportinguista, assente em valores da moral e ética desportiva, e na pureza das suas atitudes aristocráticas e conservadoras. Daí que, no Artº 1 dos primeiros Estatutos do Sporting, o clube seja definido como "uma associação composta d'individuos d'ambos os sexos de boa sociedade e conducta irreprehensivel". Foi o 3º Presidente do clube, cargo que desempenhou durante pouco mais de dois anos. No entanto, foi ele quem comandou os destinos do Sporting desde a sua fundação, até 1914, altura em que entrou em divergência com alguns sócios do clube, o que motivou o seu afastamento. José Alvalade faleceu a 19 de Outubro de 1918, com apenas 33 anos de idade, numa altura em que tinha regressado às lides diretivas do Sporting Clube de Portugal, como vogal da Direção.

A independência em relação aos Alvalade

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Queirós dos Santos
De 16-11-1914 a 18-04-1918
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Mário Pistacchini
De 18-04-1918 a 27-07-1918 e de 29-12-1918 a 25-07-1921
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Soares Júnior
De 27-07-1918 a 29-12-1918 e de 25-07-1921 a 21-11-1921
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Garcia Cárabe
De 21-11-1921 a 14-07-1922

O facto de José Alvalade ter mandado retirar materiais das instalações do Sporting no Sítio das Mouras, para os utilizar na construção do Stadium de Lisboa, deu origem a muita contestação da parte de alguns sócios do clube. Este movimento foi liderado por Daniel Queirós dos Santos, que convenceu Mário Pistacchini a financiar a construção de novas instalações desportivas para o Sporting. Estas continuaram a ser as melhores do país, ficando situadas no Campo Grande, em terenos arrendados à família Pinto da Cunha, onde a 1 de Abril de 1917 se inaugurou o campo que ficou popularmente conhecido como a “Estância de Madeira” e que foi a casa do Sporting durante mais de 20 anos. O clube libertava-se assim da dependência dos Alvalade que tinha marcado os primeiros anos da sua existência, e começava a crescer pelos seus próprios meios.


QUEIRÓS DOS SANTOS

Queirós dos Santos foi Presidente do Sporting durante cerca de três anos e meio, entre 1914 e 1918, período em que foram elaborados os terceiros estatutos do clube e em que o Sporting se sagrou pela primeira vez campeão de Lisboa em futebol. Foi Queirós dos Santos quem liderou o movimento que levou à emancipação do Sporting em relação à influência dos Alvalade, convencendo Mário Pistacchini a financiar a construção de novas instalações desportivas para o clube, que ficaram situadas no Campo Grande, onde passou a funcionar também a sede social.

MÁRIO PISTACCHINI

Foi Mário Pistacchini quem financiou a construção das instalações desportivas do Sporting situadas no Campo Grande, que ficaram conhecidas como a Estância de Madeira, adiantando uma elevada quantia que só lhe seria restituída quando o clube assim o entendesse, o que viria a acontecer alguns anos mais tarde, sendo então considerado Sócio de Mérito e Benemérito. Em 1918 sucedeu a Queirós dos Santos na presidência do Sporting, liderando duas Comissões Administrativas, tendo posteriormente sido eleito Presidente do clube, completando mais dois mandatos até 1921. Nas suas gerências foram aprovados os quartos Estatutos do Sporting e o clube sagrou-se pela 2ª vez na sua história campeão de Lisboa em futebol. Faleceu em 1947 quando era o sócio nº 19 do Sporting Clube de Portugal.

