Diferenças entre edições de "Atletismo 1989"

Revisão das 21h49min de 12 de dezembro de 2012

Outra vez Campeões Europeus de Corta Mato

Campeões Europeus de Corta Mato

Se 1988 tinha sido um ano difícil, em 1989 viveu-se a fase mais complicada da atribulada Gerência de Jorge Gonçalves durante a qual a situação financeira do Clube se agravou, com inevitáveis reflexos nas modalidades.

Mesmo assim no Atletismo o Sporting conseguiu manter quase todos os seus principais atletas, perdendo apenas o lançador Paulo Santos que foi para o Benfica, mas em contrapartida o sector do fundo foi reforçado com Fernando Couto, que veio dar maior consistência à equipa de Corta-Mato.

A época começou bem, com os Gémeos Castro em grande plano, principalmente Domingos que ganhou a São Silvestre da Amadora, o Crosse da Constituição em Madrid, o Crosse Fuensalida também disputado nos arredores da Capital de Espanha, o Crosse Itálica em Sevilha e o Crosse do jornal L'Équipe em Paris, com Dionísio a ficar em 2º lugar em quatro destas provas e a obter um 3º posto na outra.

Estas prestações permitiam que a participação do Sporting Clube de Portugal na Taça do Campeões Europeus de Corta Mato, fosse encarada com algum optimismo que se revelaria justificado.

A competição que regressou a Portugal, realizando-se pela 4ª vez nas Aldeia das Açoteias, foi ganha de forma categórica pelo Sporting, que colocou quatro atletas nos cinco primeiros lugares, obtendo assim uma pontuação recorde e quase insuperável, com apenas 12 pontos.

Domingos Castro voltou a ser o vencedor, ganhando pela primeira vez esta prova, enquanto Fernando Mamede ficava em 2º lugar nesta sua 11ª participação, numa competição que ganhou 2 vezes e em que obteve 4 segundos lugares e 3 terceiros.

No Campeonato Nacional o Sporting Clube de Portugal obteve o seu 40º titulo, que era o 8º consecutivo, metendo 5 atletas nos 9 primeiros lugares, vencendo assim mais uma vez de forma categórica. A surpresa foi a vitória de Ezequiel Canário, que infligiu assim a primeira derrota da época a Domingos Castro, que terminou no 3º lugar atrás do seu irmão, depois de ter passado mal na ponta final da prova.

Depois destes resultados, Domingos Castro era naturalmente apontado como um forte candidato a uma boa classificação no Campeonato do Mundo de Corta Mato, que se disputou em Stavenger na Noruega, onde no entanto não foi feliz, terminando num modesto 75º lugar, numa prova onde o seu irmão Dionísio foi o melhor português, classificando-se no 26º posto.

Na Pista Coberta os atletas leoninos bateram 5 Recordes Nacionais e conquistaram 8 Campeonatos de Portugal, com destaque para Arnaldo Abrantes, que para além de um título e dois Recordes foi semi finalista nos 200m dos Campeonatos da Europa, onde também estiveram presentes Mário Silva e João Lima.

Na Estrada o Sporting Clube de Portugal voltou a vencer a Estafeta Cascais-Lisboa, com uma equipa formada por Mário Silva, Fernando Couto, Dionísio Castro, Fernando Mamede e Domingos Castro.

Na Pista o Sporting não conseguiu renovar o título de Campeão Nacional no sector masculino, e se a deserção de Paulo Santos para o Benfica foi um factor importante nesse desfecho, a verdade é que os Gémeos Castro também falharam nas provas de fundo, onde foram derrotados por José Regalo e António Pinto, dois atletas que o Benfica tinha ido buscar ao FC Porto.

No final os encarnados ganharam com 8 pontos de vantagem sobre os Leões, que venceram 8 das 21 provas em disputa, contra as 10 conquistadas pelos benfiquistas.

Em grande destaque estiveram Mário Silva que ganhou as corridas dos 800 e 1500m e o jovem António Peixoto que conseguiu a proeza de derrotar o consagrado Fernando Costa, no Lançamento do Martelo.

Nos Campeonatos de Portugal individuais, os atletas leoninos conquistaram 7 títulos, com João Lima em grande destaque ao vencer os 110m barreiras pela 8ª vez, batendo o Recorde Nacional e tornando-se no primeiro atleta português a percorrer a distância em menos de 14 segundos.

Domingos Castro também fez uma marca de nível internacional nos 5000m, graças ao ritmo forte que os restantes atletas leoninos impuseram nesta corrida, que permitiu a desforra sobre José Regalo, que o tinha sido o vencedor nos Campeonatos Nacionais

Luís Marto que fizera uma excelente temporada no Salto em Altura, batendo o Recorde Nacional de pista coberta e igualando o do ar livre, foi surpreendido nesta prova, mas compensou a desfeita com uma vitória no Triplo Salto.

Carlos Cunha ganhou pela 5ª vez o Lançamento do Dardo, enquanto Luís Barroso conseguiu o seu 6ª título nos 200m, ele que também tinha feito uma boa época, obtendo vitórias importantes na Taça da Europa e na Westathetic.

Mário Silva ganhou tranquilamente os 1500m e só não fez o mesmo nos 800m porque resolveu não participar, mas para ele esta foi uma grande época, com as vitórias nos 800 e 1500m da Taça da Europa e o Recorde Nacional dos 1500m obtido em Koblenz na Alemanha, onde superou uma marca estabelecida por Hélder de Jesus há mais de 9 anos.

Como de costume, os Gémeos Castro apostaram nos Meetings internacionais. Nos 10000m de Estocolmo, onde se tentava bater o Recorde Mundial de Fernando Mamede, Domingos foi 2º classificado com 27,36,00m, a 5ª melhor marca do ano, enquanto Dionísio foi 4º. Em Nova Yorque os dois irmãos foram 1º e 2º numa corrida de 3000m. No Meeting de Zurique Domingos foi 2º nos 5000m, derrotado apenas pelo marroquino Said Aouita, e em Bruxelas na mesma prova repetiu essa classificação, enquanto Dionísio ficou no 4º lugar. Já antes Domingos Castro tinha ganho os 10000m da Taça da Europa.

Vitórias do Clube

Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato

Classificação por equipas

Classificação individual

Atletas Campeões Nacionais

Recordes Nacionais

Atletas em competições internacionais