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| == O Percurso até à Final == | | == O Percurso até à Final == |
− | [[Imagem:Hóquei1981TT1E1M.jpg|thumb|right|Em Alvalade contra o Fresnoy]] | + | [[Imagem:Equipa_Taça_das_Taças_1981.jpg|thumb|right|A Equipa. Em cima: João Sobrinho, Salema, Joaquim Carvalho e Chana. Em baixo: Carlos Alberto, João Oliveira (g.r.), António Fernandes (g.r.) e Vitor Rosado]] |
− | [[Imagem:Hóquei1981TT1E1M.jpg|thumb|right|Em Alvalade contra o Herten]] | + | [[Imagem:HóqueiTT1E1M.jpg|thumb|right|Em Alvalade contra o Fresnoy]] |
| + | [[Imagem:HóqueiTT2E1M.jpg|thumb|right|Em Alvalade contra o Herten]] |
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− | Depois da conquista da [[Campeões Europeus de Hóquei em Patins - 1977|Taça dos Campeões Europeus em 1977]], o Hóquei Patins do [[Sporting Clube de Portugal]] ansiava por mais triunfos internacionais. | + | Depois da conquista da [[Campeões Europeus de Hóquei em Patins - 1977|Taça dos Campeões Europeus em 1977]], o Hóquei em Patins do [[Sporting Clube de Portugal]] ansiava por mais triunfos internacionais. |
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| + | Na época de [[Hóquei em Patins 1980/81|1980/81]] com uma formação composta por: António Fernandes (gr), José Rosado, [[João Sobrinho]], [[Francisco Salema]], [[Chana]], Vítor Rosado, Joaquim Carvalho, [[Carlos Alberto]] e João Oliveira (gr), a equipa do Sporting com [[António Livramento]] agora no papel de treinador, participava na Taça das Taças e era evidente o desejo de triunfo. |
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− | Na época de 1980/81 com uma formação composta por: António Fernandes (gr), José Rosado, [[Sobrinho|João Sobrinho]], Francisco Salema, [[Chana]], Vítor Rosado, Joaquim Carvalho, [[Carlos Alberto]] e João Oliveira (gr), a equipa do Sporting com [[António Livramento]] agora no papel de treinador, participava na Taça das Taças e era evidente o desejo de triunfo.
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| Nos 1/4 Final coube em sorte ao Sporting os franceses do Fresnoy, e no jogo da primeira mão no [[Pavilhão de Alvalade]] começou a ser escrita outra história de glória. | | Nos 1/4 Final coube em sorte ao Sporting os franceses do Fresnoy, e no jogo da primeira mão no [[Pavilhão de Alvalade]] começou a ser escrita outra história de glória. |
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| O Fresnoy foi demolido com uns contundentes 26 - 1 e na segunda mão apesar de jogarem em casa os franceses não conseguiram escapar a mais uma derrota pesada desta vez por 10 - 4. | | O Fresnoy foi demolido com uns contundentes 26 - 1 e na segunda mão apesar de jogarem em casa os franceses não conseguiram escapar a mais uma derrota pesada desta vez por 10 - 4. |
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− | O Sporting, passava assim sem mácula às meias-finais, onde iria jogar com os alemães do Herten. Equipa claramente mais forte que os franceses, e que com base no anti-jogo acabou por dar alguma réplica, muito embora o Sporting tivesse sempre a situação sob controlo, tendo vencido em Alvalade por 5 - 3 e na Alemanha por 6 - 1. | + | O [[Sporting Clube de Portugal|Sporting]], passava assim sem mácula às meias-finais, onde iria jogar com os alemães do Herten. |
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| + | Os alemães eram claramente mais fortes que os franceses e na primeira mão em Alvalade, fruto do recurso sistemático ao anti-jogo, acabaram por dar alguma réplica, muito embora o Sporting tivesse sempre a situação sob controlo, tendo vencido por 5 - 3. Na Alemanha o [[Sporting Clube de Portugal|Sporting]] já estava a contar com as táticas da equipa da casa e não deu qualquer chance ao Herten vencendo por 6 - 1. |
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| == A Final == | | == A Final == |
− | A Final, como era então tradicional, seria jogada também a duas mãos e desta vez o adversário era de peso, a equipa espanhola do Cibeles de Oviedo. | + | [[Imagem:HóqueiTT1981Final1M.jpg|thumb|right|As coisas não foram fáceis em Oviedo]] |
| + | [[Imagem:HóqueiTT1981Festa.jpg|thumb|right|O Pavilhão de Alvalade no final da partida]] |
| + | [[Imagem:HóqueiTT1981FinalTaça.jpg|thumb|right|A Taça como centro da festa, que contou com a presença do Presidente da Camara de Lisboa]] |
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− | [[Imagem:Equipa_Taça_das_Taças_1981.jpg|thumb|right|A Equipa. Em cima: Sobrinho, Salema, Joaquim Carvalho e Chana. Em baixo: Carlos Alberto, João Oliveira, António Fernandes e Vitor Rosado]]
| + | A Final, como era então tradicional, seria jogada também a duas mãos e desta vez o adversário era de peso, a equipa espanhola do Cibelles de Oviedo. |
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− | Na primeira mão as coisas não começaram nada bem para o Sporting, pois o seccionista Gonzaga da Silva teve de ser internado de urgência no Hospital das Astúrias vítima de pneumonia, e a equipa nunca conseguiu explanar o seu jogo perdendo em Oviedo por 4 - 1. | + | Na primeira mão as coisas não começaram nada bem para o Sporting, pois o secionista Gonzaga da Silva teve de ser internado de urgência no Hospital das Astúrias vítima de pneumonia, e a equipa nunca conseguiu explanar o seu jogo perdendo em Oviedo por 4 - 1. |