A expansão e a crise do crescimento

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Júlio de Araújo
De 14-07-1922 a 21-07-1923 e de 29-07-1924 a 19-02-1925
10º
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Sanches Navarro
De 21-07-1923 a 29-07-1924 e de 23-02-1926 a 10-05-192
11º
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Salazar Carreira
De 19-02-1925 a 23-02-1926
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Soares Júnior
De 10-05-1927 a 05-09-1928
12º
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Joaquim Oliveira Duarte
De 05-09-1928 a 22-02-1929*
13º
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Eduardo Costa
De 12-03-1929 a 03-10-1929
14º
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Álvaro José de Sousa
De 03-10-1929 a 27-07-1931
15º
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Artur Silva
De 27-07-1931 a 11-02-1932
16º
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Carlos Correia
De 11-02-1932 a 23-03-1932
17º
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Retamoza Dias
De 23-03-1932 a 28-07-1932
  • A sua demissão criou um vazio diretivo até 12-03-1929.

O aparecimento de dois dirigentes carismáticos, como foram Júlio de Araújo e Salazar Carreira, foi fundamental para a expansão e crescimento do Sporting, na terceira década do século XX. O primeiro foi um visionário que percebeu a necessidade que o Sporting tinha de se expandir por todo o país, de forma a crescer também em Lisboa, onde nunca gozara da simpatia da maior parte do público, por ser apontado como o clube dos ricos, defendendo também um forte investimento na melhoria das instalações desportivas. O segundo, apesar de mais comedido e conservador, foi determinante para o crescimento do clube em termos desportivos, sendo o grande mentor da cultura eclética que se tornou numa imagem de marca do Sporting, dinamizando a prática do atletismo e da ginástica e introduzindo no clube o voleibol, o andebol e o râguebi, sendo que foi nesta modalidade e por sua iniciativa, que se adotaram as camisolas listadas que ele tinha visto em França, e que mais tarde se tornaram no equipamento oficial do clube. Numa fase de alguns conflitos internos resultantes dos inevitáveis problemas financeiros inerentes ao grande crescimento do clube, homens como Sanches Navarro, Eduardo Costa, Álvaro José de Sousa e Carlos Correia, foram fundamentais para manter o equilíbrio que permitiu ao Sporting sobreviver à crise que então atravessou.

JÚLIO DE ARAÚJO

Apesar de só ter chegado à Presidência do Sporting em 1922, a verdade é que desde 1920 que o dinamismo de Júlio de Araújo se fazia sentir de uma forma determinante na vida do clube, tendo começado por elaborar o “Programa de Trabalhos”, onde se reformaram as leis e os hábitos vigentes. Aproveitando uma ideia de José Serrano e Mendes Leal, Júlio de Araújo criou o Boletim do Sporting, que tanto contribuiu para o desenvolvimento e engrandecimento do clube, e cujo primeiro nº foi lançado em 31 de Março de 1922. Foi Presidente do clube em dois períodos diferentes: o primeiro entre 14 de Julho de 1922 e 21 de Julho de 1923, e o segundo entre 29 de Julho de 1924 e 19 de Fevereiro de 1925. Durante as suas gestões, o Sporting passou de cerca de 300 sócios para mais de 3000, ao mesmo tempo que as Filiais se iam espalhando pelo País. No futebol, sob a sua presidência o Sporting sagrou-se Campeão de Portugal pela primeira vez, e ganhou dois Campeonatos de Lisboa, mas para além disso, criou o posto náutico e o Sporting tornou-se muito forte na natação e no polo aquático, tal como já acontecia no atletismo e no râguebi. Antecipou a necessidade do clube dispor de novas instalações, prevendo a degradação da "Estância de Madeira", o que se viria a confirmar e a criar graves problemas ao Sporting. Assim criou o Agrupamento Leonino onde foi desenhado um anteprojeto para a construção de futuras instalações, que no entanto não se viria a concretizar. Faleceu em 1977 quando era o sócio nº 19 do Sporting Clube de Portugal.

