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No dia da sua reeleição [[João Rocha]] voltou a queixar-se das dificuldades com que continuava a deparar-se para satisfazer os compromissos do Clube, que tinha uma despesa mensal de 20 mil contos e receitas de apenas 5 mil contos, o que não impedira a apresentação de um orçamento para a época 1981/82 com um saldo positivo de 4 mil contos, ao mesmo tempo que o passivo só aumentara 1000 contos, resultados que só tinham sido possíveis à custa de determinados subsídios e adiantamentos que não convinha ao Clube revelar.
 
No dia da sua reeleição [[João Rocha]] voltou a queixar-se das dificuldades com que continuava a deparar-se para satisfazer os compromissos do Clube, que tinha uma despesa mensal de 20 mil contos e receitas de apenas 5 mil contos, o que não impedira a apresentação de um orçamento para a época 1981/82 com um saldo positivo de 4 mil contos, ao mesmo tempo que o passivo só aumentara 1000 contos, resultados que só tinham sido possíveis à custa de determinados subsídios e adiantamentos que não convinha ao Clube revelar.

Revisão das 15h45min de 2 de dezembro de 2025

Gerência anterior:
A Gerência 1980-1982
Gerência seguinte:
A Gerência 1984-1986

Em 26 de Fevereiro de 1982 João Rocha foi reconduzido na Presidência do Sporting Clube de Portugal, numa Assembleia Geral eleitoral realizada de acordo com os novos Estatutos, passando a Direção a ter a seguinte constituição:

Cargo Nome Observações
Presidente João António dos Anjos Rocha
Vice Presidente Artur de Sousa Marques
Vice Presidente Mário José da Silva Garcia
Vice Presidente José Herculano Rovisco Dias
Vice Presidente Agostinho Alberto Bento Abade Até Dezembro 1982
Vice Presidente Paulo Luís Ávila Abreu Até Dezembro 1982
Vice Presidente José Maria Roque Lino Até Dezembro 1982
Director Tesoureiro e Secretário Mário Nunes Soares Casquilho
Director adjunto para a Organização e Planeamento António Pedro Oliveira Maia
Director de Pessoal Emílio Ribeiro Castro
Director de Contabilidade Eugénio Nuno Silva Ribeiro
Director adjunto para as Instalações e Organizações Desportivas Mário Franco Pereira
Coordenador para a Alta Competição Carlos Augusto Cunha Bispo
Coordenador adjunto para a Alta Competição Joaquim Sousa Mendes
Director do Departamento de Expansão e Propaganda Carlos Esteves da Fonseca
Director do Departamento de Publicidade José Manuel Costa Pinto Ribeiro
Director do Departamento de Relações Públicas Daniel Madeira de Castro
Director do Jornal João Xara Brasil
Director de Valorização Patrimonial Fiel de Oliveira Farinha
Director de Valorização Patrimonial João Teixeira
Director adjunto para as Obras José Carlos Correia Estorninho
Director do Gabinete Jurídico João Luís Rodrigues
Director adjunto do Gabinete Jurídico Pedro Ortet
Director adjunto do Gabinete Jurídico Luís Filipe Santos Ferro
Director do Pelouro de Atletismo Rui Gonçalo Taborda Pignatelli
Director do Pelouro de Basquetebol Vítor Manuel Jesus Salgado
Director do Pelouro de Hóquei em Patins Manuel Luís Correia Gonzaga da Silva
Director do Pelouro de Andebol Amílcar Cantarinha
Os três Presidentes eleitos
As obras do fecho do peão
Ramalho Eanes analisa os projetos do Sporting
Bicampeões no Basquetebol
Tomada de posse dos Diretores
Campeões no Estoril
A noite da Batalha
Lopes e Mamede
Campeões no Hóquei em Patins
O IV Congresso Leonino
A maquete dos projetos do Sporting em 1982
A inauguração da sala de Bingo
A bancada nova
A Assembleia Geral de 9 de Março de 1984
Carlos Lopes Campeão Mundial de Corta Mato
A pista de gelo
O adeus a Joaquim Agostinho

No dia da sua reeleição João Rocha voltou a queixar-se das dificuldades com que continuava a deparar-se para satisfazer os compromissos do Clube, que tinha uma despesa mensal de 20 mil contos e receitas de apenas 5 mil contos, o que não impedira a apresentação de um orçamento para a época 1981/82 com um saldo positivo de 4 mil contos, ao mesmo tempo que o passivo só aumentara 1000 contos, resultados que só tinham sido possíveis à custa de determinados subsídios e adiantamentos que não convinha ao Clube revelar.