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| Para a segunda mão exigia-se coragem, determinação e cabeça fria! | | Para a segunda mão exigia-se coragem, determinação e cabeça fria! |
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| O jogo foi a 27 de Junho de 1981 e o [[Pavilhão de Alvalade]] cheio de adeptos, a rebentar pelas costuras (sendo a lotação de 5.000 lugares nesse dia estavam presentes 7.000 pessoas), esperava impaciente pelo início do encontro. | | O jogo foi a 27 de Junho de 1981 e o [[Pavilhão de Alvalade]] cheio de adeptos, a rebentar pelas costuras (sendo a lotação de 5.000 lugares nesse dia estavam presentes 7.000 pessoas), esperava impaciente pelo início do encontro. |
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− | Mas, mais uma vez, as coisas dentro de campo pareciam não ir pelo melhor caminho, pois se o Sporting marcou primeiro o Cibeles deu a volta ao marcador e colocou-se na frente com 2 - 1 a seu favor, e com a Final num total de 6 - 2. | + | Mas, mais uma vez, as coisas dentro de campo pareciam não ir pelo melhor caminho, pois se o Sporting marcou primeiro o Cibelles deu a volta ao marcador e colocou-se na frente com 2 - 1 a seu favor, e com a Final num total de 6 - 2. |
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| A perderem por 4 golos no cômputo geral, os jogadores do Sporting não desanimaram e empurrados pelo público conseguiram chegar aos 4 - 2 ao intervalo, a figura do momento era [[Chana]], que fruto de uma exibição memorável tinha feito dois golos de rajada (2-2 e 3-2). | | A perderem por 4 golos no cômputo geral, os jogadores do Sporting não desanimaram e empurrados pelo público conseguiram chegar aos 4 - 2 ao intervalo, a figura do momento era [[Chana]], que fruto de uma exibição memorável tinha feito dois golos de rajada (2-2 e 3-2). |
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| As coisas pareciam agora melhor encaminhadas mas ainda eram os espanhóis que estavam na frente da Final, embora só com um golo de diferença. | | As coisas pareciam agora melhor encaminhadas mas ainda eram os espanhóis que estavam na frente da Final, embora só com um golo de diferença. |
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− | Na segunda parte o Cibeles parecia estar a jogar com cinco guarda-redes, pois abdicou completamente do ataque e apesar de [[Chana]] ter feito o 5-2, os jogadores espanhóis continuavam a defender e quando em posse da bola entravam frequentemente em anti-jogo obrigando o árbitro a interromper a partida. | + | Na segunda parte o Cibelles parecia estar a jogar com cinco guarda-redes, pois abdicou completamente do ataque e apesar de [[Chana]] ter feito o 5-2, os jogadores espanhóis continuavam a defender e quando em posse da bola entravam frequentemente em anti-jogo obrigando o árbitro a interromper a partida. |
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| Mas nem com os avisos do árbitro a situação se alterou, tendo o tempo regulamentar terminado com um resultado no cômputo das duas mãos de 6 - 6. | | Mas nem com os avisos do árbitro a situação se alterou, tendo o tempo regulamentar terminado com um resultado no cômputo das duas mãos de 6 - 6. |
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| As temperaturas habituais do mês de Junho em Lisboa e um recinto com uma multidão no seu interior, tornaram o [[Pavilhão de Alvalade]] num inferno de calor, e no prolongamento foi nítido o cansaço dos jogadores. | | As temperaturas habituais do mês de Junho em Lisboa e um recinto com uma multidão no seu interior, tornaram o [[Pavilhão de Alvalade]] num inferno de calor, e no prolongamento foi nítido o cansaço dos jogadores. |
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− | Na primeira parte do prolongamento o Cibeles continuou muito simplesmente a não querer jogar e a apostar claramente num desfecho a penaltis. | + | Na primeira parte do prolongamento o Cibelles continuou muito simplesmente a não querer jogar e a apostar claramente num desfecho a penáltis. |
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| + | Mas na segunda parte, tudo mudou, e com um golo soberbo, [[Chana]] pôs o Sporting pela primeira vez na frente da Final. O Cibelles passou então a dar tudo por tudo no ataque, só que, com um passe de [[Chana]], [[Francisco Salema]] marcou e selou o resultado da Final em 8 - 6. |
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| + | Assim que o árbitro deu por findo o encontro uma loucura coletiva apossou-se do [[Pavilhão de Alvalade]] tendo os jogadores dado o seu equipamento aos adeptos acabando quase despidos. |
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| + | Para além de mais um grande triunfo europeu do [[Sporting Clube de Portugal]], destacam-se dois factos deste dia, o primeiro título ganho por [[António Livramento|Livramento]] enquanto treinador e [[Chana]] como um dos maiores jogadores de Hóquei em Patins de todos os tempos. |
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− | Mas na segunda parte, tudo mudou, e com um golo soberbo, [[Chana]] pôs o Sporting pela primeira vez na frente da Final. O Cibeles passou então a dar tudo por tudo no ataque, só que, com um passe de [[Chana]], Salema marcou e selou o resultado da Final em 8 - 6.