SALAZAR CARREIRA

Enquanto dirigente do Sporting, Salazar Carreira fez parte do Conselho Técnico a que presidiu, do Conselho Fiscal e do Agrupamento Leonino, desempenhando também várias funções na Direção, até chegar a Presidente em 19 de Fevereiro de 1925, cargo que desempenhou durante cerca de um ano. Em 1925 a sua gerência apresentou um relatório contas com um saldo positivo de quase 115 contos, algo que nunca tinha acontecido no clube. Durante a sua presidência o clube sagrou-se campeão de Lisboa em futebol pela 5ª vez, e consolidou a sua posição de dominador no atletismo, modalidade que Salazar Carreira ainda praticava na época, tornando-se assim no “presidente atleta”. Nesta altura a questão da construção de novas instalações desportivas para o Clube, estava na ordem do dia e, nessa matéria Salazar Carreira opunha-se à visão empreendedora de Júlio de Araújo, defendendo o aproveitamento ao máximo daquilo que existia e a angariação de fundos antes do arranque efetivo de qualquer obra, tendo para o efeito criado o “Fundo de Reserva”. Faleceu a 7 de Dezembro de 1974, com 80 anos de idade.

A afirmação enquanto grande clube nacional

12º
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Joaquim Oliveira Duarte
De 28-07-1932 a 02-09-1942
18º
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Amado de Aguilar
De 02-09-1942 a 26-10-1943
19º
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Diogo Alves Furtado
De 26-10-1943 a 17-11-1943
20º
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Cunha e Silva
De 17-11-1943 a 04-11-1944
21º
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Barreira de Campos
De 04-11-1944 a 08-02-1946

Em Julho de 1932 Joaquim Oliveira Duarte iniciou um mandato que durou 10 anos, durante os quais o Sporting consolidou definitivamente a sua posição de grande clube nacional, abrindo o caminho para o período mais rico da sua história. Ao concluir o seu consulado a 2 de Setembro de 1942, passando o testemunho a Amado de Aguilar, Oliveira Duarte deixou um legado desportivo muito positivo e um património que a sua Direção avaliava em cerca de 1166 contos, que cobriam largamente um passivo de 475 contos, quase todos referentes à compra de um prédio para instalar a sede. Nos anos que se seguiram o Sporting sentiu a falta do seu líder, mas as bases estavam solidamente lançadas e rapidamente o clube voltou a crescer.

OLIVEIRA DUARTE

Joaquim Oliveira Duarte chegou à presidência do Sporting a 5 de Setembro de 1928, mas o seu primeiro mandato duraria apenas 5 meses. Quatro anos depois voltaria à presidência, desta vez para um longo e brilhante consulado. Durante esses 10 anos Oliveira Duarte promoveu o ecletismo, desenvolvendo fortemente diversas modalidades, com destaque para o ciclismo, a ginástica e o andebol, mas também obteve resultados significativos no hóquei em patins e no ténis de mesa. No futebol foi ambicioso e visionário, recolocando o clube no caminho do sucesso. O seu grande golpe foi a jogada de antecipação ao FC Porto, com a qual garantiu os serviços de Joseph Szabo, um treinador que marcou uma era no futebol do clube, construindo uma grande equipa. Ao todo durante os 10 anos da sua presidência, o futebol do Sporting conquistou oito Campeonatos de Lisboa, entre os quais um inédito hexa, três Campeonatos de Portugal, marcando sempre presença na final desta competição, um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal, os primeiros da história do clube, na brilhante temporada de 1940/41, que foi o ponto alto do seu magnífico consulado. Realizou o I Congresso Leonino com a participação de todas as Filiais e Delegações, arrendou o Stadium de Lisboa no Lumiar e o Palácio da Foz, onde instalou a sede do clube, dispondo aí de um espaço privilegiado para a realização de eventos sociais, com a dignidade própria de um cube de tradições marcadamente elitistas, de tal forma que as festas de carnaval e de passagem de ano, que a partir daí lá se realizaram, ficaram para a história da cidade de Lisboa. Mais tarde adquiriu um prédio na Rua Rosa Araújo, que posteriormente foi vendido com elevados lucros para o Sporting. Foi com Oliveira Duarte que se deram os primeiros passos para o sonho de um estádio novo, com a aquisição do terreno Talone e a elaboração da primeira maqueta do projeto. Recebeu a Medalha de Mérito e Dedicação em 1930, foi distinguido como sócio benemérito, e a título póstumo como sócio honorário. Faleceu a 13 de Maio de 1958, com 67 anos de idade.

