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Zupo Equisoain treinou pela primeira vez uma equipa da principal liga espanhola em 1989, mas no seu vasto curriculum 
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Para os amantes da modalidade, ouvi-lo falar do passado é emotivo e acresce respeito, pois falamos de um dos homens que mais de perto viveu os tempos áureos do andebol ibérico, com a Selecção Nacional portuguesa que orientou e apurou para o Europeu de Osijek (Croácia) em 2000 e com o Portland San Antonio, onde esteve uma década (1997-2007), conquistando uma Liga dos Campeões, uma Supertaça europeia, duas Recopas europeias, duas ligas espanholas, duas Taças do Rei e uma Supertaça espanhola. Por isso, quando a pergunta é “quais os jogadores que foram mais fáceis de treinar” e quando a resposta é “Richardson e Balic”, percebemos que não estamos perante um aventureiro e a água começa a crescer na boca como que magicamente, em relação à época que se aproxima. E isso é certo, Zupo é um dos técnicos mais experientes da actualidade. Posto isto, vamos ver o que pensa.
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Começamos pelas diferenças entre 1999 e 2015 no andebol português. “Nessa altura tínhamos muito bons jogadores em Portugal. É tudo uma questão de ciclos. Penso que actualmente se trabalha bem ao nível dos Clubes e em termos de selecções tem havido algum azar quanto aos adversários das eliminatórias para as grandes competições. Mas algum dia isso mudará. Portugal tem um leque de 25 a 30 jogadores muito interessantes. Quanto ao Campeonato, com todo o respeito pelos restantes clubes, penso que continuará a ser disputado entre Sporting, FC Porto, Benfica e ABC”. Do actual plantel ‘leonino’ vem-lhe à memória Carlos Carneiro, “um júnior de grande qualidade quando cá estive”, assim como os jogadores internacionais. “Merecem-me todo o respeito. Um plantel que esteve perto de conquistar o Campeonato na época passada. Espero que, com trabalho, ambição e vontade possamos voltar a lutar pelo título”, adianta. Título que já foge ao Clube de Alvalade desde 2001. Mas Zupo faz das fraquezas forças e encontra na crise a oportunidade. Tal como os chineses. “O que mais me motiva no Sporting é a fome que tem de ganhar porque há muitos anos que não o consegue. Se os jogadores tiverem essa fome, traduziremos esse espírito em bons resultados. A dinâmica do FC Porto de ganhar vários Campeonatos seguidos é muito positiva, mas cuidado, de êxito também se morre e algum dia isso terminará. Esperemos conseguir agarrar essa oportunidade”. O técnico que assinou por duas épocas e que será coadjuvado por Hugo Canela confessa que será difícil fazer-se uma boa incursão nas competições europeias, por outro lado pretende vencer todos os títulos nacionais. “Será complicado. Com o novo formato da Liga dos Campeões e da Taça EHF, com divisão em grupos, haverá muito boas equipas em ambos. Vamos tentar passar as eliminatórias e ver até onde podemos ir, porque nunca se sabe, são competições de cariz distinto. Mas do que falei com o Jorge Sousa – director do andebol – ficou claro que os objectivos do Clube no imediato são internos: Campeonato e Taça de Portugal”, remata.
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Um técnico sem referências
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“Não tenho referências. Sou muito autodidacta. Leio, estudo, vejo muitos treinos, assisto a muitos simpósios e clínicas. Juan de Dios Román – anterior Presidente da Federação Espanhola e antigo treinador – foi das pessoas que mais me formatou na forma como vejo o andebol hoje em dia, mas vou aprendendo um pouco de todos os treinadores, vendo a sua maneira de trabalhar”. E a maneira de Zupo trabalhar é... treinar da mesma maneira que se joga. Esta frase representa a chave do seu método. “Digo a todos os meus jogadores: ‘como treinas, jogas. Se treinas a 50%, jogarás a 50%. Se treinas a 100%, jogarás a 100%’. Para mim a disciplina é fundamental. Primeiro há que lutar pelo símbolo, pela camisola. Segundo, há que respeitar o adversário e terceiro, respeitar os jogadores da nossa equipa. Temos de criar um bom ambiente de trabalho e, a partir daí, como diz Simeone, técnico do Atlético de Madrid, é trabalhar jogo a jogo. É o meu método e tem-me dado resultados, vendo os títulos que já conquistei. Considero-me um treinador experiente, com muitos anos de partidas, de trabalho e muitos campeonatos espanhóis disputados”, diz.
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A última paragem
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A selecção do Qatar foi a última experiência de Zupo antes de ingressar no Sporting. Participou no Mundial de 2014 organizado pelos árabes e chegou até à final, numa edição polémica quer pelas arbitragens favoráveis aos organizadores, quer pelo número de atletas naturalizados pelos cataris. Zupo não tem papas na língua. “A Federação do Qatar trabalha assim: tem jogadores em distintos países, escolhe meninos com 12/13 anos, leva-os a Doha, paga-lhes e forma-os enquanto jogadores cataris. Dão-lhes o passaporte desportivo catari enquanto jogam e quando deixam de jogar na selecção têm de o devolver e voltam a ser da nacionalidade que eram. Tínhamos um catari em 18 jogadores. Não estou de acordo, mas joguei com as regras que tinha ao meu dispor. A respeito dos árbitros, o poderio económico diz tudo, e não digo mais
  
 
[[Categoria:Treinadores de Andebol]]
 
[[Categoria:Treinadores de Andebol]]