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− | Assim que o árbitro deu por findo o encontro uma loucura colectiva apossou-se do [[Pavilhão de Alvalade]] tendo os jogadores dado o seu equipamento aos adeptos acabando quase despidos.
| + | ==Os Jogos== |
| + | {{Competição (jogos)}} |
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| + | | 25-04-1981||1ª Ronda||[[SPORTING]] – Fresnay (França)||26 – 1|| |
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| + | | 02-05-1981||1ª Ronda||Fresnay (França) – [[SPORTING]]||4 – 10|| |
| + | |- |
| + | | 16-05-1981||1/2 Final||[[SPORTING]] – Herten (Alemanha)||5 – 3|| |
| + | |- |
| + | | 30-05-1981||1/2 Final||Herten (Alemanha) – [[SPORTING]]||1 – 6|| |
| + | |- |
| + | | 13-06-1981||Final||Cibelles (Espanha) – [[SPORTING]]||4 – 1|| |
| + | |- |
| + | | 27-06-1981||Final||[[SPORTING]] – Cibelles (Espanha)||7 – 2 (a.p.)|| |
| + | |- |
| + | |} |
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− | Para além de mais um grande triunfo europeu do [[Sporting Clube de Portugal]], destacam-se dois factos deste dia, o primeiro título ganho por [[António Livramento|Livramento]] enquanto treinador e [[Chana]] como um dos maiores jogadores de Hóquei Patins de todos os tempos.
| + | ==Links== |
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− | [[Categoria:Hóquei em Patins]] | + | [[Categoria:Grandes Feitos do Hóquei]] |
− | [[Categoria:Momentos Desportivos]]
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Nos 1/4 Final coube em sorte ao Sporting os franceses do Fresnoy, e no jogo da primeira mão no Pavilhão de Alvalade começou a ser escrita outra história de glória.
O Fresnoy foi demolido com uns contundentes 26 - 1 e na segunda mão apesar de jogarem em casa os franceses não conseguiram escapar a mais uma derrota pesada desta vez por 10 - 4.
Os alemães eram claramente mais fortes que os franceses e na primeira mão em Alvalade, fruto do recurso sistemático ao anti-jogo, acabaram por dar alguma réplica, muito embora o Sporting tivesse sempre a situação sob controlo, tendo vencido por 5 - 3. Na Alemanha o Sporting já estava a contar com as táticas da equipa da casa e não deu qualquer chance ao Herten vencendo por 6 - 1.
A Final, como era então tradicional, seria jogada também a duas mãos e desta vez o adversário era de peso, a equipa espanhola do Cibelles de Oviedo.
Na primeira mão as coisas não começaram nada bem para o Sporting, pois o secionista Gonzaga da Silva teve de ser internado de urgência no Hospital das Astúrias vítima de pneumonia, e a equipa nunca conseguiu explanar o seu jogo perdendo em Oviedo por 4 - 1.
Mas, mais uma vez, as coisas dentro de campo pareciam não ir pelo melhor caminho, pois se o Sporting marcou primeiro o Cibelles deu a volta ao marcador e colocou-se na frente com 2 - 1 a seu favor, e com a Final num total de 6 - 2.
A perderem por 4 golos no cômputo geral, os jogadores do Sporting não desanimaram e empurrados pelo público conseguiram chegar aos 4 - 2 ao intervalo, a figura do momento era Chana, que fruto de uma exibição memorável tinha feito dois golos de rajada (2-2 e 3-2).
As coisas pareciam agora melhor encaminhadas mas ainda eram os espanhóis que estavam na frente da Final, embora só com um golo de diferença.
Na segunda parte o Cibelles parecia estar a jogar com cinco guarda-redes, pois abdicou completamente do ataque e apesar de Chana ter feito o 5-2, os jogadores espanhóis continuavam a defender e quando em posse da bola entravam frequentemente em anti-jogo obrigando o árbitro a interromper a partida.
Mas nem com os avisos do árbitro a situação se alterou, tendo o tempo regulamentar terminado com um resultado no cômputo das duas mãos de 6 - 6.
As temperaturas habituais do mês de Junho em Lisboa e um recinto com uma multidão no seu interior, tornaram o Pavilhão de Alvalade num inferno de calor, e no prolongamento foi nítido o cansaço dos jogadores.
Na primeira parte do prolongamento o Cibelles continuou muito simplesmente a não querer jogar e a apostar claramente num desfecho a penáltis.