Os anos de ouro

22º
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Ribeiro Ferreira
De 08-02-1946 a 13-02-1953
23º
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Góis Mota
De 13-02-1953 a 31-01-1957

No início do ano de 1946 chegaram ao Sporting três dirigentes que catapultariam o clube para aqueles que ficariam para a história como os anos de ouro, durante os quais o Sporting deixou de ser simplesmente um dos maiores clubes do país, para passar a ser o maior de todos. Ribeiro Ferreira e Góis Mota na Direção e Palma Carlos na presidência da Mesa da Assembleia Geral comandaram o Sporting com inegável categoria num período onde para além dos muitos êxitos desportivos conseguidos, foram resolvidas as principais questões que atormentavam os sportinguistas, com a instalação da Sede na Rua do Passadiço e a construção do novo Estádio José Alvalade.

RIBEIRO FERREIRA

Ribeiro Ferreira chegou à presidência do Sporting depois de ser eleito a 19 de Janeiro de 1946, tomando posse no dia 8 de Fevereiro, para liderar o clube naquele que foi o período áureo do futebol leonino, pois sob a sua presidência o Sporting conquistou dois Campeonatos de Lisboa, duas Taças de Portugal e dois tricampeonatos nacionais, embora o último já tenha sido fechado na presidência de Góis Mota. Uma das suas primeiras medidas foi a contratação de Cândido de Oliveira para o lugar de coordenador técnico do futebol, uma decisão que se viria a revelar fundamental na construção de uma grande equipa, que assentava na célebre linha avançada que ficou conhecida como os Cinco Violinos. Mais tarde Ribeiro Ferreira contratou o técnico inglês Randolph Galloway, outra aposta de sucesso que valeria mais um tricampeonato ao futebol leonino. Nas gerências de Ribeiro Ferreira o Sporting promoveu importantes obras no Estádio do Lumiar, adquiriram-se os terrenos denominados Lumiar A, e o edifício da Rua do Passadiço, onde foi instalada a Sede com todas as condições necessárias a um grande clube, incluindo uma sala de troféus, um salão para a ginástica e um rinque para as modalidades, que assim sofreram um forte impulso nesta altura e, foram aprovados os sétimos Estatutos do clube, onde entre outras medidas foi criado o Conselho Geral. Faleceu a 13 de Fevereiro de 1953, quando se preparava para abandonar a presidência do clube, ficando para a história como o Presidente que mais títulos ganhou no futebol.

GÓIS MOTA

Góis Mota foi vice-presidente nas Direções de Ribeiro Ferreira, funções que desempenhou durante sete anos, até 23 Janeiro de 1953, altura em foi eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal, tomando posse no mês seguinte, para dar continuidade àquele que foi o período de ouro do futebol leonino. Liderou o clube durante quatro anos, até 31 de Janeiro de 1957, e foi durante o seu mandato que o Sporting conquistou os dois campeonatos que fecharam o até aí inédito tetracampeonato de futebol, aos quais somou uma Taça de Portugal, havendo ainda a registar a estreia do Sporting na Taça dos Campeões Europeus. Foi também durante este período que o Sporting foi pela primeira vez campeão nacional de basquetebol e de voleibol. Mas a sua grande obra foi sem dúvida o Estádio José Alvalade, construído e inaugurado no seu consulado, e ao qual ficará eternamente ligado como o grande dinamizador da concretização deste sonho de todos os sportinguistas, realizado em plenos festejos das Bodas de Ouro do clube, celebradas com um vasto conjunto de atividades e de uma forma nunca antes vista em Portugal. Na sua gerência deu particular atenção às Filiais e Delegações espalhadas pelo Continente, Ilhas e Ultramar, tendo o Sporting realizado digressões a África e ao Brasil, onde Góis Mota enquanto Presidente do Clube, foi condecorado pelo Presidente da Republica daquele país, com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Foi declarado Sócio de Mérito do Sporting Clube de Portugal e integrou também o Conselho Geral, órgão que presidiu entre 1963 e 1965, e do qual foi considerado membro vitalício. Faleceu em 25 de Janeiro de 1973.