Revisão das 18h22min de 15 de janeiro de 2016

Dados de Zupo Equisoain Zupo Equisoain Andebol 2016.jpg
Nome Francisco Javier "Zupo" Equisoain Azanza
Nascimento 07 de Maio de 1962
Naturalidade Pamplona - Espanha - 
Posição Treinador de Andebol

Zupo Equisoain treinou pela primeira vez uma equipa da principal liga espanhola em 1989, mas no seu vasto curriculum


Para os amantes da modalidade, ouvi-lo falar do passado é emotivo e acresce respeito, pois falamos de um dos homens que mais de perto viveu os tempos áureos do andebol ibérico, com a Selecção Nacional portuguesa que orientou e apurou para o Europeu de Osijek (Croácia) em 2000 e com o Portland San Antonio, onde esteve uma década (1997-2007), conquistando uma Liga dos Campeões, uma Supertaça europeia, duas Recopas europeias, duas ligas espanholas, duas Taças do Rei e uma Supertaça espanhola. Por isso, quando a pergunta é “quais os jogadores que foram mais fáceis de treinar” e quando a resposta é “Richardson e Balic”, percebemos que não estamos perante um aventureiro e a água começa a crescer na boca como que magicamente, em relação à época que se aproxima. E isso é certo, Zupo é um dos técnicos mais experientes da actualidade. Posto isto, vamos ver o que pensa.

Começamos pelas diferenças entre 1999 e 2015 no andebol português. “Nessa altura tínhamos muito bons jogadores em Portugal. É tudo uma questão de ciclos. Penso que actualmente se trabalha bem ao nível dos Clubes e em termos de selecções tem havido algum azar quanto aos adversários das eliminatórias para as grandes competições. Mas algum dia isso mudará. Portugal tem um leque de 25 a 30 jogadores muito interessantes. Quanto ao Campeonato, com todo o respeito pelos restantes clubes, penso que continuará a ser disputado entre Sporting, FC Porto, Benfica e ABC”. Do actual plantel ‘leonino’ vem-lhe à memória Carlos Carneiro, “um júnior de grande qualidade quando cá estive”, assim como os jogadores internacionais. “Merecem-me todo o respeito. Um plantel que esteve perto de conquistar o Campeonato na época passada. Espero que, com trabalho, ambição e vontade possamos voltar a lutar pelo título”, adianta. Título que já foge ao Clube de Alvalade desde 2001. Mas Zupo faz das fraquezas forças e encontra na crise a oportunidade. Tal como os chineses. “O que mais me motiva no Sporting é a fome que tem de ganhar porque há muitos anos que não o consegue. Se os jogadores tiverem essa fome, traduziremos esse espírito em bons resultados. A dinâmica do FC Porto de ganhar vários Campeonatos seguidos é muito positiva, mas cuidado, de êxito também se morre e algum dia isso terminará. Esperemos conseguir agarrar essa oportunidade”. O técnico que assinou por duas épocas e que será coadjuvado por Hugo Canela confessa que será difícil fazer-se uma boa incursão nas competições europeias, por outro lado pretende vencer todos os títulos nacionais. “Será complicado. Com o novo formato da Liga dos Campeões e da Taça EHF, com divisão em grupos, haverá muito boas equipas em ambos. Vamos tentar passar as eliminatórias e ver até onde podemos ir, porque nunca se sabe, são competições de cariz distinto. Mas do que falei com o Jorge Sousa – director do andebol – ficou claro que os objectivos do Clube no imediato são internos: Campeonato e Taça de Portugal”, remata.

Um técnico sem referências

“Não tenho referências. Sou muito autodidacta. Leio, estudo, vejo muitos treinos, assisto a muitos simpósios e clínicas. Juan de Dios Román – anterior Presidente da Federação Espanhola e antigo treinador – foi das pessoas que mais me formatou na forma como vejo o andebol hoje em dia, mas vou aprendendo um pouco de todos os treinadores, vendo a sua maneira de trabalhar”. E a maneira de Zupo trabalhar é... treinar da mesma maneira que se joga. Esta frase representa a chave do seu método. “Digo a todos os meus jogadores: ‘como treinas, jogas. Se treinas a 50%, jogarás a 50%. Se treinas a 100%, jogarás a 100%’. Para mim a disciplina é fundamental. Primeiro há que lutar pelo símbolo, pela camisola. Segundo, há que respeitar o adversário e terceiro, respeitar os jogadores da nossa equipa. Temos de criar um bom ambiente de trabalho e, a partir daí, como diz Simeone, técnico do Atlético de Madrid, é trabalhar jogo a jogo. É o meu método e tem-me dado resultados, vendo os títulos que já conquistei. Considero-me um treinador experiente, com muitos anos de partidas, de trabalho e muitos campeonatos espanhóis disputados”, diz.

A última paragem

A selecção do Qatar foi a última experiência de Zupo antes de ingressar no Sporting. Participou no Mundial de 2014 organizado pelos árabes e chegou até à final, numa edição polémica quer pelas arbitragens favoráveis aos organizadores, quer pelo número de atletas naturalizados pelos cataris. Zupo não tem papas na língua. “A Federação do Qatar trabalha assim: tem jogadores em distintos países, escolhe meninos com 12/13 anos, leva-os a Doha, paga-lhes e forma-os enquanto jogadores cataris. Dão-lhes o passaporte desportivo catari enquanto jogam e quando deixam de jogar na selecção têm de o devolver e voltam a ser da nacionalidade que eram. Tínhamos um catari em 18 jogadores. Não estou de acordo, mas joguei com as regras que tinha ao meu dispor. A respeito dos árbitros, o poderio económico diz tudo, e não digo mais