Para além disso João Rocha apelou mais uma vez à união dos os sócios na defesa dos interesses do Clube, informando que depois de ultrapassadas as muitas dificuldades resultantes das ocupações ilegais dos terrenos que eram pertença do Sporting e demais obstáculos encontrados numa longa caminhada de vários anos de luta, os campos de treino estavam finalmente prontos para ser arrelvados, mas entretanto o projeto do alargamento do Metropolitano tinha sofrido uma alteração, que não só ia obrigar à deslocação desses campos para outra localização, como iria impedir a construção da piscina olímpica do Sporting no local previsto.

Nessa ocasião o Presidente leonino anunciou que já estavam assegurados alguns reforços para a equipa de futebol da época seguinte, garantindo no entanto que o Clube não iria entrar em loucuras no que diz respeito às renovações de contratos, ao mesmo tempo que o Sporting continuava a trabalhar na massificação do desporto, contando já com cerca de 6500 ginastas, estando em curso a criação de condições para que o Clube pudesse prestar serviço a 15 mil desportistas.

Em relação à Sociedade de Construções e Planeamento, João Rocha considerou-a como uma arma para chamar a si determinadas ações que estavam vedadas aos clubes, ao mesmo tempo que garantiu que ela nunca iria assumir o controlo do Sporting, porque o Clube detinha a totalidade das suas ações e adiantou que se fossem resolvidos determinados problemas de ordem financeira, o Sporting teria condições para formar uma equipa de Futebol com dimensão europeia, considerando este um mandato decisivo para a vida do Clube ao afirmar: "poderemos fazer chegar o Sporting ao maior êxito, ou ao maior malogro".

No dia 8 de Março de 1982 o Presidente da República visitou as instalações do Sporting, onde teve a oportunidade de apreciar os projetos do Clube e visitar a sala de troféus , antes de dedicar especial atenção à secção de Ginástica, com a qual tinha ficado particularmente impressionado ao assistir a um sarau realizado poucos meses antes no Teatro São Luís.

No dia 27 de Março de 1982 tomou posse o quinto Conselho Leonino.

No dia 21 de Maio de 1982 realizou-se a segunda edição da noite da Batalha, com a presença de mais de um milhar de Sportinguistas, entre os quais o Presidente João Rocha e onde foram homenageadas algumas das grandes figuras do passado glorioso do Clube.

No dia 25 de Junho de 1982 realizou-se uma Assembleia-Geral ordinária do Clube, onde foram aprovados o orçamento para a época 1982/83 e um aumento substancial de quotas, que passaram de 350$ para 500$ para sócios de central, de 250$ para 350$ para sócios de lateral, 150$ para 220$ para sócios de superior, de 70$ para 100$ para sócios juvenis e de 500$ para 1000$ para sócios correspondentes. Foi também anunciado que iriam ser postos à venda 20 camarotes ao preço de 100 contos por ano e 5 mil lugares na bancada nova por 3 contos, também anuais.

O orçamento que era deficitário em 50 mil contos, era simultaneamente o maior de sempre para clubes portugueses atingindo os 515 mil contos, na medida em que contemplava os projetos de um Pavilhão com capacidade para 8 mil espetadores, da Piscina Olímpica, dos blocos habitacionais, de terraplanagens, do fecho da bancada cujas obras já estavam em curso e de mais 6 pavilhões e 20 ginásios, estruturas com que o Sporting planeava aumentar o numero dos seus praticantes desportivos de 15 mil para 30 mil.

Nessa Assembleia Geral João Rocha afirmou que o orçamento do Sporting para 1983/84 iria ultrapassar um milhão de contos e, que nessa altura estariam criadas as condições para que o Clube pudesse viver sem sobressaltos, com infraestruturas construídas e os meios necessários para a sua subsistência, o que permitiria ao Sporting virar-se exclusivamente para a prática desportiva e aliviar os seus sócios das constantes contribuições que agora lhes eram solicitadas, pedindo-lhes um último sacrifício, assim como aos dirigentes e atletas das diferente secções que seriam alvo de reduções orçamentais numa hora considerada decisiva em que era necessário hierarquizar interesses e escalonar prioridades.

Nessa ocasião João Rocha voltou à carga no que diz respeito ao Totobola que distribuía dinheiro por todo o lado, mas deixava os clubes de futebol de fora da "festarola", o que lhe valeu que o Secretário de Estado dos Desporto, Vaz Serra de Moura, cancelasse uma reunião que tinha marcada com o Sporting.