A estagnação e a regeneração

24º
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Cazal Ribeiro
De 31-01-1957 a 15-12-1958
25º
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Brás Medeiros
De 15-12-1958 a 10-05-1961 e de 28-07-1965 a 04-04-1973
26º
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Gaudêncio Costa
De 10-05-1961 a 19-03-1962
27º
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Joel Pascoal
De 19-03-1962 a 10-05-1963
28º
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Viana Rebelo
De 10-05-1963 a 29-05-1964
29º
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Homem de Figueiredo
De 29-05-1964 a 28-07-1965
30º
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Valadão Chagas
De 04-04-1973 a 05-04-1973
31º
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Manuel Nazareth
De 05-04-1973 a 07-09-1973

Depois do período áureo vivido nas décadas de 40 e 50 do século XX, o Sporting atravessou uma fase de estagnação, sofrendo na orfandade dos grandes líderes que o tinham guindado até ao topo, passando então por uma serie de presidências que foram quase comissões de serviço, numa altura em que razões de ordem desportiva, financeira e política, empurraram o clube para um estado de alguma letargia. Mesmo assim foi neste período que o Sporting viveu um dos momentos mais altos da sua história, com a conquista da Taça da Taça em 1964. Foi então que em 1965 emergiu Brás de Medeiros como o Presidente da regeneração, que graças a uma disciplina orçamental férrea, com prevalência dos pelouros administrativos sobre os desportivos, e a muito trabalho, conseguiu estancar as feridas e manter o clube desportivamente competitivo, numa fase de grande fulgor da parte do Benfica.

BRÁS DE MEDEIROS

Brás de Medeiros foi Presidente do Sporting Clube de Portugal em dois períodos diferentes. O primeiro entre 7 de Janeiro de 1959 e 10 de Maio de 1961, numa altura em que o clube já atravessava grandes dificuldades financeiras resultantes da construção do Estádio José Alvalade. Regressaria à liderança do Sporting a 28 de Julho de 1965. Nessa altura a crise financeira agravara-se e Brás Medeiros condicionou a aceitação do cargo de Presidente, à necessidade de obter uma quotização extra mensal, entre outras condições que viu aprovadas na totalidade em Assembleia Geral efetuada para o efeito. Inicialmente liderou uma Comissão Administrativa com um mandato de 3 anos, mas depois seria eleito Presidente da Direção, cargo que ocupou até 4 de Abril de 1973, conseguindo de alguma forma inverter o rumo do clube. A nível desportivo, nos seus consulados o Sporting festejou e viveu os seus períodos áureos no andebol, com a célebre equipa dos Sete Magníficos e no ciclismo, com o aparecimento de Joaquim Agostinho. No futebol o Sporting fez alguns investimentos como a contratação de Yazalde e assim ganhou dois Campeonatos Nacionais e duas Taças de Portugal, embora a última só se tenha consumado depois de concluída a última gerência de Brás de Medeiros. Durante os seus mandatos Brás Medeiros criou as escolas de futebol, realizou o II Congresso Leonino, reformou os Estatutos do clube aprovando a sua 9ª versão, e conseguiu aumentar o património imobiliário, principalmente com o negócio de cedência à Câmara do edifício da Rua do Passadiço, com excelentes contrapartidas para o clube, solucionando assim o problema dos terrenos destinados à construção da Cidade Desportiva do Sporting e à construção da Sede e dos acessos ao Estádio. Faleceu no dia 30 de Agosto de 1994, com 82 anos de idade.