Outros assuntos na ordem do dia, eram a falsificação de bilhetes, as borlas resultantes dos milhares de cartões emitidos pela AFL e pela FPF que davam acesso livre aos estádios e o Bingo, um jogo que proliferava por todo o País sem que houvesse legislação adequada para o regulamentar. O Sporting, tal como muitos outros clubes, tinha o seu Bingo que funcionava no seu salão de festas situado no antigo restaurante Frou-Frou e que foi o primeiro sobre o qual as autoridades caíram em cima, com a instauração de um processo crime contra os dirigentes leoninos.

O IV Congresso Leonino realizou-se no Rio de Janeiro entre 31 de Julho e 6 de Agosto de 1982, sob o tema "O mundo leonino e as comunidades portuguesas".

No dia 29 de Setembro de 1982 o Sporting inaugurou o seu Centro de Recuperação que combinava a técnicas da medicina ocidental na recuperação de lesões com a milenar medicina oriental, onde se incluía a acupuntura sob a orientação do Mestre Kobayashi.

Em Novembro de 1982 o Sporting Clube de Portugal chegou pela primeira vez aos 60000 mil sócios inscritos, embora atendendo aos falecimentos e desistências, tivesse na realidade 57604 associados.

No final de 1982 João Rocha apresentou a maquete dos projetos do Clube, numa altura em que a bancada nova estava quase pronta o que iria permitir ao Sporting duplicar o seu número de praticantes. O projeto contemplava um grande pavilhão com capacidade para 13 mil espetadores que seria o segundo maior da Europa e que iria substituir o Pavilhão de Alvalade que estava situado no caminho do alargamento do Metro de Lisboa, uma piscina olímpica, um campo de treinos relvado e com bancadas, courts de ténis, um complexo habitacional, um interface rodoviário, um Hotel, o Edifício Alvalade e o centro terciário com duas torres geminadas, isto quando o Presidente leonino afirmava que num País onde o Estado pouco ou nada fazia pelo Desporto, o Sporting apenas precisava que não lhe coartassem a capacidade de realização para fazer aquilo que os sucessivos governos não conseguiam fazer, queixando-se de que enquanto ao Benfica tenham sido dados 200000m2 de terrenos para construção, ao Sporting só tinham sido atribuídos 50000m2.

Em Janeiro de 1983 o Sporting chegou a acordo com a RTP para a transmissão em direto de alguns dos seus jogos de Futebol, desde que não se realizassem no seu estádio.

No dia 25 de Fevereiro de 1983 realizou-se uma Assembleia Geral ordinária onde foi aprovado o Relatório Contas do exercício findo em 30 de Junho de 1982, que apresentava um saldo positivo superior a 4 mil contos de um valor total que ultrapassava os 300 mil contos. A atividade desportiva do Clube continuava a ser fortemente deficitária, atingindo os 44650 contos negativos, 23755 resultantes do Futebol e 24700 das 15 secções que também eram deficitárias, donde se destacava o Atletismo (9559 contos), o Hóquei em Patins (5598 contos), o Andebol (4959 contos) e o Basquetebol (3070 contos). Natação (1933 contos), Ginástica (1229 contos) e Patinagem e Taekwondo com valores residuais, eram as únicas secções auto sustentáveis.

Nessa altura João Rocha gabava-se de já ter cumprido grande parte do programa apresentado aos sócios um ano antes, nomeadamente em relação à revisão dos Estatutos, à reorganização administrativa do Clube, à angariação de novos sócios, ao incremento do departamento de publicidade, à valorização do património, com o fecho da bancada quase quase concluído, a construção dos campos de treino relvados apenas a aguardar a viabilização da Câmara, o concurso para a construção do Pavilhão lançado e as obras dos fogos prontas para se iniciarem. Para além disso estava em curso a prometida regularização das dívidas do Clube, uma situação que já estava resolvida no que diz respeito ao anterior Presidente Brás Medeiros e em vias de resolução com a Previdência e o Fisco. No meio de tudo isto ainda houvera tempo para conseguir um ano áureo no que diz respeito a conquistas desportivas, que tornavam o Sporting na maior força do País nesta matéria, com o Futebol a ganhar tudo e as modalidades de alta competição a somarem algumas vitórias, ao mesmo tempo que o Clube já contava com mais de 15 mil praticantes, substituindo o Estado na missão de massificar a prática desportiva em Portugal.

Foi também nesta altura que o Sporting apresentou a sua demissão da Liga de Clubes, da qual exigiu uma demarcação clara em relação aos ataques que o Presidente do FC Porto, Pinto da Costa, tinha dirigido ao Clube e à Direção leonina, uma situação que viria a ser sanada no final do ano com um pedido de desculpa público da parte da Direção da Liga dos Clubes.

No dia 7 de Junho de 1983, o Sporting inaugurou oficialmente a maior sala de bingo do País.

O V Congresso Leonino decorreu em Newark, nos Estados Unidos, nos dias 29, 30 e 31 de Julho de 1983, sob o tema "Um ideal Sportinguista - A formação e a iniciação desportiva da juventude leonina para competir melhor".

Em Julho de 1983, o Clube de Futebol "Os Belenenses" decidiu em Assembleia Geral reatar relações com o Sporting Clube de Portugal, pondo fim a uma desavença que durava desde 1964, na sequência da transferência de Carlitos.

A bancada nova que substituiu o peão herdado do recinto anterior, numa obra iniciada em Fevereiro de 1982, começou a ser rentabilizada na 1ª jornada do Campeonato Nacional da época 1983/84, embora já tivesse sido parcialmente utilizada na temporada anterior. No final do ano de 1983 a bancada nova encontrava-se em fase de acabamentos com a instalação de cadeirões e cadeiras de plástico na tribuna de honra, onde iria estar disponível um pequeno bar, enquanto nos baixios crescia a nave, inicialmente destinada a recintos de treino e iniciação para as modalidades.

Em termos de projetos já tinham começado as obras para a pista de gelo, uma novidade que surgira recentemente e que previa criar condições para 3 mil praticantes de patinagem sobre o gelo. Adjudicada já estava a obra de ampliação do Bingo, que tinha sido uma iniciativa com grande sucesso. Em fase de projeto estava a Sala de Convívio dos Sócios que daria acesso à Sala dos Troféus. Os projetos iniciais do Pavilhão e da Piscina Olímpica revelaram-se muito dispendiosos, pelo estavam em fase reajustamentos sem alterar o conteúdo e a estética dos mesmos. O arrelvamento do campo de treinos continuava por fazer mas em virtude do desenvolvimento do futebol de formação, estava em cima da mesa a possibilidade de transformar os inicialmente projetados campos de ténis em novos campos de treino para o futebol jovem.

Em tempo de crise económica e desportiva o Sporting Clube de Portugal fechou o ano de 1983 ultrapassando os 86 mil sócios.

No dia 9 de Março de 1984 realizaram-se duas assembleias gerais, a primeira extraordinária, onde foram aprovadas algumas alterações aos Estatutos, visando a regularização da exploração do Bingo e a criação da subcategoria sócio contribuinte, que facilitava a entrada de sócios menores, que sendo filhos de não sócios, praticassem no Clube qualquer atividade amadora gino-formativa, recreativa ou cultural; a segunda ordinária, onde foram aprovados o orçamento para o ano desportivo em curso e o relatório contas do ano anterior, que apresentava um resultado positivo de cerca de 500 contos, depois de efetuadas amortizações no valor de 7588 contos. As receitas globais apresentadas situavam-se nos 440 578 contos, enquanto as despesas se cifraram em 439 566 contos. A prioridade dada à valorização do património do Clube, resultava num activo avaliado em um milhão e setecentos mil contos, contra um passivo de cerca de duzentos e quarenta mil contos.

Nessa Assembleia Geral João Rocha foi confrontado com as primeiras criticas de um numero reduzido de sócios, que o questionaram em relação à desastrosa gestão do Departamento de Futebol, que nem Diretor tinha, depois de uma serie de decisões muito discutíveis em termos da orientação técnica e da gestão do plantel e também no que concerne à realização dos projetos imobiliários do Clube, que por enquanto apenas se tinham concretizado no que diz respeito à construção da bancada nova, estando por esclarecer donde viriam as verbas que viabilizariam esses projetos. Em relação ao futebol João Rocha defendeu-se com as arbitragens e a má imprensa e quanto ao resto, o Presidente leonino afirmou que por motivos óbvios havia coisas que não podiam ser tornadas públicas para não alertar os habituais perseguidores, acrescentando que quando se falava em montantes daquela grandeza, os processos de administração não podiam seguir a vias tradicionais, reforçando que os Sportinguistas tinham de escolher entre um futuro assegurado por um conjunto de infraestruturas sólidas e únicas no País e um presente de apostas aleatórias e sucessos passageiros, numa altura em que o Clube já caminhava para os 100 mil sócios e albergava mais de 15 mil praticantes nas suas modalidades, substituindo o Estado na promoção e desenvolvimento do desporto naicional.

No dia 17 de Abril de 1984 o Conselho Leonino decidiu voltar a convidar Emídio Pinheiro, João Rocha e Nunes dos Santos para continuarem na liderança dos órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal, apenas com a voz discordante de José Manuel Torcato, que defendia o aparecimento de uma candidatura alternativa que já estava na forja, isto numa altura em que João Rocha ultrapassara Joaquim Oliveira Duarte como o Presidente com mais tempo à frente dos destinos no Clube.

No inicio de Maio de 1984 o Sporting estabeleceu com o Casa Pia um protocolo de colaboração que previa a utilização por parte do Sporting das instalações de Pina Manique e a cedência de alguns jogadores das camadas jovens ao Casa Pia.

Esta Gerência começou com o Futebol a ganhar tudo na época de 1981/82, mas mais uma vez a seguir a um titulo veio uma tempestade, e no início da temporada seguinte Malcolm Allison e o médico Manuel Pinto Coelho, foram suspensos devido a comportamentos considerados inadequados durante o estágio realizado na Bulgária, a seguir ao qual o treinador inglês resolveu dar 5 dias de folga ao plantel em plena pré época, ao mesmo tempo que acusava Sousa Marques e o Dr. Branco do Amaral de conspirarem contra ele e o médico de sua confiança, por terem inveja do seu sucesso.

A equipa foi entregue aos treinadores adjuntos e já em Portugal perdeu o jogo de apresentação aos adeptos disputado no Estádio José Alvalade frente ao Portimonense, depois do qual os sócios se manifestaram contra a saída do treinador inglês, que também era apoiado pelos jogadores, pelo que João Rocha, que entretanto voltara do Brasil onde estivera no IV Congresso Leonino, deu o dito por não dito, o que provocou o pedido de demissão de dois vice presidentes que depois viriam a reconsiderar a sua posição. Malcolm Allison ainda seguiu com a equipa para o Algarve, mas aí reincidiu nos mesmos comportamentos, pelo que acabou por ser despedido, sendo substituído por António Oliveira, que assumiu as funções de treinador-jogador, uma opção que criou algum mau estar no balneário e que mais tarde acabou por obrigar o Presidente a contratar o treinador checoslovaco Josef Venglos, outra aposta falhada.

A guerra com o FC Porto subiu de tom, e João Rocha respondeu às saídas para as Antas de Eurico e Inácio, com as contratações de Gabriel e Romeu e o Sporting ficou a perder. Do Brasil e da Europa do leste continuaram a chegar jogadores, mas pouco se aproveitou e a equipa começou a atrasar-se em relação a um FC Porto em ascensão e um Benfica sempre forte.

As modalidades de alta competição do Clube também sofreram muito neste período devido à sua semi-profissionalização, de tal forma que João Rocha afirmou que ou se alterava radicalmente o conceito destas, ou os clubes de futebol teriam abandonar a prática das mesmas.

No Atletismo Fernando Mamede e Carlos Lopes continuavam a somar recordes e vitórias, e ajudaram a ganhar mais 3 Taças dos Clubes Campeões Europeus e 3 Campeonatos Nacionais de Corta-Mato, a única variante da modalidade em que o Clube se conseguiu defender dos ataques do Benfica, que numa só época chegou a levar 22 atletas leoninos, pelo que o Sporting resolveu nem participar nos Campeonatos de pista, descendo assim de divisão. O Andebol e o Hóquei em Patins ainda foram resistindo apesar das dificuldades, com o Sporting a ganhar neste período uma Taça de Portugal e um Campeonato Nacional na primeira destas modalidades e um Campeonato, uma Taça, uma Supertaça e a Taça CERS na segunda, tornando-se no primeiro Clube a ganhar as três competições europeias de Hóquei em Patins. O Basquetebol conquistou o bicampeonato em 1981/82, mas a secção foi suspensa no fim da época.

Em Setembro de 1983 o Sporting anunciou a intenção de regressar ao Ciclismo com uma equipa liderada por Joaquim Agostinho, uma situação que se viria a confirmar no ano seguinte e que ficaria tristemente assinalado pela morte do grande Campeão, depois de uma queda ocorrida durante a Volta ao Algarve. O Voleibol seria outra modalidade a ressurgir com o Sporting a recomeçar nas divisões inferiores.

A grande aposta continuava a direcionar-se para a massificação do desporto, com modalidades como a Ginástica e a Natação, que se sustentavam por serem pagas e atraíram muitos sócios.

Foi nesta Gerência que se concretizou o fecho do Estádio, com a construção da chamada bancada nova, que substituiu o peão herdado do recinto anterior, e por baixo da qual se viriam a construir alguns pavilhões que passaram a suportar as várias modalidades amadoras que se praticavam no Clube.

To-mane 17h25min de 8 de Novembro de 2011 (WET)